Um Amor em SP

A ovelha negra da família

- Ricardo Júnior, boa noite, tudo bem?- Falo como se fosse pega em flagrante assaltando a geladeira na madrugada.
- Tudo bem, Vanessa, e com você? - Responde ele me dando um beijinho de lado.
- To otima. - (cof cof mentira kkk)
- Então que surpresa te vê aqui no meu prédio, mas se mal lhe pergunto o que faz por aqui a essa hora?
- Éh...então...sabe...sabe a Paula? - falo meia caguejando tentando inventar uma desculpa na hora.
- Sei, a neurocirurgiã amiga do meu pai.
- Então ela mesma, também somos amigas, aliás super amigas, tipo best friend...então continuando... ela me convidou para vim aqui com ela, ai eu vim, mas não me senti bem e resolvi ir pra casa nem cheguei a entrar. - Diz eu numa atuação digna de um Oscar.
- Ah sério? Mas o que está sentindo, não quer entrar e tomar um copo de água ou alguma coisa pra vê se melhora? - Diz ele com a carinha preocupada, óh, ele não é um fofo?
- ah não, só foi uma vertigem já to bem. Não se preocupa. - Diz eu meio mal por te-lo preocupado atoa.
- Tá bem, mas o que sua amiga queria com meu pai?
- Bem, eu não sei ao certo, pq nem sou neurocirurgiã nem nada, mas ela me disse que precisava vim falar com seu pai pra ele ajudá-la com um caso rarismo de um paciente com tumor no cérebro, já que seu pai é o doutor Ricardo, um dos neurocirurgião mais respeitado e aclamado do Brasil, além de ter sido o professor e mentor dela...então ninguém melhor do que ele pra ela recorrer nesses casos assim.
- Ah, tá. Faz sentindo kkk. Mas antes de você ir pra sua casa, aceita tomar um suco comigo na lanchonete aqui do lado?
Mdss até que enfim alguém me chamou pra tomar algo que preste. Já não aguentava mais ser convidado pra tomar cerveja, negócio ruim da bubônica.
- Claro, to morrendo de fome kkk.

Fomos para lanchonete. A lanchonete é lindíssima, também fica numa área nobre, não poderia ser uma lanchonete pé de chinelo. Pedimos nossos sucos, eu pedi um suco de maracujá, tava precisando depois do nervosismo que passei naquele quarto e ele pediu de laranja. Pra acompanhar pedi um pastel à moda da casa e ele um croissant.
- Então como vai sua recuperação? Está fazendo em casa os exercício que lhe passei?
- Ah, estou sim Vanessa. Você é uma excelente fisioterapeuta, já vejo uma melhora significativa em mim, graça a você.
- E a Deus, né? Fico feliz por sua recuperação está sendo tão rápida. Logo logo você estará novinho em folha e pronto pra outra kkk
- Assim espero, mas pra outra jamais kkk Deus me livre.
- kkkk ne.
- Mas eai tendo um pai neurocirurgião, reconhecido no mundo todo e diretor geral de um importante hospital de São Paulo, como é que você não é médico, cara?
- Kkkk Sempre me faço essa pergunta? Mas te falo a pressão para eu seguir carreira na medicina foi grande kkk. Porque meu pai é médico, minha mãe, que Deus a tenha, era médica e minha irmã, a Carla, é fisioterapeuta, ou seja, eu sendo um economista, é tipo um intruso na tribo. A ovelha negra da família kkk.
- Meus pêsames pela sua mãe
- Ah, sem problema rs já faz uns 10 anos que ela se foi. Já superei a dor e agora só a saudade dos momentos bons e ruim lógico rsrs.
- Entendo. Mas meu.. sério, que a Carla Fernandes é sua irmã? Ah..Fernandes kkk, nunca tinha adinado que o sobrenome dela era o mesmo do seu Ricardo por isso kkk, achei que era só coincidência kkk.
- Sim somos irmãos. Ela é minha irmã mais velha e a única também.
Caraca maluco, a chatonilda da Carla é filha do todo poderoso, mds.. nem parece, ela é tão humilde. Agora eu admiro essa mulher, pq muitos sendo filho de quem ela é, com certeza  seria um nojo, e ela não é tão chata assim..só é chata com essa história de casamento dela aff kkk, mas de resto é muito simpática. Simpática até demais kkk.
- E você, o que te levou a ser fisioterapeuta?
- Meu irmão.
- Como assim?
- É que quando ele tinha 7 anos, ele correu pra pegar uma bola e aí foi atropelado por um carro. Ele ficou todo quebrado, achamos que ele nunca mais iria andar. Mas graça primeiramente a Deus e depois um fisioterapeuta ele conseguiu se reabilitar sem sequelas depois de várias e várias sessões de fisioterapia. Nessa época eu tinha 9 anos, e fiquei com isso em mim, de também dedicar minha vida a reabilitar e devolver a vida funcional a um pessoa acidentada.
- Nossa isso é muito bonito, ajudar os outros, dando-lhe a oportunidade de voltar a uma vida normal após um acidente.
- Pois é rs. A Carla vai casar, e você já tá pensando em casar também? - Pergunto tentando manter um ar de mais desinteressada possível.
- Ah, não, pelo não mais. Tava quazd2 noivo há alguns meses atrás, mas não deu certo.
- Que pena, sinto muito por você. - Falo consternada.
- Sem problema, não era pra ser.
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