Cap. 2

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Foto: Bernardo Ferraz

Acordo mais cedo que no dia anterior para não ter atrasos, meço a temperatura de Enzo e mamãe está certa, ele poderá ir a escola. Passo no quarto dela e a comunico sobre o estado de dele.

Volto ao quarto do meu menino, lhe dou um beijo e vou para o meu me arrumar.

Tomo banho, visto uma calça jeans, um body que deixa parte das minhas costas à mostra e um pequeno decote nos seios, nada vulgar. Coloco um salto preto baixo, o meu cabelo deixo solto, tenho orgulho dele  não é totalmente liso, tem suas ondas.

Eu olho para Enzo e meu coração se enche de orgulho,os olhinhos dele são iguais aos meus com o tom de verde do pai, os lábios e o sorriso herdamos meu falecido pai.

Enzo herdou do pai dele o mesmo tom de verde dos olhos, as mesmas covinhas fundas que aparece toda vez que ele fala ou sorri e o cabelo claro. Muito injusto, carregar uma criança nove meses para ela nascer a cara do pai!

No começo era muito difícil pra mim olhar nos grandes olhinhos de Enzo, o mesmo de seu pai, de um verde intenso. Era doloroso. Mas hoje, o dono desses olhinhos é o motivo de nunca me deixar desistir da vida.

Pego minha bolsa, a chave do carro e sigo para o trabalho, coloco uma música da SIA, a mulher canta demais, sou apaixonada.

Chego na Ferraz, quando passo pela recepção a ruiva que eu ainda não sei o nome sorri para mim e eu retribuo, ela parece gostar de me ver trabalhar aqui.

Vou direto para minha sala, passo toda a manhã mechendo em alguns documentos e analisando a situação da poupança da empresa e como está os gastos, quais eram necessários ou não.

No horário do almoço, a ruivinha que eu descobri se chamar Lara me pergunta se eu  quero que ela traga algo do restaurante e eu peço um almoço completo e um suco de laranja, faço o pedido dando o dinheiro a ela em seguida.

Quinze minutos depois ela já está em minha sala com meu almoço nas mãos e eu sinto que já posso considera-la uma colega.

Exatamente quarenta minutos depois do meu almoço, uma mulher alta e loira entra em minha sala e eu me irrito só pelo fato dela não bater na porta.

- O que deseja? - pergunto

- O Dr. Ferraz está lhe chamando em sua sala! - diz olhando para uns papéis que está em suas mãos, sem fazer contato visual comigo e eu me irrito ainda mais, e porquê as pessoas chamam Bernardo de "doutor "? Até onde eu sei ele não é nenhum médico e eu não vejo a necessidade disso, se ele espera isso da minha parte, vai ter que sentar e esperar muito!

- E porque ele não vem até aqui? Estou bastante ocupada! - falo, ela ergue as sombracelhas como se eu estivesse acabado de dizer um palavrão horrível - Ok, eu vou! - ela sai da sala batendo a porta um pouco forte demais.

Termino de fechar um arquivo, bebo água e sigo para a sala de Bernardo. Bato e depois que ele autoriza eu entro.

- Mandei lhe chamar já tem uns vinte minutos, porque demorou tanto? - pergunta passando os dedos da mão direita pela barba bem feita.

- Eu estava terminando um arquivo e não quis esperar por isso. - falo ainda em pé na sua frente.

- Da próxima vez, venha no momento em que eu mandar lhe chamar! - diz olhando para o meu decote, que ridículo não sabe nem disfarçar, quando ele abre a boca para dizer algo, um homem entra na sala sem bater, as pessoas dessa empresa são bem mal educadas ein!

Olho melhor para o homem que vem em nossa direção e ele com certeza é uma versão mais nova e bombada do meu amado chefe, a mesma cor de cabelo, os mesmos olhos, barba por fazer, poderia muito bem dizer que são gêmeos, a única coisa que os diferencia é que Bernardo é mais alto, menos forte, se veste como se estivesse de luto e o outro tem uma expressão alegre no rosto, o que não se vê em meu chefe.

Meu Chefe Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora