Tu tá achando que eu sou quem, a Super Girl?

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18h30, essa já é segunda vez que consulto o meu relógio de pulso, a última foi há 05min atrás e já era 18h30, aff essa hora não passa. Nuss, será que o Bernardo não vem? Sou muito impaciente quando o negócio é esperar aff.

18h31, beleza depois de meia hora agora que se passa 1 min aff. Será que ele vem? Meu, ele disse que que tava saindo de casa, era 18h20, ou seja, ja se passaram 11 min,  pow ele mora onde que é tão longe, em Narnia?

Quando ele mandou a mensagem tava acabando de me arrumar, não quis inovar muito para esse encontro, como será na casa dele, optei por look bem mais caseiro, peguei uma calça jaens justa mas elástica que dá um efeito muito maneiro no bumbum, da uma impinadinha nele hahahaha, uma blusinha verde que deixa um pouco a barriga amostra e estou estreando minhas sandálias novas, são lindas, correia com detalhe cor de ouro com madrepérola enfeitando-a. Dei uma nota por elas, mas valeu a pena, são lindas e confortável, solas antiderrapantes ótimo para andar nessa rua que quando chove fica escorregadia.

Vejo uma luz vindo em minha direção, é uma moto. Meu coração acelera, deve ser ele. É ele. Ele chega numa Cavazaque 600, mdss que moto lindaaaa. Ele está com uma calça jeans marrom, com uma camisa polo branca e por cima um blazer azul marinho, ele está perfeito. Tira o capacete.
- Eai vamos? - Fala me entragando um capacete cinza.

- Vamos sim. - Digo pegando o capacete.


O percurso até o apartamento demorou pouco mais de 10 min, uma pena, adoro andar de moto, apesar de não saber pilotar, e  não é todos os dias que se tem oportunidade de andar numa Cavazaque 600 cilindradas. O prédio dele tem uma fachada linda, todo espelhado. Entramos no prédio, passamos pela sacada quando chegamos diante do elevador, instintivamente nos olhamos.
- Não é melhor irmos de escada? - Falo com num tom cúmplice, como se compartilhasse uma piada que só nós entendíamos. damos risada.
-Não, esse não tem perigo, assim espero. - Rimos novamente.

Chegamos ao apartamento dele, mds é enorme, acho que cabe uns 10 apartamento meu só nessa sala. Além de grande ele é muito lindo, é bem decorado os móveis até parece obra de arte de tão bem acabados. Tudo é lindo, luxuoso e requintado.

- Seja bem vinda à minha humilde residência. - Fala ele num tom hospitaleiro.
- humilde? Cara se você chama essa luxuosidade toda de humilde, nem quero vê o apartamento que você considera elegante luxuoso. - Dou uma risada de leve.

Abrimos um vinho, cara que vinho...sabe muito bom, tipo maravilhoso! Para quem está acostumada com catuaba, beber um vinho importado envelhecido por décadas em barris do sul da Itália, é simplesmente fabuloso. Degustamos uns queijinhos importados deliciosos.

Ele me mostra sua coleção de discos de venil. Admiro a capa são lindas e ao mesmo tempo tão simplórias.

-Esse é o primeiro do Tinico e Tinoco. - Diz ele me passando um disco.
-Que bancana, nuss como aqui eles estavam bem novinhos. Será que ainda funciona?

- Funciona sim, eu tenho uma vitrola no meu quarto, ponho esse e os outros pra você ouvir, quer ouvir?
- Adoraria.

Fomos para o quarto dele. E meu, que quarto, parece um quarto montado para exposição. Tudo perfeito, nada fora do lugar. Nem de longe lembra o meu muquifo de quarto. Ele põe um venil pra tocar.
- O que achou do som? - Pergunta ele animado, parecendo uma criança que acaba de mostrar o brinquedo novo ao amiguinho.
- Muito legal, fascinante! - Falo tentando parecer mais admirada do que realmente estava.
Começa a tocar uma musica lenta e romântica, ele toma minha mão e me puxa pra dançar.

Dançamos coladinho, sinto o aroma do perfume dele e o quente da sua respiração no meu pescoço. Ele olha nos meus olhos e diz:

- você é muito linda, Vanessa.
- Obrigada, são seus olhos. - Digo roborizada.

Ele dá um sorriso maroto, pega no meu queixo e puxa para um beijo. E que beijo. Ele beija muito bem, beija suave, sem pressa...e quando me beija pega firme na minha sintura me puxando para mais perto dele.

Estavamos nos beijos e amassos, digo, abraços kkk. Quando ouço gritos vindo da porta da sala pra fora.
- ABRAA ESSA PORTA, BERNARDO, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ COM UMA VAGABUNDA AÍ!
- Fudeu, é minha noiva!
- Noiva? Você não me disse que era noivo, Bernardo. - Falo surpresa e indignada.
- Você não me perguntou.
Não tenho presença de espírito pra responder esse despautério, dou-lhe um tapa na cara e saiu em direção a porta de saída.
- Nãooo! Pela amor de Deus não, você não pode da de cara com minha noiva, ela é louca, ela te mata e depois me mata também. - Diz o Bernardo, aflito, segurando meu braço.
- Solta meu braço! - Falo furiosa.
- Vanessa, não tem jeito, você terá que se pendurar no para-peito do lado de fora da janela.
- Tu tá achando que eu sou quem, a Super Girl? Estamos no 11° andar se eu cair dessa altura não me escapa nem alma.
- ABRAAAAA ESSAS DESGRAÇA SE NÃO EU MANDO DERRUBAR ESSA BOSTAAA! - Não precisa nem eu dizer o quanto ela está puta, né?
- Você não vai cair, tem uns ganchos que você pode segurar, é só por uns minutinhos enquanto eu acalmo ela, aí eu volto para te resgatar. Faz isso Vanessa, se você não fazer isso, é capaz de acontecer uma desgraça aqui hoje, caso minha noiva te pega aqui.
Ouço murros e chutes na porta como se tentassem arrombar a porta.

Não teve jeito, o jeito foi correr pra janela e pendurar-me no parapeito pelo lado de fora.
- ABRAAAA LOGO, BERNARDO, SEU FILHO DE UMA RAPARIGA, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ! EU VOU TE MATAR SEU DESGRAÇADO! - Grita a noiva irada.

- CALMA, ROBERTAA, ESTOU PROCURANDO AS CHAVES, MEU AMOR! - Grita o salafrário enquanto da fim às provas do crime.
- Pronto! - Diz o energúmeno ao abrir porta.
-

Cadê a mulher? Onde você escondeu a sirigaitazinha safada.
- Que mulher, amor, tem mulher nenhuma aqui não, além de você.
- Tem sim, pq me ligaram dizendo que te viu entrando no prédio com uma vagabunda.
- Você tá vendo alguma mulher aqui, Roberta? Meu, para de ser doida. Acredita em tudo que te falam. Você precisa confiar em mim, como vamos nos casar se vc não acredita no seu próprio noivo. Não tem mulher aqui não, pode vasculhar o apartamento inteiro. - Diz o pilantra se fazendo de vítima.

Ela segue o conselho dele, e vasculha o apartamentos inteiro. Só não me encontra por motivos óbvios.
Enquanto estou pendurada no parapeito segurando nos ganchos só consigo pensar em uma coisa:
"Não olhe pro chão! Não olhe pro chão! Vou matar o Bernardo! Não olhe pro chão"!
Ôh meu São Damião se o senhor me tirar dessa eu prometo que dessa vez acendo aquela vela pro senhor, na verdade acendo 3 porque 2 já tô devendo do livramento do apuro da semana passada.

O clima ainda está pegando fogo dentro do apartamento. Não da pra esperar mais. Resolvo sair daquela situação por conta própria, começo escalar o parapeito a procura de uma saída. Graça as minhas sandálias antiderrapantes, consigo sustentação e equilíbrio necessário para chegar na janela do quarto do outro apartamento que, graça a São Damião, estava aberta e sem tela de proteção. Pulo pra dentro do quarto. O quarto está mal iluminado, vou caminhando lentamente em direção a porta do quarto. Abro e levo um susto...


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