1.

1.5K 142 158
                                    

🔯

-Cass, Nós podemos te ajudar! -Dean praticamente implorava vendo seu amigo se contorcendo de dor a sua frente. -Você têm que expulsa-los para o purgatório, Rafael está morto! Chega!

-Você não entende Dean? Eu quero curar o mundo! Eu posso curar tudo! Eu sinto todo esse... Poder em mim! - Castiel gritava e a terra debaixo dos pés de todos no mundo tremia, sem dúvidas era muito poder. -Eu quero fazer a coisa certa pelo menos uma vez!

-Cass por favor! Eu te imploro como seu amigo. Eu confiei em você, confie em mim agora e jogue tudo no maldito portal! -Ele implora novamente, mas era tarde demais.

    A casca estava se rompendo e Sam sabia disso, quando a casca do anjo começou a cair em pedaços produzindo um estrondo, ele olha apavorado para os lados se tocando do que aconteceria se continuasse ali.

   Então num ato de desespero, ele sussura algo para Sam que arregala os olhos assustado com o pedido, mas pelo medo de todos morrerem o garoto pega o punhal dos anjos ao seu lado e crava no peito do anjo que rapidamente sente sua chama de poder se acabar e sua vida se esvair soltando um suspiro engasgado.

-O·Obrig·ad·o... Sammy... - Ele sussura caindo de joelhos e sorrindo, o ambiente é clareado pela luz que sai de seus olhos e boca, o garoto a sua frente parecia chocado demais para falar algo, sangue começa a fluir da boca do anjo que cai para frente com os olhos azuis entre abertos.

-Não! Castiel! Sam porquê fez isso? - Dean grita, corre até o corpo do amigo e tenta lhe acordar a todo custo, ele olha para os céus com a vista embaçada pelas lágrimas abraçando o corpo inerte e ensanguentado.

   Os tremores param e as luzes voltam ao normal.

-Dean, eu... - O mais velho interrompe com a mão, negando com a cabeça.

   Dean pega o corpo de Cass levando-o para o Impala, o outro entra no carro e os dois vão para o bunker em silêncio, levando o anjo deitado no banco traseiro, o único barulho sendo as pequenas fungadas de Dean para disfarçar o choro.

   Depois de algumas horas chegaram em casa.

-Eu vou enterrá-lo... - Dean diz olhando pela sua janela quando Sam sai do carro e olha para Castiel ou o que havia sobrado do anjo.

-Eu vou junto. - Ele afirma entrando, mas Dean passa o braço por cima do banco e fecha a porta, num convite nada amistoso para ele ficar.

-Eu vou sozinho, você fica e cuida do bunker, isso é uma ordem. - Diz. Antes pudesse acelerar o carro Sam diz.

-Olha, eu sei que está com raiva de mim, mas ele ainda é meu amigo. Você vai mesmo me impedir de enterrá-lo? Além de que ordens são para chefes e capangas. Eu sou seu IRMÃO. - Sam fala indignado e magoado, talvez até com um pouco de raiva.

   Dean acelera o Impala em resposta deixando-o para trás com uma nuvem de poeira um Sam o xingando alto. Olhou no retrovisor e viu o anjo, parecia dormir no banco de trás, mais uma ilusão.

   Dirigiu até um lago que conhecia e o sol dava seus índicios de luz de acordo com que o céu clareava, com uma pá cavou um túmulo no começo da floresta na beira do lago incrívelmente lindo.

   Lá ele pôs o corpo do seu amigo, já era nove da manhã mas ele não ligou, pegou uma cerveja no baú de gelo e sentou-se ao lado da cova já tampada, começou a cantar uma música bem baixinho goleando a cerveja aos poucos e pensando.

-He's got eyes of the bluest skies...

As if they thought of rain...

I hate to look into those eyes...

And see an ounce of pain...- Ele bebe mais um gole, dá um sorriso triste com lágrimas nos olhos e canta o refrão.

-Oh, oh! Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh! Sweet love of mine...- Ele não consegue terminar der cantar sem que um soluço surja no meio da frase.

- Aqui estou eu mais uma vez , enterrando outro amigo... - Pausa por alguns segundos, sorri amargo e goleia a garrafa. -SERÁ QUE NEM UM ANJO, PODE VIVER AO MEU LADO? - Gritou em fúria ao céu se levantando e jogando a garrafa longe, ele grunhia de um lado para o outro quase arrancando os fios de cabelo.

   Quando se deu conta era por volta das 2 horas, ele não queria deixá-lo, foi difícil ter que ir olhar uma última vez a pequena lápide improvisada de madeira.

"Aqui jaz Castiel W. Novak, amado pela família.

Morto em: 2016

Irei sentir sua falta...
Ass: D.W "

   Com as pedras e as Flores já postas ao redor da terra remexida ele se despediu.

- Eu vou realmente sentir sua falta, seu anjo idiota. - Sorriu com as palavras e baixou a cabeça, seguindo até o impala e pegando a rota mais rápida para o bunker.

  Chegou e nada falou, silêncio completo, pegou duas garrafas de Whisky da geladeira evitando as milhares de perguntas do irmão e rumou ao quarto batendo a porta assim que entrou como um aviso para o irmão, que ficou puto com o ato infantil do maior e também bateu sua porta.

   Dean deitou-se e começou a beber com seu toca fitas laranja rodando com uma música do Led Zeppelin no volume alto.

   Sam sabia que o irmão o culpava pela morte de Castiel, mas ele tinha feito o que foi pedido para fazer.

   Dean bebeu até de madrugada e quando estava  conseguindo finalmente ir dormir, olhou para o teto que tinha pequenas estrelas que brilhavam no escuro - postas ali por ele mesmo, pois odiava estar no escuro completo - e rogou aos céus que acordasse daquele pesadelo, mas obviamente ele acordou no dia seguinte e Castiel continuava morto.

🔯

Fallen -DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora