Maldito telefone

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"Estava tudo indo tão bem. Eu não sei o que aconteceu, e nem o porquê. Mas o meu coração agora está quebrado e eu não consigo ter forças para juntar os pedaços"

...

- Okay... Só mais um pouco...

- Dean, eu estou ficando curioso.

- Voilà! - Dean retirou a venda dos meus olhos rapidamente. Fiquei muito surpreso com tudo que estava em minha frente. Não parecia ser real.

Uma pequena mesa em um ambiente pouco iluminado me chamou a atenção. Em cima dela haviam dois pratos, duas taças e uma garrafa de vinho barato sob uma toalha branca que tinha aspecto de ter sido guardada havia anos, e só retirada da gaveta naquele dia.

Estávamos no bunker. O local era iluminado apenas por algumas velas e luminárias discretas espalhadas pelos cantos. Tudo parecia ter sido bem planejado. Sam não estava lá, e me desejou sorte quando saiu. Ele disse "Tudo vai parecer estranho no começo, mas ele está se esforçando...". Agora entendo o porquê.

- O que acha? - Dean parou ao meu lado, analisando com um largo sorriso tudo o que fez para aquela noite.

- Dean, eu estou muito surpreso! Está tudo muito lindo! Obrigada!

O som de um sino interrompeu o discurso que eu estava planejando fazer. Dean estalou os dedos e foi até a cozinha. Depois de alguns minutos voltou com um grande frango assado em mãos, usando luvas coloridas nas mãos para não queimar.

- Eu quero que tudo seja especial essa noite - colocou a travessa ainda quente em cima da mesa. - Nem que eu tenha que assar um frango idiota ou usar uma toalha de mesa diferente.

Ele se aproximou devagar e me deu um rápido beijo. Ele parecia estar nervoso, pois quando sua mão esquerda tocou em minha nuca ela tremia. Logo então, se afastou e puxou uma cadeira.

- Por favor, sente-se e aproveite o jantar feito pelo melhor cozinheiro do mundo, Dean Winchester. Mas não se acostume. Isso aqui dá um trabalhão de fazer.

O sorriso dele naquela noite era o mais lindo, o mais radiante e mais alegre que eu já tinha visto. Ele estava feliz ao meu lado, e eu mais ainda ao lado dele. Tudo aquilo era quase como um sonho, ou um filme que o Sam assiste escondido durante a madrugada.

- Dean, eu não acredito que tudo isso é pra mim. Você é incrível! É simplesmente um homem perfeito! - Eu disse enquanto ele me encarava com um leve sorriso. Eu não sabia como expressar o tamanho da minha alegria e da minha gratidão por tudo que ele havia feito, e ele entendia isso. Acho que ele percebeu pelo fato de eu não conseguir parar de sorrir. Realmente, tudo parecia tão mágico que eu estava me sentindo muito bem.

E a noite estava apenas começando...

...

Já estávamos satisfeitos com a comida, que inclusive, estava ótima. Dean ria alto com algumas lembranças e histórias que contava de experiências na escola, quando adolescente.

O seu nervosismo de antes permanecia explícito em sua fala. Ele estava ansioso, presumi na hora. Dean não estava bêbado. Ele havia bebido muito pouco, e estava sóbrio. Eu não conseguia decifrar o que estava se passando em sua mente.

- Cass, eu... Sinto muito por ter sido aquele babaca de antes. Eu estava com medo de ter sentimentos por você. Não parecia ser o certo pra mim. Eu estava confuso, e... - Deu um suspiro longo, com o olhar voltado para baixo. - Você é tudo o que eu tenho agora. Eu não consigo parar de pensar em você nem por um único momento, e isso me assusta. Nunca aconteceu comigo antes, eu não sei se vou conseguir um dia ser a pessoa que você espera ter do seu lado. Mas, Cass, eu vou dar o meu melhor pra você. Eu te amo.

Quando Dean havia terminado sua fala, meu coração já estava apertado, e meus olhos com lágrimas que quase escorriam pelo rosto.

Dean se ajoelhou em minha frente com uma pequena caixinha em mãos, olhando em meus olhos.

- Dean, o que você está faz....

- Eu te amo, Castiel. Você quer namorar comigo? Tipo... Namorados de verdade. Sem mais segredos, foda-se o que as pessoas pensam da gente. Você quer tentar a sorte comigo?

Ele sabia qual era a minha resposta, e mesmo assim teve todo o trabalho de perguntar. Eu não queria pensar no futuro, queria pensar no presente. E tudo me dizia que era com aquele humano que eu deveria ficar.

- Sim, Dean. Eu aceito. Eu te amo...

Ele levantou-se muito rápido, pôs o anel em meu dedo e me beijou. Foi o melhor beijo de todos.

Estávamos felizes, e queríamos ficar juntos. Mal sabíamos o que viria pela frente, as tantas surpresas e confusões. Mas estávamos nem aí pra isso. Apenas focados naquele momento que eu queria que fosse eterno.

Fomos para o quarto, onde a cama estava muito arrumada e o local era pouco iluminado também. Suas mãos apertavam meu quadril durante o beijo. Tudo acontecia em câmera lenta. E, por Deus, estava muito calor lá dentro. Dean me deitou na cama lentamente, ficando por cima de mim. O volume em suas calças já era bem visível, e o meu também. Se nossos corpos se queriam, quem somos nós para recusar?

Dean tirou minha blusa e a sua, logo grudando seus lábios nos meus em um ato voraz.

E de meus lábios, ele partiu para o pescoço com beijos quentes e molhados. Sua língua percorria por toda a extensão do meu peito, e... admito que aquilo fazia cócegas. Ele abriu o zíper de minha calça, com os olhar fixo no meu. Todas as sensações eram novas e muito agradáveis para mim, até que...

O telefone tocou.

Dean ignorou o toque do aparelho, e continuava dando chupões em minha barriga com vontade. Até que ele se cansou do som estridente e viu que a chamada era do Sam.

- Eu não vou atender.

- Atenda, Dean. Pode ser uma emergência.

- Esperei muito tempo pra isso acontecer, não é um maldito telefone que vai me fazer parar agora - desligou o aparelho.

E foi naquela noite. Foi naquele momento. Eu nunca senti tanto prazer na vida.

Dean Winchester era o melhor. Em todos os sentidos.

Castiel's DiaryOnde histórias criam vida. Descubra agora