Cap. 4

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Foto: Luíza Cardim

Quando já estamos no saguão do hotel, Bernardo coça a cabeça como se estivesse se lembrando de algo.

- Esqueci minha pasta de documentos, você pode buscar pra mim? Por favor. - diz me dando o cartão chave.

- Posso sim!

- Vou lhe esperar aqui, só vou buscar o carro!

- Tudo bem.

Entro no elevador, aperto o botão do sexto andar, já estou ficando desconfortável só em pensar que verei a italiana novamente tão cedo. Chego ao nosso andar, vou até a porta do quarto de Bernardo, passo o cartão chave e a porta se abre.

O quarto é igual ao meu, mas o que chama a minha atenção é o mesmo ter duas camas. Será que são aqueles casais esquisitos que não dormem juntos?

Observo o quarto à procura da pasta, a vejo em cima da mesinha, me aproximo, vejo que ao lado da pasta tem um cartão, o pego e leio o nome escrito:

"Luíza Cardim Castell "

Então esse é o nome completo da minha best.

Pego a pasta, saio sorrindo do quarto pela minha ironia, não sou pirracenta, mas quando tiro pra ser, até o cão duvida!

Chego a portaria do hotel, vejo Bernardo parado ao lado de uma Mercedes preta. Ele realmente dá conta de tudo.

Entrego a pasta pra ele e sento no banco do carona.

Fomos todo o trajeto em silêncio, depois de quase vinte minutos ele para em um prédio de quinze andares. Entramos, vamos direto para o elevador, ele parece saber aonde temos que ir.

Ao chegarmos ao décimo andar, seguimos por um corredor e entramos em uma sala toda de vidro.

Nela está oito homens e apenas duas mulheres, todos estão bem vestidos e com uma pose de pessoas importantes, sinto vontade de rir disso.

- Não precisa dizer nada, só quando falarem com você e anote o que achar importante! - diz meu chefe, reviro os olhos, ele realmente está querendo ensinar o padre a rezar a missa. Ele me ver revirar os olhos, me encara como se quisesse me bater.

Depois que todos se cumprimentam, cada um ocupa suas respectivas cadeiras, um homem baixo rechonchudo que eu imagino ser o mentor, auxilia a reunião pelo slide à nossa frente.

Foi exatamente uma hora de reunião, eu e as outras duas mulheres estávamos alí de enfeite, tenho certeza. A reunião era para os empresários e executivos. No meu bloco de anotações não tem quase nada escrito, me sinto incomodada com isso.

Já estamos no carro, vejo Bernardo me olhar pelo canto do olho.

- Quer comer algo?

- Não! - respondo rápido demais, ele faz uma careta estranha.

Segue dirigindo pela avenida que dá para o hotel, quando inesperadamente vira em uma rua diferente.

- Onde estamos indo? - pergunto.

- Estamos indo comer! - diz me olhando,  em seguida me dá o sorriso mais bonito que eu já vi, nem parece o mesmo homem, sorrio de volta.

Estaciona o carro em uma lanchonete, entramos juntos, sentamos em uma mesa que dá pra ver o movimento da rua. Uma garçonete baixinha de cabelos cacheados vem até nós.

Eu peço pães de queijo com um copo de leite e ele panquecas com suco natural de laranja.

- O que achou da reunião? - pergunta me observando comer.

Meu Chefe Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora