Queria eu poder pegar estes meus medos.
Estes meus danos. Os meus assombros.
Estas minhas dores, inseguranças e
desamores. As minhas flores mortas.
Todas as portas que não abrem mais.
Todos portos que não me abrigam mais.
Tudo de ruim que está a me habitar
e por em um potinho para deixar morrer, sem ar.
Mortes por asfixia.
E depois disso multiplicar pequenas alegrias,
Belas certezas e manhãs ao sol.
As boas novas da vida. As idas a praia.
As risadas e chamadas, os momentos todos,
com os que valem ouro.
Que valem as penas, ou melhor, as galinhas todas.
Pessoas que valem os segundos, os minutos, as horas e os dias.
Porque ultimamente me faltam dias bons e, geralmente, as manhãs são muito frias.
Os bons ventos me estão escassos e alegrias andam me fazendo muita falta.
Se pudesse tirava de mim tudo que quase me mata, que me enforca e faz falta
e deixava num potinho pra sofrer, tantos sofrimentos quanto me infligem.
E deixaria lá, todos meus problemas, pra morrer.
Causa da morte? Asfixia.
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Hey, Poesia.
Poetry"A poesia leva o extra ao ordinário..." (Guilherme Antunes). Um livro onde amores cotidianos, de rua, de esquina, poeira de estrelas, músicas e flores se encontram na portaria da casa e reúnem poesia, renascendo sentir. Vem cá, aconchegue-se, deixa...