Capítulo 12 - Nas cartas

521 57 154
                                    


            Não nos demos conta de quanto tempo passamos naquela escada e também não esperávamos que alguém desse por falta de nós, mas deram sim, pois assim que voltamos e eu me dirigia diretamente para o banheiro por estar com as coxas meladas e também minhas mãos eu fui interpelada na passagem.

            - Você ainda está aqui? Achei que já tinham ido embora, ou o Klauss foi e você ficou?

            - Não fomos não, estávamos conversando mais afastados e se me der licença eu preciso ir ao banheiro.

            - É sempre é preciso ir ao banheiro depois...

            Não deixei ela completar a frase senti um calor subir pelo meu rosto, pois antecipadamente interpretei o que ela poderia dizer.

             - É depois de beber muito líquido sempre se precisa, com licença.

            Tentando não mostrar que ruborizei dei-lhe as costas e fui direta para o banheiro torcendo para que estivesse vazio e que ninguém mais me interpelasse pelo caminho, eu sentia que estava estampado em meu rosto o que havia acontecido, poucos minutos atrás na escada, e parecia que meu corpo exalava o cheiro do que fizemos, para minha sorte o banheiro estava vazio e fui logo lavando minhas mãos e pegando papel para limpar entre as coxas e em meu sexo, enquanto levantava meu vestido eu me olhava no espelho e percebi um brilho diferente em mim e não pude deixar de dizer para mim mesma refletida que eu estava se saindo muito assanhada, pois além de ter gozado nas mãos de um homem e feito ele gozar nas minhas na escadaria de um prédio eu agora estava sem calcinha. Não consegui negar o pedido dele para que eu a desse a ele para ser guardada como lembrança daquele momento.

            Quando achei que já não estava mais exalando aquele momento eu voltei em busca dele e o encontrei numa roda de amigos caminhei até eles imaginando que alguém pudesse imaginar que eu estava sem a calcinha e experimentei um misto de vergonha e prazer e foi uma sensação que gostei de experimentar e ao me aproximar mais do grupo pude perceber que ele estava dando uma explicação para o nosso sumiço e fiquei preocupada em não saber o que responder se alguém falasse algo e o que fiz foi chegar pedindo para irmos.

            - Amor estou querendo ir, estou cansada o dia foi intenso hoje.

            - Vamos então, também estou cansado e tenho várias atividades amanhã.

            Nos despedimos de todos e saímos para a rua em direção onde havíamos deixado o carro.

            - Que loucura nós fizemos.

            - Você está me dizendo que fizemos loucura por você ter me deixado te tocar como eu fiz? Por ter me dado sua calcinha como lembrança? Por ter me feito sentir o melhor prazer de minha vida?

            - Não, não é disso que estou falando, pois me deu muito prazer também, mas sim de termos feito na escada, poderíamos ter sido vistos e deram pela nossa falta e agora não sei o que possam estar pensando de mim.

             - Minha querida eu não me importo com o que os outros pensam.

            - Mas você é homem e um homem nunca fica mal falado quando sabem de algo, muito pelo contrário, se alguém percebeu ou viu, isso só aumenta a sua fama, mas agora como não sou homem eu ficaria sim mal falada.

            - Ninguém percebeu nada.

            - Eu não tenho essa sua certeza e até acho que perceberam sim, pois quando eu estava indo ao banheiro, assim que voltamos, a sua amiga Inga me interpelou dizendo que achava que já tínhamos ido embora e eu respondi que nós estávamos conversando afastados e pedi licença para ir ao banheiro e eu não gostei de ouvir ela dize que depois sempre precisa ir.

Paris 1940Onde histórias criam vida. Descubra agora