CAPÍTULO 3

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Julho, 2010

No dia seguinte, assim que acordei, esperei que a ideia louca que eu tive ontem, tivesse desaparecido, mas não aconteceu. 

Os meus olhos se abriram assustados, por conta da minha consciência idiota que decidiu dar um resumo completo dos meus pensamentos da noite anterior, nos poucos segundos que tive antes de acordar totalmente.

Merda, merda, mas que merda!

Eu estava realmente decidida. Eu não queria fazer, mas eu precisava.

A Alina calma poderia esperar alguns dias para tomar essa atitude, ela provavelmente iria chegar na sua mãe, ela iria se abrir e pedir conselhos, e chegaria numa decisão pensada. Mas a Alina ansiosa e cabeça quente estava mais que acordada dentro de mim. Ela queria resolver isso logo, queria jogar os braços para cima e mandar todos em sua volta irem a merda. Ela queria que a sociedade fosse diferente, por mais que ela fosse diferente, ela não podia negar que as atitudes das pessoas a influenciava, e muito.

Ela tinha certeza, ela tinha provas e tudo era muito claro para ela. Ela não ficaria com Zayn para sempre. Por mais que naquele momento ela quisesse. Mas as pessoas eram muito insensíveis, tanto ela, quanto Zayn.

Ninguém suportaria ficar com a mesma pessoa uma vida toda. Era óbvio, não era?

Parecia chato um relacionamento de anos, era monótono, se tornava desgastante, e a Alina odiava pensar que algum momento do seu relacionamento com Zayn chegaria aquele ponto.

Ela, eu, não queria ter que odiar Zayn, caso alguma merda desse errado no relacionamento deles. Ela sabia que tudo mudaria, não precisava ser vidente para ver o óbvio.

Esse lance de falar de mim em terceira pessoa não era nada novo. Me ajudava a colocar as ideias nos lugares. Eu não poupava em falar sozinha.

Zayn Malik era o meu melhor amigo, era ele a quem eu recorria quando acontecia alguma coisa, era ele quem eu pensava antes de dormir, era ele que me tinha em suas mãos toda vez que quisesse. Eu era todinha dele.

Zayn estava prestes a ser famoso e conquistar o mundo. E la no fundo, eu tinha medo e eu sabia que ele mudaria. Todos mudam, é eventualmente, às vezes nem percebemos, mas certas coisas não continuam as mesmas para sempre. Ele teria uma carreira pela frente, ele teria sua agenda de shows lotadas, e eu estaria em Oxford, estudando para ser uma das melhores Engenheiras da Inglaterra.

Como a gente iria fazer para funcionar? Nós nos falaríamos todos os dias por telefone, contaríamos as novidades um para o outro. Zayn iria me ver no campus uma vez a cada três meses, e a gente teria um ótimo final de semana, repleto de orgasmos e conversas na cama, a gente ia aproveitar cada segundo, que chegaria uma hora que as nossas pálpebras não iriam aguentar e então teríamos que dormir. Eu iria me encontrar com ele do mesmo jeito, até chegar aquele dia, onde ele diz que não pode me ver, pois, tem show agendado, chegará o dia que eu não vou atender o telefone porque vou estar na biblioteca estudando, e quando a gente estiver percebendo isso, as pessoas vão aparecer. Sim, nós vamos estar tão distante um do outro que automaticamente a gente perceberia as pessoas ao nosso redor. Nós iríamos acabar nos permitindo fazer algum tipo de coisa. E assim que isso fosse notado, um de nós irá sair machucado, e tudo que a gente fez para dar certo não valeu de nada.

Eu não queria sair machucada. Eu não queria que ele saísse machucado por minha causa.

A realidade era diferente do que eu queria acreditar.

always you || zjmOnde histórias criam vida. Descubra agora