Capítulo 1

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A pequena cidade de nome Konoha, localizada no interior do Japão, possuía aproximadamente 30 mil habitantes. A cidadela mantinha a harmonia entre o velho e o novo. Em meio às construções contemporâneas encontrava-se, também, o patrimônio antigo. Antigos casarões de madeira com janelas grandes se faziam presente nas ruas pavimentadas com paralelepípedos. A cidade pacata concentrava diferentes tipos de classe, o comércio era a principal renda para os que necessitavam de emprego. Sorte daqueles que tinha oportunidade de concluir uma faculdade e ter uma renda, digamos, um pouco melhor, outra opção seria nascer rico ou casar com alguém rico, essa última a mais desejada pelas jovens da cidade, porém não era o caso do loiro que acordava em meio aos lençóis de seda da belíssima mansão Uchiha. Naruto Uzumaki, loiro, olhos azuis, pele macia e de aparência atrativa, corpo normal para uma pessoa com seus 19 anos, pelo menos era o que pensava. Não tinha nascido rico, tentava terminar a faculdade de Pedagogia, e não, não era casado com alguém de dinheiro por mais que a pessoa que lhe abrigasse fosse milionária, estava mais para um ato de piedade ou bondade. Não, bondade não, o homem que lhe dava abrigo não tinha nada de bondoso, provavelmente ele era um fardo para aquele moreno de olhos ônix, pele clara e lábios gélidos. Sim, Naruto sabia perfeitamente o gosto e a textura daqueles lábios, talvez esse fosse o principal motivo por estar naquela casa.

Alguns meses atrás encontrou Sasuke Uchiha, filho do médico Fugaku, em uma balada e a única coisa que se lembrava era de ter acordado no dia seguinte em uma enorme cama de casal e com o moreno ao seu lado, a dor no quadril e o esperma seco que havia escorrido pela perna, deixava claro o que tinha acontecido. Pior foi ter que encarar Fugaku e Mikoto, ambos amigos de seus pais, quando tentava sair de fininho da mansão, foi um dos momentos mais constrangedores que havia vivido. Ignorou aquilo por dias, mantinha a cabeça ocupada com seu trabalho, que consistia em ser vendedor em uma Boutique, o valor de uma única peça de roupa daquele lugar equivalia ao seu salário do mês. Além do trabalho tinha a faculdade que tomava o pouco tempo que desfrutava. Enquanto a Sasuke, ele parecia ter sido engolido pela terra. Conhecia o moreno superficialmente e não entendia como se deixou levar pelo momento, não podia negar que ele era lindo, mas o que tinha de beleza tinha de arrogante e rabugento, como sabia disso? Simples, ele era seu cunhado. Deidara, seu irmão, namorava Itachi o primogênito Uchiha, a mais ou menos dois anos, estranhamente, assim que assumiram o namoro Deidara se mudou para a mansão, no inicio foi difícil convencer seus pais Kushina e Minato, ambos feirantes e de cabeça dura acreditavam que morar junto só depois do casamento, no final acabaram por aceitar. Ficou sabendo por Sakura, irmã adotiva de Sasuke, que o moreno estava em um curso de aperfeiçoamento fora da cidade, ele havia concluído o curso de medicina a poucos meses, naquele tempo ele acreditou, tempos depois descobriu ser mentira. Os dias foram passando e ele tentou seguir sua vida normalmente, o que tinha demais ele ter transado com o partido mais desejado de Konoha? Meses depois ele soube que tinha muito a ver.

Voltava de mais um dia de faculdade, a instituição era próxima a sua casa fazia o caminho todo a pé, até certo ponto tinha a companhia de alguns colegas depois seguia sozinho e foi justamente nesse trajeto sozinho que percebeu ser seguido, embora não conseguisse visualizar "nenhuma alma viva". A rua estava completamente deserta, pelo menos era o que parecia. A poucos metros de casa foi abordado por um Ser, que para si era sobrenatural, não somente pela beleza, mas pela força e aura que a garota emanava. A jovem parecia ter sua idade, a mão em seu pescoço levantava-o do chão, demonstrando o quanto ela era forte, diferente de si que sempre foi um fracote. A mulher de cabelos negros azulados e olhos perolados lhe miravam com ódio, o sorriso debochado deixava a mostra o canino longo não sabia se estava sonhando, aquilo realmente era real? Estava frente a frente a uma vampira? Não soube por quanto tempo ficou encarando-a, sentia as costas serem pressionada contra a parede de textura áspera e a garganta trancar com o aperto em seu pescoço, somente quando a outra quebrou o silêncio que soube que não estava sonhando, que tudo era real.

Seu Coração É MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora