Capítulo 5: Espectros negros parte 2

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Nos abraçamos forte ao nos vermos, parecia até que já se passaram mais alguns anos, mas para ela deveria ser só alguns dias.

— Eu vim vê-lo, não posso mais? — ela pergunta irônica sabendo que não podia. — Nossa… Você ainda não tirou essa cama do quarto. — ela ri baixo se sentando na beira do colchão e olha para mim. 

— Não consegui tirar ainda… — respondo um pouco baixo e taciturno encostado na parede. Observo ela com cuidado enquanto aguardava a real resposta da primeira pergunta… Cruzo os braços encarando ela.

— Eu… o vovô pediu para eu voltar e fazer uma última caçada com você e Isaac. Vai ser a última vez que nos encontraremos, então, será nosso adeus. — ela estava cabisbaixa ao falar. — Eu já não consigo me lembrar de muita coisa daqui.

A perda de memória está começando então… Tudo aqui não passará de um sonho em breve. Não sei o que Isaac veio fazer aqui com ela, mas seria uma oportunidade de algum confronto nosso. A ansiedade tomava conta de mim aos poucos.

— Lana, eu… nem sei o que dizer. — me aproximo dela e fico de cócoras na frente dela. Ela me dá a mão e eu a acaricio devagar. O velho sempre nos alertava disso, essa perda de memória quando frequentamos por um longo período de tempo o mundo acordado. Era irreversível…

— Não precisa. — sorriu um pouco triste. — Desde que nossa caçada seja como nos velhos tempos. Me fará feliz. 

Assenti e fui abraçar ela. Eu tinha que dar a melhor última caçada da vida dela, pena que o sonhador veio junto, mas era a minha função fazer algo especial. Lana foi me esperar no bar enquanto me arrumava devidamente. Eu tinha uma parada antes de ir, já que meu rival estava ali… 

Terminei de por a armadura com capa e pegar os equipamentos, sai pela janela caindo em um portal que abri no chão, o mesmo me levou direto para a barreira do sonho e pesadelo… 

— Demônia! Apareça! — não tenho tempo para esperar. Olhava em volta e sentia minha respiração ficar pesada e sorri. — Demorou…

— Está pronto para sua vingança? — ouço a voz dela em meu ouvido direito. Seu bafo gelado arrepia minha pele da nuca e dos braços, não havia percebido que sua presença era tão gelada assim parecendo morta.

— Preciso de um pouco mais da prova. — seguro o rosto dela com a mão esquerda e me viro devagar, puxando seu rosto para ficar de frente para o meu e próximo também. — Penso em aceitar a vingança, mas preciso ter certeza antes. 

Ela sorri e se afasta um pouco, segurando minhas mãos, sinto ela me puxar para além da fronteira. O chão, o céu e o horizonte ficavam cada vez mais negros a cada passo até estamos no quase preto total, aquele cinza tão escuro que faltava pouco pigmento para o preto. 

— Absorva seu poder… — ela por fim diz parando de me puxar e soltando minhas mãos. 

Movo minhas mãos para frente com as palmas para baixo, começo a sentir uma energia densa sendo atraída para minhas mãos e penetrando em minha pele.

— Aliás, demônia não deve ser seu nome, não é? Qual seria? — pergunto olhando para ela ao meu lado. 

— Bom, meu nome é … — ela se aproxima novamente para sussurrar seu nome. Inaudível e incompreensível para alguns. Sorri de lado. — O que vai fazer com essa prova de poder? 

— Assim como seu nome, é inaudível. — ri baixo. Ela não entenderia mesmo o que eu iria fazer. 

— Já chega… — ela me empurra para o lado cortando a energia que vinha para mim. 

— É pouco, pensei que me daria um pouco mais de poder. — paro de falar e ela aponta para minhas mãos. Estavam completamente negras, com garras ao invés de unhas, veias escuras subia pelos braços como se tivesse veneno sendo injetado. — Eu não tinha percebido. 

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⏰ Última atualização: Jan 09, 2023 ⏰

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