Épilogo

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 No domingo meus pais vieram nós buscar na escola. Morgan segurava minha mão e a balançava no ar em um ritmo lento. Eu peguei o habito de gravar tudo na memória: o brilho nos seus olhos, a covinha do seu sorriso, a forma como a luz do sol estava batendo no seu rosto, tudo era precioso demais para perder.
  Ele me leva até o carro e cumprimenta meus pais e então nos entramos. Eu sei que eles se preocupam comigo, se preocupam que tudo aconteça outra vez e não tiro esse direito deles, apesar de saber que está tudo bem agora.
  É engraçado como tudo do cotidiano parece magico aos meus olhos, como tudo parece certo. Meu pai muda a música do rádio e minha mãe revira os olhos para algo que ele disse e é perfeito a forma como eles combinam.
  -Eu amo vocês. -eu digo e isso nunca soou tão verdadeiro como agora. 
 Morgan aperta um pouco mais minha mão e sorri. A sensação de ter ele ao meu lado é maravilhosa, então sorrio para ele de volta.
 As pessoas nunca imaginam o que pode vir a acontecer na vida delas. 
 Eu, com dezessete anos nunca poderia ter imaginado o que aconteceu na minha. Eu provei a rejeição, o amor e a morte, com certeza não foi o melhor caminho, mas me levou até a felicidade.
 A morte não é o maior desafio do ser humano, o que todos temem é o amor, porque ele pode te virar do avesso, te enlouquecer ou te transformar em uma pessoa nova, mas quem ama de verdade nunca acaba só.
  Eu fui até o fundo do lago e me agarrei ao meu último abrigo, me agarrei ao amor e não espero solta-lo tão cedo.

Meu último abrigo (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora