Cap. 30

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P.O.V: Estela Ferraz

Chegamos ao Rio de Janeiro três semanas antes da inauguração da sede em São Paulo, estamos no carro indo para a casa de nosso primogênito e Carlos se agita e bate os dedos no volante ao ritmo de uma música brasileira de axé, mesmo morando fora do país ele nunca abandonou o gosto pelas coisas do Brasil e principalmente pelo carnaval de Salvador, inclusive em que ele me obrigou a ir algumas vezes, não que eu ache ruim mas não tem nada a ver comigo, somos o famoso casal "os opostos se atraem" mas isso nunca foi problema pra nós, ao contrário, nos fez formar uma família linda.

- Ainda lembra onde é a casa de nosso filho? - pergunto arrumando a franja que cai por cima do óculos escuros.

- Como posso me esquecer daquele barzinho que tem na esquina do condomínio? - pergunta ele abaixando o óculos e piscando pra mim e eu reviro os olhos e juntos caímos na gargalhada.

Entramos no condomínio de mansões com o cumprimento caloroso do porteiro que diz que nossa alegria estava fazendo falta.

Ao estacionar em frente a casa de Bernardo, meu marido cavalheiro vem abrir a porta do carro pra mim, como faz sempre.

- Estamos de volta minha dama! - diz ele sorrindo e pegando em minha mão.

Após alguns segundos Rosa abre a porta perplexa.

- Dona Estela!? Senhor Carlos Henrique!?

- Em carne, osso e vida Rosa! Deixe de besteira e nos dê um abraço mulher! - diz Carlos a puxando para um abraço a três.

- Onde está Bernardo!? - pergunto impaciente de saudade.

- Está no quarto, talvez dormindo. Vou chamá-lo! - diz Rosa subindo para o segundo andar.

- Tem algo errado, Bernardo nunca foi de ficar na cama até essa hora! Mesmo sendo sábado, ou estaria trabalhando, ou na piscina, ou malhando...qualquer outra coisa! O tempo pode ter passado, mas meus filhos são os mesmos. - falo olhando para a escada que dá acesso ao segundo andar.

- Para de cisma, as pessoas mudam! - diz Carlos se servindo de whisky e eu reviro os olhos.

Homens acham que entendem de tudo, mas a verdade é que não sabem de nada. Humpf!

Meio minuto depois Bê desce a escada pulando de 2 em 2 degraus e com um sorriso lindo no rosto.

- Mãe, pai! - diz ele nos abraçando ao mesmo tempo.

- Dois anos sem te ver e você está cada vez mais lindo meu filho, isso é possível!? - pergunto sorrindo e olhando pra ele com puro amor e ele beija minha testa.

- Te amo dona Estela! - diz ele.

- E eu como fico nessa história!? - pergunta Carlos com tristeza fingida.

- Está tão carente assim que eu ainda preciso falar que te amo cara!? - pergunta Bê sorrindo e abraçando o pai.

- Só tenho 3 coisas pra dizer: 1°, estou com ciúmes, 2, por quê não avisaram que viriam pra cá!? E em 3° lugar, pai você está cada dia mais gato e parecido comigo! - diz Rodrigo abrindo os braços pra nos receber com carinho.

- Quem vai ficar com ciúmes agora sou eu! - falo fazendo birra.

- Não preciso falar que a senhora é maravilhosa! - diz ele me beijando.

- Temos filhos maravilhosos! - falo para Carlos.

- Minha genética é muito boa! - diz ele e caímos na gargalhada.

Passamos a tarde toda juntinhos e me dá vontade de voltar a morar na cidade maravilhosa só pra ficar pertinho dos meus filhotes.

Bernardo e Rodrigo decidem que nossa chegada merece uma comemoração digna e eles reservam uma mesa no restaurante "D'Black" em que há uma boate e Carlos logo concorda com animação e eu adoro isso nele.

Meu Chefe Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora