Capítulo 30 - Coração bate forte

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(Coração bate forte)

Acordou em seu quarto, com um cheiro de torradas no ar. Kyra estava preparando um café da manhã que parecia sensacional.
-As pessoas precisam parar de me carregar quando eu desmaio na rua. -Diz Brayan rindo.
-Aliás, não basta saber de um monte de coisa, você sabe até aonde eu moro. Vai falar que você é uma espécie de estranhos igual a "minha coisa"? -Pergunta Brayan.
-Você não é uma "coisa". Você é um demônio. Não percebeu ainda?
-E como você tem tanta certeza disso?
-Acho que já posso abrir o jogo com você. -Kyra vira para Brayan com rosto sério. E continua...
-Você realmente não se lembra de mim?
-Eu sei que você está na minha memória de alguma forma, mas não consigo lembrar.
-Eu sou Amy Lee. Estudamos juntos a quatro anos atrás. Estou fugida literalmente da morte. Vim de Washington e deu uns jeitoso para conseguir documentos falsos e um novo nome. E quando você chegou em Virginia produzindo seus próprios documentos falsos eu pensei que talvez estivesse fugindo da mesma coisa que eu, então comecei a te observar. Daí percebi que era bem diferente. Você ativa os olhos vermelhos de sangue que é a primeira coisa que acontece com um demônio encarnado. Matou o espírito que perseguia seu amigo Matt. E eu sabia que aquela dor de cabeça era um sinal de que você iria tomar forma. Eu estava lá mas não me intrometi. Você podia perder o controle, sei lá.
-Aham...e ai? Você ainda não chegou no ponto que quer chegar. -Diz Brayan decidido.
-Não mesmo. O ponto é que eu tenho saudades da minha família e dos meus amigos. Eles não sabem que estou viva. E não aconteceu nada que eles falaram. Eu só tive um desmaio por ter tentado invocar a morte. Esse desmaio me levou para o hospital e ela estava lá. E eu fugi quando iria me trocar de quarto. Assim, outra pessoa foi enterrada em meu nome. E ninguém percebeu nada já que todo o serviço ficou para a funerária. Nenhum membro da minha família queria ver meu rosto morto e pediram pra fechar o caixão. Enganei a própria morte e fugi de Washington. A questão é que estou convencida de que só você pode me ajudar a voltar pra casa. Ou matando a morte, ou dando um outro jeito. -Kyra diz com lágrimas nos olhos.
-Kyra, eu mal sei o que está acontecendo comigo. Nem sei controlar direito. Nada me passa de raiva extrema e momentânea. Como é que eu vou matar a morte? E depois disso? Ninguém morrerá mais?
-Os ceifadores irão cuidar do resto. Você pode matar a morte.
-Então virão atrás de mim. Não é óbvio?
-E você acha que é fácil ou possível matar um demônio? -Depois dessa frase, houve um silêncio.
-Tudo bem...eu vou pensar. Vamos comer porque estou com fome. -Os dois riram e ali se quebrou um gelo. Estranho se pensar que enquanto Brayan dormia, Kyra não parava de olhá-lo.
Os dias foram passando. Brayan continuava saindo toda noite mas ele não conseguia tomar a forma totalmente novamente. Todas as noites via Kyra e eles tinham uma amizade interessante. Até que em uma noite. Algumas coisas deram errado. E em um assalto surpresa a um banco, matou um uma senhora inocente. Brayan se sentiu culpado e foi conversar com Kyra no alto do prédio de sempre. Ela sempre se apresentava com um estilo de roupa muito agradável para um "roqueirinho adolescente". Kyra o abraçou forte e disse:
-Olha meu demoninho. Você é ótimo no que faz, porém não podemos salvar todo mundo. Alguma coisa um dia tem que dar errado com alguém. -Brayan realmente estava se importando com a morte daquela inocente. De repente, Kyra pegou no rosto de Brayan e deu um beijo. Suave, com direito a um passeio das unhas de Kyra pela nuca de Brayan. Brayan esqueceu de tudo e se sentiu mais forte. Era como sentir suas forças se mexendo como moléculas quentes. De repente, outro barulho de sirene surge, e Kyra diz sorrindo:
-É a vida lhe dando mais chances. -Brayan sorri, coloca sua toca e pula abrindo suas asas em busca de ser útil mais uma vez para a sociedade. Era um demônio afim de fazer o bem. Nem cogitava machucar alguém.

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