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John se encontra sentado em sua velha poltrona. Lágrimas. Gemidos de choro. John sempre quis esquecer Sherlock, mas assim como Mary, as memórias jamais saem de sua cabeça. Ver Rosamund de novo é como ver um fantasma. A garota parece ser uma atriz interpretando um personagem. Sarcástica, bonita sempre, sobretudo, cabelo curto e ondulado como o de Sherlock, tudo.
Ele recebe uma mensagem de Rosamund. Ela pede para ele ir de encontro a ela em um lugar. Urgente. Ele fica preocupado, vai correndo. Angústia. Tristeza. Pertubação.
Rosamund está nas ruas. Aborrecida após o encontro com o tio. Vê uma figura misteriosa.
-Morstan. Sussurra. Ela fica espantada e envolta de dúvidas. É a voz de Sherlock. A rua está escura. O rosto é difícil de visualizar.
-Pai? Um passo em direção à ele.
-Fique onde está. Aponta uma arma.
-Não posso te abraçar?
-Não gosto de abraços.
-Mentira.
-Tanto faz.
-Parece abalada. Como é rever o homem mais importante da sua vida?
-Modesto você.
-Não sou nem um pouco mesmo.
Rosamund manda uma mensagem para John. Sherlock percebe.
-Não era para chamar o Watson. Não quero que ele me veja.
-Você veio até mim pra quê?
-Você está com meu cachecol. Vim pegar de volta.
-Sério? Sherlock comediante?
-Não fala de mim na terceira pessoa. Eu estou aqui. Mas fica. Combinou com você.
-Responde.
-Pra você saber que me importo, amo você. Veio até Londres pra me ver? Agora está me vendo. Me esqueça.
-Aonde você estava? Qual é o motivo para fugir?
-Está mexendo com algo que não entende, Rosie.
-Então me faça entender! Grito. Raiva. Confusão.
-Quando precisar de mim outra vez, eu volto.
-Não pode fazer isso, não pode deixar John sozinho, não é justo. Fique aqui.
-Rosamund, não gaste meu precioso tempo com sermões, é entediante.
Ele vai andando em direção às sombras, com o objetivo de sumir.
-Eu falei para ficar aqui.
Sherlock para. Suspira. Se vira para Rosie.
-Olhe, John tava começando a lidar com tudo. Mas agora que você voltou, tem que ter compromisso com ele.
-Um dia vou falar com ele, talvez no aniversário...
-Ah, não minta! O John não é o seu chapéu que você tira e bota de novo na hora que quiser. A vida dele corre. Ele não tem que estar à seu serviço se você não estiver à serviço dele!
-Pare de berrar! Acha que eu queria estar longe dele? Mas aconteceu! O John não era mais útil como um detetive e....
-Chega! Eu também tive que ficar ausente por causa que algo não estava sendo útil pra mim. Tive que deixar Londres. Mas nunca abandonei nossa família pois esse é o papel de alguém que ama!
-Esplêndido, Rosie! Você é muito melhor do que eu, okay? Se sente melhor agora? Avise o John.
-Não vou fazer isto por você.
-Tudo bem, mando um enigma pra ele então! Sherlock gritou. Quando se virou, ouviu uma voz.
-Sherl! Que bom te ver. Senti tanto sua falta. Nem acredito que está aqui. John mal acredita. Era a melhor surpresa que sua filha poderia dar. Ele estava confuso e chateado com ele ainda, mas parece que só de saber que ele estava vivo... Fazia ele esquecer tudo.
Sherlock fica embaraçado. Tenta disfarçar.
-John, que bom que está aqui. Olha, apareceu um caso muito importante, teremos que... Vamos ter que adiar aquela xícara de chá que te prometi quando fui embora da última vez.
-Adiar mais do que já está adiado? Pergunta John, com clara frustração.
-É... É um caso para o governo. Fiz um contrato com eles, não tem como voltar atrás. Mas é só por algum tempo...
-Ah, sim. Claro, entendo. Tudo bem. Responde John, cínico.
-É só por alguns meses. Talvez um pouco mais. Eu te ligo daqui uns quatro meses e marcamos tudo como deve ser.
-Tudo bem, não tem problema. Diz John, num tom indiferente.
-Foi bom ver você, meu amor. Fala ele, com uma tonalidade melancólica muito incomum.
-Sim, Holmes. Disse Watson. Com raiva e secura na voz.
Sherlock fica despedaçado. Abaixa a cabeça e some num beco.
-Desculpa te fazer passar por isso, pai.
-Imagina. Ele até foi legal. Me chamou de "meu amor". Doce demais pro Sherlock.
-Pai, tudo bem ficar magoado.
-Por quê eu ficaria? Pelo menos ele avisou que estava indo dessa vez. Só fico chateado de ter gastado meu dinheiro e meu tempo pegando um táxi até aqui.
-Eu sinto muito, vou atrás dele e vamos mudar isso..
-Não. Não precisa fazer nada, minha filha. Eu disse que essa era a verdade e você não quis acreditar. Você é adulta agora. Não vai mais ficar me perguntando no café da manhã "Quando o Sherlock vai retornar?" Quem precisa do Sherlock? Questionou John, cheio de ódio.
-Ele não viu você sendo a melhor aluna da sua escola no Ensino Médio. Não nos ajudou a te arrumar no seus encontros com garotos durante o Colegial. Ele nem viu a gente pegando seu primeiro caso como detetive, mas você aprendeu sozinha! E você é a melhor nisso hoje, Rosie! A gente teve sete... Sete aniversários sem ele por perto. Ele nem mandou um e-mail... John começa a choramingar ao falar. Ele fingiu que a gente não existia. Some mesmo, Sherlock! Gritou Watson em direção ao beco.
Rosie tenta abraçar ele, mas ele segura o choro e fica de punhos cerrados.
-Não tivemos a ajuda dele antes, não vamos ter hoje.
-Pai...
-Ah, quer saber? Vou te ver se tornando uma detetive ainda maior que ele, ver você se casar com alguém maravilhoso, talvez ter filhos e vou ter que fazer você ser uma mãe excelente. Não vamos ter ele para isso, nem sua mãe porque ela morreu salvando a vida dele. Ele também não teria nada para ensinar de como se cuida de um filho! John berrou, ecoando para bem longe.
Rosie olhava com profunda tristeza. John se fazia de durão. Ficaram olhando nos olhos um do outro por muito tempo;
-Por que ele não se importa conosco?
John então começou a chorar nos braços de Rosie. Iria ser uma longa noite.
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Rosamund
FanfictionVinte anos depois de seus pais enfrentarem Eurus, Rosamund volta à Londres afim de encontrar seu pai Sherlock, mas ele está desaparecido há anos. Cabe a ela e a um amargurado John Watson encontrar respostas e lidar com sombras do passado.