Lúcifer narrando:
Desde meu desentendimento com a Sunset, eu resolvi não a procurar mais, dar um tempo a ela e depois, quem sabe, tentar novamente. Mas uma coisa eu tinha certeza, voltar para aquele acampamento sem ela eu não volto. Estava deitada na cama do hotel onde eu estava, enquanto tocava meu ukulele. Esse era o único instrumento a qual eu me sentia bem tocando, me sentia mais calma e parecia que os problemas ao redor sumiam.
Horas deitada na cama sem muito o que fazer, resolvi dar uma volta. Eu não conhecia nada aqui ainda, então se eu tinha um objetivo em ficar, eu preciso começar por conhecer a cidade, depois, eu tentaria reconquistar a Sunset, afinal, parecia mesmo que tinha me esquecido. Dei um suspiro e sai rumo ao que parecia centro da cidade, pra quem não sabe aqui é uma cidadezinha interior do Rio de Janeiro. O lugar é até tranquilo, não tem muito movimentos e nem tantas festas, o que me fez questionar o que ela veio fazer aqui, mas não vou focar nisso. Cheguei numa praça onde tinha um parquinho para crianças e vários quiosques e bares pelo local, nesse horário tinha bastante movimento, afinal, gente trabalhava ou tinha seus compromissos, tanto faz.
Me sentei um dos bancos e fiquei olhando o movimento pensando em como eu ia fazer pra ter a Sun de volta. Algum tempo depois me levantei, fui até uma lanchonete e fiz um lanche logo depois voltando para o hotel. Chegando no hotel, fui até meu guarda-roupas onde tinha minha espada, peguei a mesma e fiquei a olhando, passava lentamente os dedos pela lâmina sentindo por um momento a falta de ser aquela pessoa a qual não se apaixonava por ninguém, e esse pensamento quase que me fez desistir do meu motivo de estar aqui e voltar para o camp. Mas então eu vi uma carta sobre a cama, uma carta que até então eu não tinha reparado.
Caminhei até a cama onde estava a carta e peguei a mesma. Abri-a lentamente como se tivesse medo do que iria ler. E assim que abri, não era pra menos, eu preferia não ter lido:
"Será que a sua querida Sunset está bem nesse momento? Mandei matarem ela, a essa hora ela já deve estar morta. Com amor, papai!"
Aquilo fez meu sangue ferver, de medo, de raiva, ódio, tudo ao mesmo tempo. Amassei aquele pedaço de papel e o joguei janela fora. Eu precisava saber como ela estava. Apenas peguei minha jaqueta de couro preta e sai porta a fora novamente, mas dessa vez, para certificar-me de que minha garota está bem.
Andei por aquela cidade tão rápido, que nem me importava quando ouvia os "Hey, olha por onde anda" Ou "Porra garota, presta atenção", eu só queria chegar na casa da Sunset e me certificar de que ela estava bem. Alguns minutos depois que pareciam horas, finalmente cheguei a casa dela. Toquei a campainha e novamente a empregada atendeu, ela me deu sorriso simpático antes de dizer.
- A Senhorita Kinderly não está em casa.
- Já faz muito tempo em que ela saiu? Por favor, me diga que ela saiu nesse exato momento. - meu tom de desespero era nítido, o que fez a velhinha ficar preocupada também. Ela arregalou os olhos. - Responde Laila, por favor.
- N..não senhora, ela saiu pra trabalhar e ainda não voltou.
- Oh merda! - Agarrei meus cabelos e dei um longo suspiro - Certo Laila, entre e não saia de casa se não for eu ou ela chegando. Vou ficar aqui e esperar pra ver se ela aparece logo.
Ela concordou com a cabeça e entrou fechando a porta e me deixando mais atordoada por não saber onde aquela garota marrenta se enfiou. Me sentei na calçada em que tinha ali e abracei meus joelhos esperando que tudo aquilo fosse um sonho, sonho não, pesadelo. Minutos sentada e nada dela chegar, já estava impaciente. Andava de um lado para outro que daqui a pouco abriria um buraco no chão. Uns dez minutos depois vejo ela vindo ao longe então corro ao seu encontro e a abraço tão apertado que se ela fosse uma mera humana já teria quebrado. Eu tremia pelo susto, pelo medo de tê-la perdido pra sempre. Eu não sabia o que fazer.
- Eu pensei que.. Pensei que tinha te perdido pra sempre. Por favor não me de mais um susto desses Sunset.
Sunset soltou um suspiro tão pesado logo nos afastando que senti que por mais que ela estivesse bem, algo estava errado naquilo tudo..
