✡
Os olhos Whisky se abriram lentamente, a consciência trazendo a tona toda a dor quer sentia em um soluço, a respiração entrecortada e ofegante o fez deduzir que não aguentaria muito acordado, uma onda de dor se apoderou do arcanjo o fazendo gritar.
-Talvez um pouco mais forte no lado esquerdo? Tente isto. - A voz carregada de um sotaque inglês soava desfocada, como se estivesse em baixo da água e continha uma falsa doçura. - Olá, Gabriel.
As órbes do arcanjo se voltaram perturbados e vagantes para o homem a frente, os olhos demorando a distinguir o ser de preto na escuridão do que parecia ser um galpão. Outra corrente de dor o fez perder o oxigênio ao gritar. Assim que a dor diminuiu ele ouvia melhor e pode fixar a visão finalmente vendo a sua frente, ninguém menos do que Crowley.
-Já faz muito tempo não é? Devemos nos apresentar novamente? Penso eu que se lembra de mim, afinal foram apenas dois séculos. Minutos em seu tempo. - Crowley tinha um sorriso em seu rosto, Gabriel não pode conter-se e tentou avançar no homem, porem a cadeira onde estava amarrado tinha restrições, cuja estavam encharcadas de óleo sagrado. - Eu não tentaria isso, mas como eu te conheço devo avisar mesmo assim.
- Crowley, me solte! O que você pensa que está fazendo?!- Gabriel grita e do canto de seu olho ele vê um outro homem. Seus olhos brilhavam em um tom azul, era uma olhar frio, que poderia congelar qualquer que fosse sua presa no lugar. -Trabalhando com Djins? Quem diria que o rei das encruzilhadas teria de apelar tanto para ter o que quer. Aliás, o que você quer?
-Não está claro? Você! Suas memórias meu querido anjo. Seus códigos, a rádio dos anjos, eu quero tudo. E você vai me dar. - O homem disse, um sorriso sádico em seus lábios ao olhar para a criatura e acenar. - Podemos começar. Isso só vai doer muito.
Essas foram as últimas palavras que o arcanjo ouviu antes de uma nova onda de dor se alastrar por sua cabeça e cair na inconsciência.
Djins são conhecidos por prender suas presas em um mundo fictício mental, a presa começa a crer que o mundo real foi apenas um sonho e que o mundo fictício é o real, nesse mundo, tudo é perfeito para convencer a vítima de que ela está segura enquanto na vida real, o djinn se alimenta de seu sangue. Ou nesse caso, a graça.
Foi assim que o mundo fictício de Gabriel começou, pequenas visões, de sua vida, como se ela passasse em frente a seus olhos, abrindo e fechando portas em sua mente.
Um corredor bem iluminado, semelhante ao dos escritórios que seus irmãos trabalhavam. Infinitas portas, infinitas lembranças. O instinto de abri-las era forte, Gabriel se aproximou de uma e a abriu.
''Olá?'' A pergunta logo foi abafada por muitos barulhos, risadas infantis. A luz se ajustou e o arcanjo se encontrou em um antigo céu, ele e Lúcifer costumavam brincar ali, era o céu de um garotinho que havia morrido, a melhor de suas memórias era sua festa de aniversario de oito anos, haviam pessoas conversando, crianças brincando. Gabriel se lembra de passar horas, brincando com o garotinho. Era inexplicável o sentimento de alegria que vinha do menino.
Gabriel olhou ao redor e se viu parado ao lado da mesa de doces, maravilhado, Balthazar estava ao seu lado fazendo uma careta para o gosto deles. Um sorriso se formou no pequeno arcanjo e ele gargalhou alto. Gabriel sorriu a memória e avistou a antiga casa de madeira, a porta estava fechada, porém emitia uma luz branca, os dois pequenos arcanjos gargalharam alto e correram ate lá, entraram e Gabriel os seguiu rapidamente, curioso.
"Nada ainda senhor. Ele esta passando ainda pelas primeiras memórias, deve levar um tempo ate algo útil aparecer." O djinn disse, ofegante, custava muito esforço segurar um arcanjo em sua própria mente. Crowley concordou com um suspiro.
"Acho que vou dar uma visitinha aos meus queridos Winchesters. Não me espere acordado anjinho." O sorriso maléfico deixou seu rosto, e ele sumiu em milésimos. O djinn rolou os olhos enquanto a cabeça do anjo ficava entre suas mãos que exalavam um feixe de luz azulado.
"Maluco." Ele sussurrou voltando a vigília de seu prisioneiro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fallen -Destiel
FanfictionApós Castiel absorver todas as almas do purgatório e morrer pelas mãos de Sam, o garoto é encontrado algumas semanas depois pelos irmãos Winchester em uma cidadezinha qualquer, com a aparência de um adolescente e sem qualquer resquício de memória do...