E você me colocou algemas de aço,
E você nem sabe o que eu faço!
O nó do laço
Aperta o peito!Laçada e ajoelhada no asfalto
Eu disfarço as dores todas no concreto
Aquela ar discreto e engasgado..Passatempo de condenado:
Cantar canções de corno com a garganta inflamada!
Gemer miseravelmente, no travesseiro de madrugada!Você algoz, e desgraçado!
Todo dia eu te odeio um bocado!
Todo dia esse amor desesperado!
Todo dia esse lugar esfacelado!E chamo-te de doido e desvairado
Repasso minha cartilha de ofensas
Uma, duas....e cem vezes
Rabisco tua imagem pelos meses
E ela insiste em retornar, em meus escombros intocados!Meus gritos de liberdade São por mim ignorados
E ainda que queira libertar-me,
Eu estenderia-te os pulsos
Os gemidos
E os impulsos!
O ódio, o amor
A inteira concretude desta dor,
das algemas,
Dos espacos!
Meus pedaços, estilhaçados!
A glória e a miséria que me assola!Ah meu algoz
Terrível e Amado!
Sádica fera que me devora!
Não ouse romper as grades que nos prendem!
Não ranja estes teus dentes para mim!Que após meus soluços embarcgados
E tantos ódios pelas noites ja chorados,
Eu entrego-me em teus braços
Até o fim!E perante a janela la de fora
O homem livre será assim, mera utopia!
Pobre alienado das paixões que lhe inebria
Pobre inocente dos ctimes que jamais cometeriaMilla Reis
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Notas de um Amor Fracassado
PoetryPorque quem nunca amou fracassadamente, que atire a primeira pedra! Notas do Amor que assola, e devora a Alma. A escrita é o caminho do alívio.