O mundo está profundamente destruído
Lá fora há uma tal de guerra de ideologias
Aqui dentro há uma tal de paz, não sei se é porque não tenho forças para gritar ou ideologia para gritar
A questão é que não grito
A essa hora, lá fora não deve ter ninguém verdadeiramente certo
E aqui dentro, alguém profundamente acordado, se equilibrando entre a morte e a poesia
Tentando curar seu pequeno coração do tamanho do mundo, não me importa o que aconteça lá fora
Não me importa se ouves o que digo, se lê o que digo
Não me importa sua cor ou seu jeito de andar, embora imagine que seja sempre diferente a cada modo que o mundo te decepciona
Não me importa teu perfume, nem tampouco o disco do Tom Jobim escondido no canto da tua casa
Se a água salgada arde na tua pele e refresca tua alma
Você me diz para que fale contigo, e por favor fale contigo, mas não me escrevas
Mas meu coração é pequeno tanto quanto o mundo, não cabe nem minhas dores
E eu sou esse ser feito de matéria fluida, ou seja, água e óleo e álcool e amor
Lá fora, você dança e pula e gozas dos escombros mal feitos do céu
Eu, por aqui por dentro, escrevo, choro e grito esperando que um dia você venha me buscar para viver essa falsa felicidade
Que é falsa, mas é melhor que nada.
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Poemas tristes que você não vai querer ler
Poesíafrustrações de um adolescente comum com um olhar peculiar.