Ti vi dias desses sem que você me visse. Você andava discreto, mas notei toda a sua singularidade. Gostei do Vans vermelho, da calça desbotada e da blusa meio que pequena de comprimento cor de gema de ovo. Você me pareceu melhor do que na imaginação, melhor do que no desenho que fiz para você. Você é bem alto, não é tão magro, seu cabelo é claro e com entradas protumberantes, seu óculos são mais discretos.
Seu carro é vermelho e muito limpo, muito bem cuidado! Um uno vermelho e brilhante! Tudo muito limpo, o que de certo me chamou mais a atenção, já que mentalmente o havia imaginado desorganizado. Uma flanelinha dobrada 4 vezes se alojava no para-brisa.
E tu passou a frente dos meus olhos, meu alter ego fruto das pessoinhas fazedoras de personagem que moram em minha mente. Bateu a porta do carro e entrou na concessionária. Sem ao menos olhar para os lados. Talvez você queresse vender o carro, o que explicaria o bril exagerado, mas não sei...
Foi um prazer conhecê-lo.

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Querido Art
Non-FictionArt é um cara comum que vive sozinho em seu apartamento. Ele passa a maior parte do tempo olhando pela janela e desconfia que embora ele tenha o poder de observar outros mundos, ninguém seja capaz de observar-lo. Por esse motivo ele anda como um zum...