Despertar

9 2 0
                                    

Lucy demorou meia hora para se recompor, quando parou de chorar, lavou as mãos, mais uma vez, e foi arrumar o rapaz, pegou dois antigos travesseiros que estavam encostado em uma prateleira, colocou na cabeça e nas costas dele, afastou os cabelos loiros para trás e quando viu o rosto dele mais de perto, percebeu o quanto ele era bonito, as sobrancelhas grossas, a boca fina e o rosto bem desenhado.

Depois, com muito jeito, ela tirou o casado de inverno, a blusa de lã e a blusa de malha que ele usava. Ao chegar à camisa, desabotoou-a devagar e constatou que ele tinha um corpo forte, pra dizer a verdade, bem sarado. Lucy sentiu suas bochechas arderem, como podia sentir vergonha de um cara desacordado?

- Você é louca, Lucy...pirada! – disse ela para si e olhou em volta, sabia que algumas daquelas caixas jogadas, tinham roupas do seu pai. Lucy começou a procurar, depois de vinte minutos, encontrou as antigas roupas de seu pai, ela pegou uma camiseta de banda, preta e uma blusa de lã que seu pai usava quando ela era pequena.

Ao vestir as roupas antigas do pai no rapaz, ela percebeu que ele ficou com um ar despojado, até deu uma risadinha. Depois, ela pegou uma coberta que estava na prateleira e o cobriu, quando ele acordasse, veria o que poderia fazer.

Lucy olhou para seu cesto de roupa e começou o que inicialmente tinha ido fazer lá, colocou seu uniforme, algumas meias e calcinhas na máquina e a ligou, depois, pegou as caixas que tinha mexido para encontrar as roupas e começou a separar o que iria para doação e o que continuaria no mausoléu da família. Depois que suas roupas lavadas passaram para a secadora, Lucy pegou as roupas sujas de sangue do rapaz e seu lenço ensanguentado e os colocou para lavar, enquanto mexia nas caixas, achou uma garrafa de sabão para roupas, novinha, sua mãe deveria ter escondido ou esquecido onde tinha guardado.

Uma hora depois, Lucy estava estendendo seu uniforme num varal que ficava perto das janelinhas, as roupas do rapaz já estavam na secadora, quando ouviu um resmungo baixo. Ela se virou rapidamente e fitou o rapaz, que agora começava a se mexer. Ela largou o uniforme no varal e caminhou até entrar no campo de visão do rapaz.

Ao perceber aqueles olhos azuis, Lucy sentiu um calor subir até suas bochechas, mas o rapaz não parecia nada satisfeito de encontrá-la.

- Quem é você? Onde estou? – perguntou ele num tom autoritário.

Lucy sentia as palavras se formando em sua boca, mas ela não tinha coragem para dizer, a maneira como ele a olhava a fazia se sentir um lixo, como se o susto e as providências que ela tinha tomado para não deixá-lo sangra até a morte não tivessem importância.

- Um dragão comeu a sua língua garota, onde estou? – perguntou ele tentando se sentar, mas sentindo muita dor na lateral do corpo.

- Está na minha casa...- começou ela a dizer baixinho...- você está no porão da minha casa e não fale comigo desse jeito! – terminou ela dizendo entre os dentes e sentindo a raiva crescer em seu peito.

- Quem é...- mas ela o interrompeu.

- Quem tem que dar explicações aqui é você, de repente, aparece todo ensanguentado, quase morto no meu porão e vem me exigir respostas, como se eu fosse um livro qualquer que tivesse todas as respostas que você precisasse...eu deveria ter te deixado sangrar até morrer! – esbravejou ela, que apertou as mãos até suas unhas machucarem as palmas da mão.

O rapaz a fitou com um olhar assustado, percebeu o quão irritada ela estava e decidiu mudar seu tom de voz, já que ele podia sentir um curativo na lateral de seu corpo e com certeza, era daquilo que ela estava falando.

- Me desculpa...- começou ele com a cabeça baixa -...eu me chamo...Draco Malfoy e não sei por que vim parar aqui.

Draco e LucyWhere stories live. Discover now