Ele está preso a mesa de madeira com correias bem apertadas, injetei um anticoagulante nele, para evitar sangramentos fatais, tirei todas as suas roupas o deixando mais vulnerável psicologicamente. A superfície da mesa tem um buraco circular com um raio de 30 centímetros, que fica exatamente onde agora está os órgãos genitais de Brian, assim evito sujeiras fisiológicas e exploro mais áreas. Esta acordando, vou me afasta e analisar suas primeiras reações.
Abre os olhos e obviamente sua primeira ação é tentar se soltar, posso ver seus olhos nervosos olhando em todas as direções procurando a saída, e em 3, 2, 1.
—SOCORRO!!! TEM ALGUÉM AÍ??
—O que te faz pensar que haveria mais alguém? Não, sério eu não entendo isso.
—Me ajuda, alguém me prendeu aqui, pelado, se isso é uma pegadinha eu não estou gostando.
Disse ele, enquanto tentava olhar pra mim, apesar que mesmo quase enfiando os olhos dentro do crânio, não conseguisse prendi a cabeça dele na mesa também.
—Tá, primeiro não é pegadinha, segundo fui eu quem te prendi aí, trabalho excelente né, garanto que não saí daí por nada, se não for a minha vontade, aposto minha vida nisso, literalmente. Olha você é o meu primeiro “paciente” vamos dizer assim, desde que voltei do Irã, porém essa não é minha primeira vez, então quanto mais cedo você aceita a sua atual situação e ficar a disposição da minha vontade, melhor será a sua estadia, serei sempre honesto, e vou saber quando o senhor, meu amigo, não fizer o mesmo, porque sei o que está pensando e vou responder algumas perguntas que não fez, mas são dúvidas:
1° Não, não tem como fugir, e mesmo que escape, eu escondi as chaves do carro, não tenho telefone fixo, celular guardado e estamos a quilômetros do ser humano vivo mais próximo.
2° Eu não tenho nenhum motivo especial, sabe? Tipo, você não me deu uma fechada no trânsito ou furou a fila do mercado na minha frente, na verdade até umas semanas atrás nem sabia da sua existência.
3° Sim, eu sei dos seus atos de... Como chama aquilo que faz? Com as mulheres, então e sim, é um dos motivos de estar deitado aí, mas não é vingança relaxa, nem justiça, ia te matar de qualquer maneira, você só facilitou as coisas.
4° Você já vai morrer de qualquer maneira, porém pode levar semanas, acredite eu já demorei meses pra matar um homem e todo dia ele pedia pra morrer ou alguns poucos segundos, tudo vai depender da sua cooperação.
5° Ah, e não menos importante, como não tenho nenhuma motivação especial, se eu perder a vontade o que é raro, te largo onde te encontrei ou te mato, você escolhe.
Alguma pergunta? Coloquei as mãos ao lado de sua cabeça e olhei bem no fundo de seus olhos, acredite ou não, o inseto estava chorando.
—VAI SE FODER!!!Seu maluco, FILHO DA PUTA!!! Ele cuspiu na minha cara.
Eu nunca entendi porque as pessoas fazem isso, só irrita e também não é nada higiênico.
Lavei o rosto, andei até a mesa de ferramentas peguei uma faca e o maçarico, me aproximei dele, arregalou os olhos e obviamente falou asneiras.
—Então é isso? Vai me corta e queimar todo, VAI À MERDA COM ISSO!
—Não seja tolo, Brian.
Coloquei as coisas na cadeira, abri a mão dele na mesa e prendi seus dedos com as falanges pra cima.
—Agora vou cortar e queimar, sinta-se a vontade para gritar.
Aqueci a lâmina e cortei calmamente cada uma das suas 10 falanges, ele gemeu, gritou e chorou como uma criança, depois que terminei coloquei todas num saco plástico e limpei tudo, pra continuar com um ambiente de trabalho agradável, limpei os ferimentos já cauterizados com Álcool pra evitar infeções e complicações futuras. O deixei sentindo sua dor e saí para fazer o almoço, bife acebolado e fritas, o cheiro ia longe o que obviamente deixou nosso amigo com fome.
