Capítulo 2

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Point Of View – Dean

Dean... Rápido...

Cas!? Onde você está? CAS!

Dean...

Acordei com um pulo e suando. Sam dormia na cama ao lado e já era de manhã. Cas estava invadindo meus sonhos novamente, não seria a primeira vez. A voz dele estava fraca, rouca e cheia de dor. Era como se cada palavra fosse mais um golpe, mais um castigo...

- Sam, acorde! – Joguei um travesseiro e ele também levantou com um pulo.

- O que está acontecendo?

Cheguei até a janela e puxei um pouco a cortina para o lado, nada parecia estranho lá fora.

- Nós precisamos fazer alguma coisa.

- Crowley não deu notícias?

- Até agora não.

- Esperamos ele entrar em contato, é a única coisa que podemos fazer.

O tempo parecia não passar naquele quarto de hotel. Nenhuma notícia de Crowley, nenhuma pista sobre o que estávamos enfrentando e também nada sobre o paradeiro de Cas. Sam estava empenhado em descobrir o que enfrentaríamos mas infelizmente não tínhamos muita coisa para pesquisar. A noite caiu junto com a minha paciência.

- Não dá mais.

Sam levantou os olhos do notebook.

- Não consigo mais ficar aqui parado enquanto...

Uma fincada na cabeça me fez cambalear para o lado. Outra fincada na cabeça e tive que me apoiar na parede. Minha visão estava totalmente escura enquanto minhas pernas falhavam e eu sentia minha cabeça bater no chão. Um grito saiu da minha garganta mas não era minha voz, era uma voz rouca, era a voz de Cas. Senti minha força vital se esvaindo devagar, deixando meu corpo, enquanto uma lâmina seguia cortando cada centímetro do meu peito.

E então tudo mudou...

Eu estava deitado na cama e Sam me sacudia, gritando meu nome. Sua expressão era de horror e eu me levantei rapidamente, com uma dor excruciante no meu ombro, onde Cas tinha me puxado para fora do inferno.

- Dean!? O que está acontecendo? – Sam não tirava os olhos de mim como se eu fosse desmaiar de novo a qualquer hora.

- É o Cas. Ele está fraco Sam, como se estivesse... – Não consegui completar a frase.

Sam me olhou apreensivo e nos encaramos por alguns segundos. Peguei meu casaco e fui em direção até a porta.

- Aonde você vai Dean? Não sabemos onde ele está, não sabemos como enfrentar o que está com ele. Nós não sabemos nada! – Sam parecia frustrado e ao mesmo tempo irritado.

- AH! ONDE ESTÁ O CROWLEY!?

- Olá rapazes.

Crowley apareceu em cima do tapete que cobria a entrada do quarto. Tentou andar em nossa direção mas foi bloqueado pela armadilha que estava bem debaixo dele.

- Vocês se importam?

Me abaixei e risquei a armadilha com a ponta da minha faca.

- Me diga que sabe onde Cas está. – Eu estava desesperado, não conseguia mais esconder isso.

Crowley deu um riso irônico.

- Eu aconselho a vocês a procurarem outro anjo doméstico.

- Desculpe?

- Castiel está sendo torturado por Asmodeus nesse exato momento por culpa de vocês.

Sam me encarou e eu pude ver o medo percorrer seu corpo.

- Torturado por quem?

Antes que Crowley pudesse explicar alguma coisa, Sam começou a falar.

- Asmodeus, príncipe do inferno, irmão de Ramiel, Dagon e Azazel.

Crowley concordou com a cabeça.

- Então o que estamos esperando?

Eles me olharam como se eu tivesse dito alguma coisa extremamente absurda.

- Bem esquilo, creio que você não tenha notado a gravidade da situação. Nós não temos o Colt, não temos a lança de Miguel e nada que mate um príncipe do inferno. Ele não estaria fazendo isso se vocês não tivessem matado todos os seus irmãos.

Eu sentei na cama e me senti fraco, inútil. Mais uma vez eu estava decepcionando as pessoas, mais uma vez eu tinha falhado, mais uma vez alguém estava morrendo por mim...

Peguei meu casaco e empurrei Crowley para o lado, ouvi Sam gritar alguma coisa e bati a porta. Se eles me queriam, então eu iria até eles.

Point Of View – Crowley

O esquilo me empurrou para o lado enquanto o alce gritava para ele parar. Era entediante as brigas que eles tinham, mas era notável a frustração de ambos. Castiel estava à beira da morte e, particularmente, sempre desconfiei que o esquilo tinha uma queda por ele.

A situação estava totalmente indo de acordo com o que eu tinha planejado. Tirar o esquilo de perto do alce era a primeira etapa. Agora eu só tenho que aparecer com a solução para Dean, do jeito que está agora, ele aceitará qualquer coisa.

O bar estava lotado e, com pelo menos, 3 demônios de olho no esquilo. Ele estava sentado sozinho ao balcão bebendo whisky enquanto esperava alguém pegar ele. Típico dos Winchester, se sacrificar pelos outros.

- Essa não é uma saída muito inteligente esquilo.

Escorei no balcão enquanto os demônios tomavam uma certa distância.

- Vá se ferrar Crowley.

- Não seja tão rude Dean.

Ele me olhou com tanta intensidade que recuei um pouco. Dean estava extremamente calmo por fora mas parecia travar uma guerra consigo mesmo. Decidi dar logo as cartas.

- Tenho uma opção para acabar com isso.

Ele me olhou interessado e depois deu um sorriso irônico.

- Deixe-me adivinhar, você está comovido com a situação e decidiu me ajudar porque tem um grande coração?

- O que posso dizer? Vocês ficam tão lindos juntos.

Sua bochecha corou e ele ficou agressivo. Revirei os olhos porque não tinha tempo para discutir romance de escola.

- É pegar ou largar esquilo, o relógio está correndo e Castiel não tem muito mais tempo.

Ele pareceu pensar um pouco, deu um gole no whisky e se levantou.

- Vamos.

- Peço que me dê a mão por alguns segundos, pode ser embaraçoso pra você, mas eu não contarei nada a Castiel.

Ele revirou os olhos enquanto esmagava minha mão. No instante seguinte, estávamos em uma pequena fazenda, com uma casa branca impecável.

- Aonde estamos?

Dei um riso de triunfo ao perceber que a luz da sala estava acesa.

- Você vai adorar Cain.

The Last Hope - DestielWhere stories live. Discover now