Cap. 3- Sorri com a possibilidade

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Nicholas Meyer

Assim que vi Selina de manhã, com aquele pijama e uma carinha de sono, não reconheci de primeira. Quando estávamos na cozinha, fiquei a olhando tentando reconhece-la, e quando consegui, ela havia reparado que eu estava a olhando e resolvi perguntar algo, só para ela não ficar constragida.
Cara, é impossível não se lembrar daquela menina, o cabelo ruivo e o olho dela chamam tanta atenção, não sei como pude esquecer. Lembro que na última vez que ela veio pra cá, eu zombei tanto dela que a coitada nunca mais voltou. Não é que eu não tenha gostado dela na época, só tínhamos 10 anos, mas sabe aquele tipo de criança que quando gosta de alguém, zomba e faz de tudo pra ser notado? Então, era eu.

Me chamo Nicholas Meyer e tenho 18 anos. Nasci aqui em Itacomani, mas em outra cidade. Vim pra Boaventura com uns 6 anos e, desde aquela época, eu e Harry somos melhores amigos.

 Vim pra Boaventura com uns 6 anos e, desde aquela época, eu e Harry somos melhores amigos

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Quando Selina abriu a porta, fiquei surpreso, não esperava que ela estivesse em casa. Afinal, deveria ir conhecer a cidade, né?! Então foi isso que Harry fez, a convidou pra dar uma volta:

-Selina, nós viemos aqui te convidar para conhecer Boaventura. Ir comer em alguma hamburgueria ou ir no píer.- ele disse com um sorriso enorme. Selina pensou um pouco e disse:

-Annnh... pode ser. Vocês esperam só eu trocar de roupa? É rapidinho.

Então entramos, sentamos no sofá e ficamos esperando Selina se arrumar.

Depois de uns 20min, ela surge na sala e MEU DEUS, como ela estava linda. E cheirosa, só pra deixar claro.

Seus cabelos estavam soltos e ela estava com um vestido vermelho meio rodado e uma sandália baixa. Quando ela apareceu, não consegui esconder meu sorriso e ela disse brincando:

-Vamos!? Ou vão continuar babando por mim? Hahah.- ela sorriu.- espero que aqui seja bom mesmo.

Aqui em Itacomani a maioridade é aos 17 anos, a partir dessa idade já pode tirar a carteira de habilitação. Eu já havia tirado a minha há uns meses e logo após chegar, meus pais me deram um carro de presente.

Entramos no carro e ficamos discutindo qual seria a primeira parada, então Selina decidiu ir comer algo, já que estava com fome. Enquanto esperávamos nosso pedido, Harry fazia um interrogatório para Selina e percebi que ela sempre ria de qualquer coisa que ele falasse.

-Então Selina, porque voltou para Boaventura?- ele perguntou. Ela pensou um pouco antes de falar e disse:

-No Brasil aconteceram umas coisas não muito legais que prefiro esquecer, então decidi morar com a minha mãe.- sua expressão não estava muito boa durante a resposta, então resolvi mudar de assunto.:

-O que você gostava de fazer lá no Brasil?

Ela nem pensa antes de responder e diz rapidamente:

-Dançar.- ela abre um sorriso de orelha a orelha- A coisa que eu mais gosto de fazer na vida inteirinha! Fazia balé desde os 7 anos Escola de Dança Athenè Tamisier, até vir pra cá. Aliás, depois vou procurar uma escola de dança aqui.

Conversamos um pouco sobre as escolas de dança daqui de Boaventura. Então o nosso pedido chega e o silêncio começa a reinar. De vez em quando eu olhava pra ela disfarçadamente e pensava: como ela consegue ser magra e comer tanto desse jeito? Isso é coisa de bailarina?

Após comermos, começou a chover e resolvemos não ir para o píer. Deixei Selina em casa e antes dela entrar, Harry grita:

- Nos vemos segunda na escola, senhorita Daves.- Ela sorri e diz que sim.

A partir daí, descobri que o meu último ano no Colégio Delavega não seria da mesma forma. E sorri com essa possibilidade.

Paixão e ufaniaOnde histórias criam vida. Descubra agora