OS FILHOS DA LUA

19. PROBLEMAS DE LOBO

n/a: Olá, pessoas. Sei q demorei demais (peço desculpas), mas eis aqui um novo capítulo. Espero que gostem :)

Toda a atenção de Amur, no momento, estava focada em Jace, que respirava com dificuldade, provavelmente devido a mordida do alfa. Ele o encara por um tempo, sem saber o que fazer, sem saber o que dizer ao novo integrante dos Axel. Eu estava tão confusa quanto Amur, mas ele parecia mais apavorado. Bertram finalmente se põe em frente do filho, com medo, talvez, de Amur ter um surto e atacar Jace.

— Já chega, Amur. — diz Bertram, de maneira incisiva. Ele limpa os lábios com o antebraço, sem se importar em se sujar com o sangue de Jace — Provocações não servirão de nada neste momento.

— Não estou provocando ninguém, pai. É só... por quê?

Amur não desiste de dirigir a palavra a Jace. O outro garoto, porém, se encolhe, como se estivesse com muita vergonha para dizer qualquer coisa ou por estar fraco. Tento me aproximar ainda mais de Amur, mas em vez disso, recuo. A tensão fora suficiente para me impedir de fazer algo.

— Eu não posso dizer agora, Amur. — Jace diz, simplesmente — Acho que você não me perdoaria.

Dessa vez, o futuro alfa dos Axel não se deteve. Amur avança em direção a Jace e o empurra contra uma das paredes, como se ele fosse apenas um boneco inflável. A situação estava tão horrível que nem mesmo Bertram o parou. Meu coração acelera, a adrenalina entorpecia quase que completamente os sentidos. A respiração de Amur pesara e, apesar de exercer uma posição de preponderância sobre Jace, o garoto não parecia estar assustado.

— Amur, por favor... — sussurro, talvez mais para mim do que para ele, que mal se mexera.

— Posso não saber seus motivos, Jace, mas se Summer estiver envolvida nisso... se você ousar machucá-la... torça para que eu não perca a razão com você.

— Não é por ela. Eu quero o bem de Summer tanto quanto você!

O silêncio nos aborda. Por uma fração de segundos, porém, fui capaz de ouvir os batimentos cardíacos descompassados dos dois e fico espantada por minha audição estar mais apurada que antes. Amur, por fim, reduz a pressão que limitava os movimentos e a própria respiração de Lewis, permitindo que Jace cambaleasse e caísse desjeitosamente no chão, arfando. Sem pensar duas vezes, corro para ajudá-lo, recebendo um olhar de desaprovação de Amur.

— Rápido! Pegue um pano quente. — digo para ele, mas não obtenho resposta.

Amur estava de braços cruzados, lançando-nos olhares de ódio que certamente podiam cortar uma barra de aço. Me levanto, irritada, aproximando meus olhos aos dele. Minhas pernas não falharam dessa vez, nunca me senti tão poderosa.

— Isso foi uma ordem, Gauthier. - insisto.

O futuro alfa rosna, mas mesmo hesitante, Amur faz o que peço, saindo da cabana com passos pesados e frios. Quando menos espero, ouço Bertram rir, quebrando o clima de tensão que se alastrava pela sala. Olho para ele, um pouco nervosa para ser sincera, até que, como se estivesse lendo meus pensamentos, Bertram se pronuncia.

— Você tem o espírito de um alfa. Se fosse minha filha, Summer, estaria orgulhoso de você.

Dou um riso, ele repete o gesto que me lembrou um dos calorosos sorrisos de Thomas. Tento me manter firme ao pensar no meu melhor amigo, que no momento estava preso a vários fios, sendo obrigado a ouvir o barulho agonizante de máquinas. Tom estava se transformando, nós sabíamos disso.

Eu estava com medo.

— Sinto muito por assustá-los desse jeito. — diz Jace, trazendo-me de volta à realidade — Acredite ou não, estou tão surpreso quanto vocês.