Tinha acabado a aula. O sinal havia tocado, era hora do intervalo.
Antes de sair da sala, a novata passou por mim e me agradeceu de novo.
-Obrigada pela caneta. -Ela deu um meio sorriso pra mim.
-De nada. -Devolvi.
-Qual seu nome mesmo? -Perguntou ela.
-É Vitor. -Respondi quase como um jato.
-Ah, eu tenho um primo com esse nome! Acho muito bonito. -Ela disse e sorriu dela mesma.
-Também acho bonito. Meu pai que tinha escolhido... mas enfim, e o seu? Como se chama? -Perguntei em meio sorriso.
-Bem, minhas amigas me chama de Feh. Mas meu nome mesmo é Fernanda. -Disse ela a mim.
-Fernanda é um belo nome e...
-Vitor! Vamos. -Aline me cortou puxando-me pelo braço.
-Aline! Eu tava conversando! -Resmunguei.
-Ela não precisa de atenção, eu sim. -Disse incompreensível.
-Ok...
Depois de meia escola sendo arrastado, paramos no pátio principal, próximo ao portão de saída.
-O que foi aquilo Vitor?? -Perguntou como se eu tivesse feito algo muuuito errado.
-O que eu fiz Aline? -Perguntei.
-Ah, você sabe o que fez. Aliás, sabe muito bem. -Ela cruzou os braços e fez cara feia pra mim.
Eu não podia acreditar... isso era ciúmes??
-Ah não Aline... não vai me dizer que ficou com ciúmes da novata.
-Claro que não idiota! -Uma resposta imediata dela.
-Mesmo que diga isso, eu sei que foi mesmo. -Insisti.
-Não foi isso Vitor! -Ela quase gritou.
-Então o que foi? Posso saber? -Perguntei.
-Eu só me senti meio que traída por você... aquilo aconteceu com a gente ontem. Mas mesmo assim... é como se você não se importasse... -Ela abaixou a cabeça
-Ok... acho que tá certa, mas sabe que sou um idiota que tem dificuldade de entender. -Falei.
Ela sorriu. Foi um sorriso que me deixou alegre também por algum motivo.
-Vitor... -Ela me chamou. -Eu gosto muito de você.
Então ela me beijou. Não foi como aquela vez, foi quase mil vezes melhor. Por algum motivo, eu me entreguei ao beijo. Ali, nós dois sabiamos, que não éramos mais somente amigos.
Levei ela até a parada do ônibus de novo. Estava um pouco atrasado, mas valeria a pena.
Assim que o ônibus passou, Aline me deu um selinho de despedida e subiu.
Me acostumei tanto esquecendo o cartão de passagem em casa voltar a pé ja era mais fácil pra mim.
Enquanto eu voltava, pensei muito no que estava acontecendo. Isso nunca tinha acontecido comigo antes. Aline era bonita, eu gostava dela, mas algo em mim dizia que eu iria me arrepender se acontecesse mais algo entre nós.
Quando cheguei em casa tinha um bilhete na mesinha da sala. Era da minha mãe.
"Vou sair um pouco, tem pizza congelada na geladeira é só descongelar. Volto depois."
Sua mãe, beijos.
Bem, pelo menos eu estava sozinho pra pensar. Depois de descongelar a pizza e comer, eu fui deitar.
Tentei dormir, mas meus pensamentos estavam muito embaralhados.
Eu tinha que fazer uma escolha.
Isso que meu cérebro dizia. Mas escolher o que? Eu não tinha ideia.
No fim, fiquei tão cansado de pensar que acabei dormindo.
Tenho que escolher logo. Mas o que?
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A merda da minha vida [PAUSADO...]
Roman d'amourVitor Santos, um garoto de 16 anos que está no segundo ano do ensino médio, acaba de perder seu pai, com quem morava desde a separação de seus pais, tendo que trocar de escola e ir morar com sua mãe, que quase não via ele a bastante tempo. Além diss...