- Eu estou bem. - falou calma com um sorriso fraco nos lábios - Ele não mandou uma pessoa qualificada o suficiente para me matar.
- Ele deve estar revoltado porque eu vim atrás de você. Porque eu prometi a mim mesma que não voltaria sem você. E não vou.
- Você precisa voltar.
- Eu não vou!
Percebi que ela ficou com um certo desespero na voz. Seu olhar me pedia isso também.
- Você precisa Luci. Ele mandou um amigo meu para fazer esse serviço. E o ameaçou se ele não o concluísse. Disse que machucaria a namorada dele. Luci, você não pode deixar que aconteça algo com eles. Você precisa protege-los.
- Eu não estou nem ai pra eles. Eu só volto com você! - falei por fim tentando dar a conversa por encerrada.
- Então volta por mim. Certifique-se de que nada acontecerá a eles e depois quem sabe eu não volte?
Como essa garota consegue fazer isso comigo? Justa hora em que fui me apaixonar.
- Certo. Eu vou. Mas depois que eu resolver isso com ele, pode ter certeza de que volto para te buscar. E se você não vier por bem, virá por mal.
E então, com um sorriso desapontado eu saiu de lá sem esperar por uma resposta. Estava quebrando minha promessa de que não voltaria sem ela. Ele deve estar rindo da minha cara agora, conhecendo bem meu pai.
[...]
E lá estava eu, terminando de arrumar minhas coisas para voltar ao camp. Dava os toques finais na mala e em seguida saindo do quarto de hotel em que estava e indo pegar o táxi, onde o motorista era um ciclope, sim, o mesmo que me trouxe pra cidade. Somos de certa forma amigos, pode se dizer. Algumas horas sentada minha bunda no banco do táxi, finalmente chegamos ao meu destino. Me despedi dele e desci.
Olhei parava floresta a minha frente, floresta a qual eu teria que andar um bocado até chegar na entrada do acampamento. Então, assim, comecei o meu trajeto. Chegando na entrada, pude avistar Hades me esperando com os braços cruzados e uma expressão nada boa no rosto. Simplesmente revirei meus olhos e passei direto, ou pelo menos tentei. Ele me agarrou pelos braços me fazendo parar
- Me solta merda! - rosnei - Não vê que já fodeu bastante com minha vida?
- Eu não quero te ver mais com ela Lúcifer! Ela não te merece. - ele falou em seu tom autoritário enquanto soltava meu braço.
- Não é você que decide isso. Não é porque você e Ares não se dão bem que eu e ela não devemos nos dar. Eu a amo pai, e nem você nem ninguém irá me impedir de ficar com ela.
- A essa hora ela deve estar morta, eu mandei um de seus melhores amigos fazer esse serviço por mim. E se ele falhou, sua namoradinha irá pagar o pato.
- Fique longe deles Hades. Ou irá perder uma de suas preciosas criações. Na verdade, já perdeu, a partir se hoje eu estou morta pra você.
E voltei a andar. Ele continuou lá, gritando meu nome então eu simplesmente dei o dedo do meio a ele e fui rumo ao chalé de Éter. Chegando lá, sai adentrando o mesmo sem me importar com o que tinha lá dentro. Encontrei Lian abraçado a sua namorada na cama e levaram um susto quando me viram entrar.
- Por favor não machuca ela. Ela não tem culpa de nada.
Dei um sorrisinho de lado e a puxei pelo braço, segurei com tanta força que ela fazia uma cara de choro. Vou entrar na brincadeira, mas de um jeito diferente, pois todos sabem que eu gosto de Sun.
- Você a machucou? - falei em meu tom mais sério - Você machucou a Sunset, Lian!?
- N..não. Eu não fiz nada. Até ia fazer, mas ela deixou bem claro que se eu tentasse não sairia vivo. E também me prometeu que protegeria a May, por favor não a machuque.
- Certo
Larguei Mayume que caiu no chão. Sério? Bonequinha de porcelana agora? Revirei meus olhos e me sentei na cama.
- Eu vou proteger vocês. Ela me fez prometer isso. Mas aviso, um deslize só e acabo com os dois na mesma hora.
Eles concordaram com a cabeça e então fui para meu chalé dar uma bela relaxada.
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Camp Half Blood - A Vida Fora Do Acampamento (EM REVISÃO)
RandomEssa história irá contar como duas meninas, ou melhor, demideusas, se conheceram e como elas se apaixonaram. Irá contar o perigo que elas correm por estarem juntas, já que seus pais não se gostam então querem a todo custo separar elas. Essa históri...