Acordei com o irritante som do despertador, que eu nem havia sequer percebido que existia noite passada, marcando 5:45. A luz fraca do sol que mal havia nascido entrava por uma pequena brecha entre as cortinas pretas, fazendo com que uma faixa de luz ficasse de forma vertical sobre meu olho direito. Apenas esse pequeno feixe de luz era suficiente pra dar uma quantidade de luminosidade, um tanto fraca, no quarto escuro.
A preguiça tava tomando conta do meu corpo, mas eu precisava ir pra escola. Tinha até 6:00 horas em ponto pra descansar, já que o despertador tinha tocado cedo de mais. Ainda com o corpo sonolento, sentei na cama com as pernas cruzadas, envergado pra trás me segurando apenas com a força dos braços e com as palmas das mãos forçadas contra o colchão, eu olhava pro teto e tentava imaginar como seria esse novo inferno.
Após alguns minutos pensando e com a cabeça longe, eu desperto com o toque do meu celular. Desde ontem não mexia nele, devia ter poucas mensagens já que sou pouco popular. Peguei minha bolsa, que ainda estava em cima da cadeira de rodinhas, coloquei-a no meu colo e abri o bolso menor, dentro dele tinha somente alguns matérias escolares usados e meu celular que apesar de meio velho ainda era muito vendido.
Coloquei a senha do celular e fui ver as mensagens que me mandaram. Uma das mensagens era de Aline, minha melhor amiga desde a quinta série, ela dizia assim:
>Iae mongoloide tenho um negocio pra te falar meus pais decidiram que seria melhor eu ir pra uma escola mais perto mesmo ate pq eles n iriam ter tanto dinheiro pra pagar onibus td dia
>Enfim eu vou pra sua escola entt ve se me encontra no portao da escola as 7:30 ok? Te espero la. Se n for eu te mato. Txau mongol
Depois de ler aquilo e dar risadas do jeito bobo dela me chamar, eu dei uma lida rápida nas outras mensagens, eram do antigo grupo da sala do ano passado que eu nem havia saído, não me importei muito com o que havia escrito nas mensagens e guardei o celular logo em seguida.
Tomei banho, me troquei e fui no quarto da minha mãe. Ela ainda dormia, fechei a porta devagar pra não fazer muito barulho. Andei até a cozinha, ia preparar algo pra mim, estava com muita fome. Depois de uma refeição improvisada, que era basicamente pão, queijo e presunto, escovei meus dentes. Me lembrei que minha mãe antes de dormir ontem me disse que tinha uma chave reserva na cômoda da sala. Peguei a chave e sai trancando a porta logo em seguida, olhei pra um relógio que sempre usava, mas que nunca percebia coloca-lo, era um pouco tarde, eu tava atrasado.
Após descer o elevador e sair pela porta da frente do prédio, eu corri pra parada de ônibus mais próxima. O céu ainda tava com uma mistura de azul, rosa e vermelho, era simplesmente incrível, quando eu era menor, eu adorava ficar olhando o céu com meu pai no parquinho onde ele me levava frequentemente. Meu peito arfava, eu suspirava de forma incomum e o suor tomava boa parte do meu corpo, foi ai que eu percebi uma coisa pior ainda. Eu acabei esquecendo o passe de ônibus em casa.
Ah merda, eu já tava atrasado. O que eu ia fazer. Sem pensar muito, eu comecei a correr pra escola. As pessoas me olhavam, mas eu não tava nem ai, afinal nunca liguei pro que pensam de mim. O suor já descia pelo meu corpo como se fossem pingos de uma chuva quente e salgada, era desconfortável, mas eu tinha que chegar na escola a tempo. Ainda bem que minha mãe disse que podia tomar banho lá. Depois de correr e correr, cheguei ao portão da escola, faltavam apenas cinco minutos pra fechar, eu consegui.
