O dia mais triste do ano
Uma quinta-feira fatídica de um mês desolado de outubro, de um ano que eu nem me recordo
mais
De tristezas que eu ainda sinto aqui
De gritos e choros que permanecem em mim
Eu já perdi vários amores da minha vida
Não sei se isso me faz humano ou inócuo
A gente vai seguindo em frente, a gente ri de sí para não chorar
Eu atravesso a cidade na minha bicicleta azul
Em busca do azul nos meus olhos verdes, cansados, quase cinzas de tanto ver a fumaça dos
carros
Não há mais solução, eu já não sei o que fazer para consertar um coração que foi quebrado
sem querer
Foi embora, sem mais nada e nem pensa em voltar
Eu nunca quis te machucar nem te ver chorar
Eu nunca quis te ver partir se tem dizer "eu te amo"
Mas olhando aqui de perto eu admito, tudo está tão normal
O problema é que eu não sei como subir no morro e é preciso estar no alto para se atirar
mas se está escrito, vou tentar de novo
O peso de amar está todo no meu coração e o peso do meu coração eu já não consigo mais
aguentar
Escute minha voz, isso é extremamente teu
Você sabe que não sou eu quem o faz
Que a beleza não é sua, é minha, mas eu a consigo ver em você
Meus olhos me avisam, me gritam, me batem, e me dizem "olha que tamanha harmonia"
Eu sempre gostei de caos, eu sempre fui caos
Sempre gostei de dançar nos escombros do céu aqui na terra
E ver a valsa dos demônios e anjos
Todos no mesmo salão sem distinção, sem caras, aréolas nem chifres, sem carne nem corpo
Mas a harmonia, sua harmonia me encantou
Confesso que de primeiro nem vi o teu rosto, nem seu cabelo, nem seus dentes, nem seu corpo
Confesso que de primeiro não ouvi sua voz, nem senti seu cheiro, nem toquei seu corpo
Eu me vi em seus olhos, vi o meu desejo infinito de amor, me descansei em segundos
Subi e desci, os anjos não dançavam mais
Os demônios não pulavam mais
Todos estasiados, assim como eu
Sim, tu parecias o verão
Às vezes quando entras eu sinto o sol bater em meu rosto
É no verde dos teus olhos que eu encontro meu descanso
Mas olha, há sempre um riso ecoando em algum lugar por aí
Estou aqui para vencer a dor, e seu rosto me faz lembrar que o tempo não passou
Porque tu pareces a doçura de uma promessa lenta e calma, parece o pouso de pássaros
O repouso tão esperado depois de um dia de trabalho
Mas eu deixarei que morra em mim o desejo de observar teus olhos, porque tudo que posso
te dar é uma promessa de que um dia eu não estaria tão cansado
E quando fostes, e quando tu fosses, esse sim foi o dia mais triste do ano, meu bem
Quando deixei de poesias amores, para transformas em poemas de dores.
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Poemas tristes que você não vai querer ler
Puisifrustrações de um adolescente comum com um olhar peculiar.