Capítulo 4

141 33 174
                                    

Por Sam

"Você está muito pálida!"_diz Lizzy entrando no quarto e se assustando ao me ver._ "Você precisa tomar um pouco de sol."_ ela deixa o café da manhã em minha frente e saí do quarto. Minutos depois, já havia terminado de comer e Lizzy entra no quarto com o "Chefão". Agora vocês me perguntam como sei diferenciar eles, simples, ele é maior do que os outros e os demais usam umas plaquinhas na roupa, não seus nomes e sim números, e sempre estão encapuzados o que facilita bastante.

"Ela está pior do que você me disse Elizabeth! Vou autorizar sua saída até o terraço. E se por acaso tiver pensando na possibilidade de pular lá de cima para fugir, você morre antes!"_ sua voz era rouca e autoritária, meu corpo tremeu com suas últimas palavras, ele saiu do quarto e Lizzy me levou até o terraço. Estava parecendo uma presidiária! Olho ao redor e minhas esperanças diminuem mais. Estou no meio do nada! Me aproximo mais da beirada e agora entendo suas últimas palavras sobre morrer antes, aqui é muito alto!

O vento bagunça meus cabelos castanhos e os raios de sol refletem sobre minha pele branca, fazendo uma perfeita combinação, já estou até me imaginando com o cabelo todo embaraçado e minha pele igual a um pimentão. Não poderia estar melhor para combinar com minha cara provavelmente toda amassada! Lizzy estava ao meu lado apreciando a paisagem, que devo admitir que mesmo na minha situação de estar totalmente apavorada pelo lugar distante, aqui é muito lindo. Olho para baixo no exato momento em que um carro é estacionado e dois lindos garotos saíam por ele. Espera, eles não estão encapuzados. Um deles percebeu estar sendo observado e por um acaso seu olhar se encontrou com o meu! Aí credo, que clichê! Desvio meu olhar para Lizzy que estava observando tudo.

"Quem são eles?"_ pergunto para ela.

"Não queria ser grossa com você, mas tenho que seguir ordens e não posso falar nada que exponha a vida pessoal no "Chefão"!"_ então eles são família dele? Bom saber! (...) Acho que fiquei mais de uma hora no sol, e como constatado minha pele parece um pimentão!

"Preciso tomar um banho e passar bastante hidratante Lizzy. Tem como você arruma para mim?"_ ela olha para mim e assenti sem pensar duas vezes. É, devo estar péssima! Descemos, voltamos para o porão e fui até o banheiro. Coloquei as peças de roupas que Lizzy me deu e tomei um banho demorado. Taquei hidratante em mim e saí do banheiro. Fui acompanhada com ela até o quarto. Mas antes de chegar lá, vejo o "segurança" na porta conversando com os dois garotos de mais cedo. Eles logo param de conversam e me encaram. Não quero todos esses olhares em mim! Estou muito vermelha, estou horrível! Se bem que não poderia esperar coisa melhor, estou em cárcere privado!

"Quem é você?"_ o moreno pergunta. E antes que eu possa responder o "segurança" logo trata de os expulsá-los de lá, mas em momento nenhum pararam de me olhar, quando saíram sendo empurrados por ele, voltei para minha "cela". Estou tão confusa!(...)

"O que ele estava fazendo aqui?"_ uma voz esbraveja do outro lado da porta.

"Não me culpe. Você deveria controlar seu filho. Quase desco..._ não termina de falar pois, um tiro ecoa pelo ambiente.

"Tragam outro segurança aqui para o porão... Dei um fim nele... Porque mesmo está me fazendo perguntas?... Traga outro segurança! Fui bem claro?... Ótimo, te dou cinco minutos se não o mesmo vai acontecer com você!... Não posso fazer isso? Eu sou o chefe aqui!_ e o silêncio novamente reina por alguns segundos._ "Viu o que acontece com quem não faz o que eu mando?_ nenhuma resposta é ouvida, então constato que ele está falando com o cadáver. Doido!_ "Deveria ter feito melhor seu serviço! Sinto muito. Aliás não sinto não! Isso foi para você aprender!"_ estou convivendo com pessoas loucas! (...) Depois de um tempo abrem a porta, olho para o chão vendo uma possa de sangue e o novo "segurança" me entrega o almoço. Se ele fez isso até com um deles, imagina o que pode fazer comigo!

O resto do dia se passou bem rápido, Lizzy ficou comigo a tarde toda, estava um silêncio assustador mas sabia que o "segurança" estava no seu posto. Depois de te jantado, me deitei no colchão e fiquei encarando o teto por um bom tempo. Já estava caindo no sono quando escuto uma conversa.

"Po..de ir em..bora que d...aqui cuido.. eu!"_ a voz estava embolada.

"Não é uma boa ideia chefe!"

"Tá...surdo des...graça? Daqui cui...do eu! Agora so...me da m..inha... frente, an...tes q..ue eu...te mate!_ um frio se passou pelo meu corpo, passos firmes vão se afastando, a porta é aberta com violência e a luz é ligada. Ele estava sem máscara! Seus cabelos eram grisalhos, pele enrugada, olhos vermelhos, ele se drogou! Ele se aproximou e tentei me afastar, mas ele me encurrala na parede me dando uma sequência de socos. Está descontando a raiva em mim! Mas porquê? O gosto de sangue estava em minha boca. Ele não parava de me dar chutes e socos.

"Para... Por favor."_ minha voz saí entrecortada, estava perdendo a consciência, tento me afastar mas não adiantava.

"Cala...a boca..! Você...vai ter...o que mere...ce!_ e continua a me bater. Meus olhos estavam se transbordando em lágrimas! Eu não aguentava mais. A casa estava em um completo silêncio. E por um momento pensei que ia morrer. Mas precisava tentar!

"SOCORRO!"_ grito com tudo que tenho. Tento me afastar de seus braços que me prendem, dou um chute no meio de suas pernas e me afasto indo até a porta que por sorte não estava trancada, a abro, mas ele me puxa com tudo. Grito mais vezes. Estava perdendo minhas forças.

"SOLTA ELA!"_ uma voz grita entrando no quarto, o afastando de mim e o jogando na parede. Caio no chão. Minha cabeça estava rodando. Queria que ele morresse!_ "Fique acordada, por favor!"_ era a mesma coisa de não ter falado nada, pois no mesmo instante minhas vistas escureceram e eu desmaiei.

The Party (PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora