bom, esse é o primeiro que posto aqui, mas foi o último a ser escrito. não é sobre mim, nem tudo é, e fico feliz por isso.
me sinto horrível. e quebrada. desesperadamente quebrada. a única coisa que me satisfaz agora é o conforto da minha cama, meu forte, mesmo que sob ela coexistam todos os monstros possíveis, mas nenhum deles me assombra tanto quanto eu própria. preciso do meu travesseiro, meu confidente, que guarda todas as minhas ruínas, meu gritos por clemência e meu choro silencioso; protege minhas lágrimas já derramadas e também já lamentadas; ele guarda mais segredos do que eu, arruinada, jamais seria capaz de listar.
mas eu não vou chorar. não vou.
eu só desejo a segurança de um lugar que é intimamente meu e que me protege dos meus próprios devaneios. sou covarde. sim, sou. não sou capaz de lutar, não contra mim. já tenho entendido que é de minha essência fugir. meu lado sombrio é maior do que posso imaginar. e não vou lutar se tenho certeza que sairei derrotada. estou desesperada e assombrada e quero tanto só deitar e chorar, mas não vou, pois isso significa fraqueza, o que é irônico vindo de mim... não querer chorar para não demonstrar fraqueza, rio com escárnio de mim mesma, eu sou mesmo fraca, desgraçadamente fraca e o fato de chorar não altera em nada. mas isso não é novidade.
tornei-me a criança assustada que se esconde atrás da saia da mãe. tornei-me uma farsa, alguém que sequer eu conheço. eu era a pessoa por trás de uma máscara que fez da sua vida uma atuação, agora eu não sei mais discernir o que sou eu e o que foi inventado. eu lembro que tinha sonhos, mas os destruí amarga e impiedosamente, ainda pisei em qualquer resquício de bondade que poderia ser potencializado. sei que posso conviver com o arrependimento, convivo com coisas piores, mas não posso chorar por ele porque já passou da hora há muito.
eu tinha expectativas também, e como tinha. apertei, espremi todas porque não podia viver com a frustração. me tornei o que eu enojava, e, agora, nesse estado deplorável, eu quero chorar. mas eu não vou.
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alma exposta
Ngẫu nhiênescrever me dá paz. escrevo para aliviar dores emocionais. escrevo para sobreviver. e aqui, nesses textos, eu exponho minha alma para quem quiser vê-la. sinta-se bem vindo, aconchegue-se, a alma em questão é minha, mas pode ser a sua.