Encostado na parede tentando recuperar meu fôlego, eu respirava tão fundo que parecia que eu roubaria todo o ar do ambiente. Meu pensamento idiota é cortado quando uma mão segura no meu ombro.
-Parece que o mongol conseguiu chegar a tempo pela primeira vez na vida. -Disse uma voz feminina.
Eu não tinha muitas amigas meninas, e a que eu tinha, me deu esse “lindo” apelido, mongol.
-Eu nunca corri tanto assim na minha vida. Devia pelo menos me receber direito, faz quase um mês que não te vejo Aline. -Falei virando pra ela, com a mão no peito, tentando não ter um ataque cardíaco.
-Relaxa pô, a gente vai ter muito tempo pra fazer merdas aqui nesse novo inferno. -Falou ela cruzando os braços e rindo.
Apesar de Aline ter um caráter bem masculino, ela era uma ótima amiga, era bonita, um pouco mais baixa que eu, tinha cabelos castanho-claros, olhos verdes e se vestia sempre que possível de preto, apesar de não ser emo. Eu disse que ela era bonita bem ali em cima... eu não sou afim dela... eu juro, só comentei. Ah que se dane, eu vou falar pra você. Eu gostava da Aline desde a quinta série, quando conheci ela, mas... quanto mais tempo passava com ela, eu via que nós éramos apenas melhores amigos, eu não queria acabar com aquilo. Por isso esqueci essa ideia.
-Por falar nesse inferno, a gente tá atrasado, vamo logo lá dentro a gente conversa. -Peguei na mão dela e a puxei pra dentro.
No antigo inferno eu não podia fazer isso que acabei de fazer, os moleques ficavam zuando a gente por estarmos de mãos dadas. Mas ali... era diferente, ninguém conhecia a gente. Então ela deixou que eu segurasse sua mão. As vezes tinha a sensação de que ela gostava de mim...
-Vamos... -Falou ela.
Ainda tentando me recuperar da corrida que fiz, eu e Aline andamos pelo corredor principal da escola, o sinal já havia tocado, nós tavamos atrasados. Acabei achando nossa sala. Era a última do corredor. Tomei coragem, olhei pra ela, ainda segurando sua mão, e abri a porta.
Que merda é essa? A sala tava vazia. Tinha uma plaquinha com horários na parede logo após a porta. Era educação física, eu fiquei tipo “oxe, como assim? No primeiro dia de aula?”.
-Educação física no primeiro dia de aula. Parece que esse inferno não é como os outros. -Falou Aline num tom irônico.
-Para de gracinha e vamo logo pro campo. -Falei sorrindo.
-Ok senhor voz da razão, vamos.
-Tá. -Soltei sua mão por um instante, ela colocou-as nos bolsos da sua calça.
-Se a gente chegasse de mãos dadas lá iam zuar a gente pelo resto do ano. -Ela riu.
-É verdade. -Fiquei chateado com alguma coisa, mas me esqueci logo em seguida.
Saímos da sala e fomos para o campo. Eu mal tinha me recuperado e teria que praticar esportes, eu realmente não tenho sorte. Quando chegamos no campo a turma toda estava lá. O professor olhou a gente.
-Vocês ai, são dessa sala não é? Venham, a aula já vai começar. -Falou o professor.
Eu havia acabado de correr da minha casa até a escola e o professor ainda queria que eu fizesse aquilo? Meu Deus, eu sou muito azarento mesmo.
-Parece que cê vai ter que correr mais mongol. -Falou Aline rindo de mim.
-Eu realmente não tenho sorte.
Eu fui pro vestiário masculino e ela pro feminino. Depois de me trocar, e tentar esconder ao máximo meu corpo esquelético, eu sai do vestiário com uma camisa sem manga e vestindo um calção fino de ginástica, estava folgado.
Os meninos do antigo inferno adoravam as aulas de educação física, era um momento onde as meninas vestiam shorts apertados. Eu era meio que arrastado pelo velho Donald, um amigo do antigo inferno que se mudou da cidade, eu não tinha escolha a não ser olhar elas saindo do vestiário usando aquelas roupas apertadas. Não vou mentir, elas eram muito mais sexys assim, vai ver era só meu jeito de menino.