Voltei ao celeiro, me sentei ao lado dele com dois pratos.
—Você vai comer, ou prefere continuar me odiando e fazer greve de fome? Você quem sabe, não tenho nada à perder.
—Não dá pra comer preso aqui, Gênio.
—É aí que se engana meu caro, eu corto e você come. Mastiga bem, se ficar engasgado acredite, vai ser uma maneira bem ruim de morrer.
—Droga, está bem.
Enquanto comíamos, indagou ele.—Você é veterano, falou sobre o Irã, antes?
—Capitão Wolfgang, comandante do 1° pelotão de Operações ao seu dispor, atualmente de férias.
—Forças especiais?
—Também, mas tínhamos uma atuação de peso nas situações que exigiam certa, crueldade e disciplina.
—Então foi isso que ferrou a sua mente, olha cara você me solta a gente finge que nada aconteceu e vai se tratar.
—Primeiramente, eu já era assim desde o útero, vamos dizer, e segundo que já me trato, ser assim nunca vai ser ou foi um problema pra mim, só quero entender, além de ser uma ótima chance de aprendizagem, isso de ir ao psicólogo entende?
—Desisto você é doido de pedra, um lunático!
—Me chame do que quiser, lá no Irã os conterrâneos me chamavam de "درد رقصنده" Dançarino da dor, em Persa a língua oficial do Irã, como eu disse, essa não é a minha primeira vez causando dor a um homem, a extração de informações dos guerreiros iranianos costuma ser demorada e bem suja, são homens de força e disciplina dignas de respeito, até às crianças são incrivelmente resistentes, uma nação de guerreiros, uma pena que não lutam ao meu lado.
—Meu Deus, você torturava crianças?
—Não seja hipócrita, você agredi e violenta mulheres, pelo menos no meu caso eram apenas ordens.
—Mas você gostava, não gostava? Dá pra ver o prazer que sente quando fala sobre isso.
—Gosto da violência, de causar dor e levar o sofrimento. “Não penseis que vim trazer paz à Terra, não vim trazer paz, mas sim a espada.” Mateus 10:34, assim disse Jesus.
—Então é um desses fanáticos religiosos?
—Longe disso, mas é uma ótima oportunidade de aprendizado também e nas forças armadas as pessoas sempre procuram uma força ou uma razão maior para justificar o que fazem. Por falar em fanáticos religiosos, o que você sabe sobre a inquisição católica?
—Pouca coisa que vi no colegial, por que? Vai me dar aulas de história agora.
—Depende de a qual parte da história está se referindo. Sabia que milhares de pessoas morreram nas ditas “ guerras santas”? Que ironia não? Uma guerra santa, vê se pode, uma guerra é uma guerra, as pessoas dizem que todas as religiões pregam o amor, mas isso é tolice, com suas doutrinas e roupas bonitas, elas escondem um passado sujo ou presente pior ainda. Eles dizem para não cometer homicídio, não iniciar guerras, entretanto no cristianismo, a própria Bíblia relata diversas batalhas com o apoio de seu aclamado Deus.
—As pessoas acreditam no que lhes é mais vantajoso, isso não é novidade para ninguém. O seu plano é me matar com essa conversa tediosa?
—Agora sim! Exatamente disso que estou falando, pessoas práticas de ação e pouca enrolação, por motivos óbvios eu vou te sedar agora, mas em breve voltaremos a nós ver.
Depois de sedar Brian, peguei a cadeira de inquisição, porém fiquei em dúvida se usava ela agora ou o berço de Judas.
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O Peculiar Alecsander
Mystery / ThrillerSe não me conhece, vai passar por mim na rua, como se eu fosse só mais uma pessoa qualquer.