Depois de sair daquele buraco de vestiário que fedia a mofo, eu esperei Aline um pouco depois da porta do vestiário feminino, eu não queria ir sem ela, se tinha uma coisa que eu detestava era de pessoas me olhando.
Ela saiu do vestiário, eu fiquei praticamente de boca aberta, usando um short apertado que a deixava mais sexy do que eu poderia imagina-la (Eu não ficava imaginando ela, só pra avisar), e uma camisa colada ao corpo que a deixava com uma silhueta simplesmente magnífica, ela era realmente linda.
-Por que tá me olhando assim mongol? -Ela cruzou os braços.
-Cê é realmente muito linda. -Falei meio que sem pensar. -Ah, er.. eu quis dizer que...
-Não me olha como se eu fosse um pedaço de carne. -Ela parecia meio tímida.
Acordei dos meus pensamentos lúdicos, acredite, eu pensei em coisas inadequadas. Por um momento deixei de olha-la e fitei o céu azul. Coloquei minha mão no pescoço querendo criar coragem de olhar pra ela novamente.
-Cê é mesmo um idiota né Vitor. -Ela passou a mão sobre meu ombro e caminhou mais a frente. -Vamos logo, estamos atrasados.
Ne um instante ela parecia tímida, no outro já estava extremamente confiante, ela era simplesmente fascinante. (Obs: eu realmente não gosto dela tá.) Seguimos um pequeno caminho do vestiário até o campo, saia atrás das arquibancadas. O nosso professor nos olhou.
-Atrasados. -Ele parecia sério.
-Da um desconto pra ele professor, teve que correr da casa dele até aqui. -Falou Aline me olhando com sarcasmo.
Mas por um lado, o que ela disse era verdade, eu já tinha corrido de mais por aquele dia.
-Será que eu posso ficar só sentado essa aula prof? -Perguntei esperando ser um “sim”.
-Hm... Ok, mas só essa aula. Não quero meus alunos fracos por falta de exercícios. -Ele deu uma pequena pausa. -Para os que chegaram agora, eu me apresento novamente. Me chamo Lucas, sou o novo professor dessa escola.
Pelo menos eu não era o único que não o conhecia. Dei um pequeno aceno pra Aline e virei me dirigindo as arquibancadas. Sentei na primeira fileira da parte de baixo, eu já estava melhor de correr tanto, mas meus pulmões ainda doíam, não estar acostumado a correr era um problema, que eu resolveria mais tarde.
Durante toda a aula, eu não conseguia tirar os olhos de Aline, eu me sentia extremamente atraído por ela de alguma forma, a maneira que ela corria era simplesmente incrível. Eu não podia acreditar... Eu não poderia estar. Não por ela.
-Ai caramba, tô exausta. -Falou ela se aproximando de mim e sentando do meu lado.
Colocou sua cabeça encostada no banco atrás da gente, olhando pro céu e fechando os olhos. Eu a fitava descaradamente. Sério não sei porque tava fazendo aquilo. Suas curvas perfeitas, e gotas de suor descendo pelo seu lindo rosto. Minha tremenda falta de educação foi interrompida quando ela abriu os olhos e me encarou desconfiada. Eu virei o rosto imediatamente.
-Vitor. -Ela parecia séria.
-O-oi... -Respondi meio culpado. Ainda me pergunto porque gaguejei.
-Cê tava me olhando não tava? -Ela sentou ainda fitando-me como se eu fosse um criminoso.
-E-eu? -Perguntei, mas o nervosismo me entregava. -Ah, ok. -Odiava quando ela fazia eu falar. -Eu tava te olhando.
Ela simplesmente corou, fitou pro campo e colocou suas mãos pra cima com os punhos fechados se espreguiçando.
-Bem... Vamos voltar pra sala. Só me espera tomar um banho ok? -Perguntou ela se levantando logo em seguida.
-Ok, mas não demora. -Respondi apressado.
Aproveitei e fui me trocar no vestiário. Nem sei porque troquei de roupa. Sai dele e fui esperar na arquibancada. Demorou apenas alguns minutos e ela chegou.
-Vamo lá mongol. -Ela me chamou.
-Será que da pra parar de me chamar assim? -Perguntei levantando e caminhando até ela.
-Só se você parar de ficar me olhando. -Falou sorrindo. Ela realmente adorava me deixar em situações complicadas.
Fiquei em silêncio. Mas ela o quebrou.
-Tava brincando Vitor. -Ela sorriu mais. -Vamos pra sala.
-Ok. -Respondi rapidamente.
Retornamos a sala, todos já estavam lá, chegamos atrasados de novo.
Já tinha uma professora na sala, no quadro tinha escrito: “Filosofia” e o nome dela, Rayne.
Que diabos de nome era Rayne? Eu me segurei pra não sorrir.
-Podemos entrar profe? -Perguntou Aline.
-O que esse casalzinho estava fazendo lá fora até agora? Já se passaram sete minutos do horário pra estar na sala. -Respondeu a professora, parecia rabugenta.
-Estávamos... no vestiário, eu tava trocando de roupa e ele me esperou, simples. -Respondeu Aline decidida.
Um grande erro...
A sala inteira começou a vaiar a gente, entenderam a frase de maneira errada. Era o que faltava, um monte de crianças imaturas na sala, se bem que eu nem podia falar nada.
-Silêncio turma. -Soltou a professora com um tom de impaciência. -Ok, podem entrar. Mas que não se repita.
-Tá bem profe. -Falou Aline entrando na sala.
-É Professora Rayne! -Disse ela impaciente.
Mas Aline já tinha sentado e talvez nem teria escutado. Entrei logo após Aline, sentei no fundo da sala. Ainda me surpreendi por aquela cadeira estar vazia, mas era melhor.
E foi assim o resto do dia. Entre aulas e curtos intervalos, ia cada vez, ficando mais tarde, até o horário final tocar.
Todos saíram da sala feito loucos, e o professor de Inglês, que tinha dado o último horário, saiu logo após eles, deixando somente eu e Aline na sala.
Nessa hora eu senti um frio no estômago, caraca mano! O que tava acontecendo??
O sol de fim de tarde entrava pelas finas brechas das janelinhas da sala, deixando o clima bem... diria romântico mas não sei se é a palavra certa. Aline estava arrumando sua mochila, mas por algum motivo ela parou e ficou olhando pra dentro dela com certa indecisão. Eu já estava com a bolsa nas costas, me aproximei e me apoiei na mesa dela com as mãos.
-Aline? Tudo bem? -Perguntei. Eu realmente estava preocupado.
-Eu... estou bem sim. Mas... -Ela parecia triste.
-Eu te conheço bem o suficiente pra saber que cê não ta nada bem. -Falei.
-Não é nada, não se preocupe. -Falou ela passando por mim e indo até a porta da sala. -Vamos?
-Ok...
Saímos da sala e andamos em silêncio até a porta de saída. Já estava meio tarde.
-Bem... -Começou ela. -Pode me levar até a parada de ônibus?
-Posso sim. -Na verdade eu tinha que ir pra casa logo, mas por algum motivo eu estava preocupado de mais com ela, então resolvi leva-la até lá.
Andamos, ainda sem falar nada um ao outro, até a parada de ônibus. Um pouco antes de chegarmos nela começou a chover, fazendo com que a gente corresse. Nossas roupas ficaram meio molhadas, meu cabelo escuro caia sobre minha testa meio encharcado. As vezes odiava a chuva.
-Se molhou muito? -Perguntei a ela.
-Não, tá tudo bem assim mesmo. -Respondeu ela sem me olhar.
Ela estava esquisita.
Nesse instante, dois caras em uma moto dobraram a esquina vindo em nossa direção. Pararam na nossa frente.
-bora, bora, bora! Passem os celulares!
Era um assalto!
-Calma, calma! Eu te entrego o celular. Mas por favor... deixe a gente em paz. -Falei levantando os braços pra cima em sinal de rendição.
-Passa logo pra cá anda. -Ele colocou uma pistola na cabeça de Aline. -Ou sua namoradinha já era.
Eu tinha vontade de socar eles. Mas o outro podia uma arma também, e ele estava apontando pra cabeça de Aline... reagir estava fora de questão.
Devagar, eu coloquei a mão no bolso e retirei meu celular. Estendi a mão o segurando. O ladrão pegou ele e acelerou. Deixando eu e ela lá.
-Tá tudo bem contigo Aline? -Perguntei preocupado.
-Eu... eu... -Ela olhava pra baixo. -Não aguento mais isso! -Ela me olhou com seus olhos cheios de lágrimas, jogou sua bolsa no banco da parada e me abraçou forte. -Vitor... eu...
Aquilo realmente tava acontecendo??
-Eu quero que a gente fique juntos pra sempre. -Completou ela.
-Mas a gente vai Aline. Nada vai separar a gente. -Respondi colocando uma mecha de seu cabelo, que caia sobre seu lindo rosto, atrás de sua orelha.
-Não tô falando juntos desse jeito Vitor... -Ela me olhava com o rostinho meio triste.
É... aquilo tava acontecendo!
-Quer dizer... -Comecei mas ela interrompeu.
-Sim. Mais do que apenas amigos. -Uma pequena pausa. -Vitor... Eu te amo...
Eu simplesmente não sabia o que dizer. Eu amava ela também, mas... eu não tinha certeza se era amor mesmo ou só amizade. Eu estava confuso.
-E-eu... Eu também te amo Aline. -Acabei falando isso por falta do que dizer. Eu acabei de mentir.
Devagar, Aline fechou seus olhos e começou a se aproximar de mim. Ela quer um beijo idiota!! Não posso mentir pra vocês, eu nunca beijei antes.
Muito nervoso. Eu fiz o mesmo que ela. Chegamos perto e mais perto. Até que os nossos lábios se encontraram. Eu não sabia direito o que fazer, então deixei acontecer.
Foi como se eu tivesse viajado por muitos países diferentes, mundos diferentes, nossas línguas se encontravam e eu sentia ternura e profundidade naquele simples beijo, o que duraria breves dez segundos pra quem tava olhando, demorou o que parecia dias pra mim. Foi tão bom.
Ela se afastou, deu um pequeno sorriso. Eu retribui de volta. Após isso ela segurou minha mão até o ônibus dela passar. O coletivo dobrou a esquina. Ela precisava ir. Antes de subir no ônibus ela me deu um selinho e acenou.
-Até amanhã Vitor. -Subindo no ônibus e indo embora.
Voltei pra casa chocado com o que havia acontecido. Acabei chegando mais tarde do que era pra chegar. Minha mãe perguntou por que. Eu dei uma desculpa esfarrapada e fui tomar banho.
Eram dez da noite em ponto. Eu já sentia sono. Fui escovar meus dentes depois de almoçar e passei de novo pelo quarto da minha mãe. Dei boa noite a ela e entrei no meu quarto.
Não falei do assalto a minha mãe, depois eu falaria. Pelo menos Aline ainda tinha o seu. Esse dia cansativo foi tão bom.
Deitei olhando pro teto e imaginado o beijo de novo, depois de um tempo... eu adormeci.
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A merda da minha vida [PAUSADO...]
Roman d'amourVitor Santos, um garoto de 16 anos que está no segundo ano do ensino médio, acaba de perder seu pai, com quem morava desde a separação de seus pais, tendo que trocar de escola e ir morar com sua mãe, que quase não via ele a bastante tempo. Além diss...