Capítulo Cinco

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APENAS DEGUSTAÇÃO

CONFORME AVISADO, O LIVRO FICOU DISPONÍVEL ATÉ O DIA 20.11.18

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Capítulo Cinco

Tito

A minha vontade era nem ter saído de casa hoje, queria achar aquela menina e me certificar que ela esteja bem, e isso que está me corroendo. Fico relembrando o meu sonho e pensando que talvez, ele possa tê-la matado e isso me rasga por dentro. Até tentei ligar para o César, mas foi inútil. O celular só cai na caixa-postal.

- Isso é algo muito sério - diz Alex me encarando do outro lado do balcão.

- Eu sei que é, mas estou de mãos atada. O cara deu a instrução de que de forma alguma eu ligue para aquele telefone, e preciso respeitar isso. Mas a demora em ela responder é sufocante.

- Eu sei, irmão. Mas acredito que se algo ruim tivesse acontecido, a noticia já teria chegado até aqui.

Alex balança a cabeça tentando se livrar de algum pensamento e ele nem precisa dizer o que é, Luiza me ligou na semana passada contando sobre o psicopata que estava armando para cima dele e que sabotou o carro da ex depois de ter tomado um pé na bunda, matando-a em uma acidente.

Um baita de um filho da puta.

- Pegue aqui. - diz ele me estendendo um papel - aqui está o telefone da ONG em que o diretor do hospital faz parte. As garotas tem ido lá passar um tempo e ajudar de alguma forma. É impressionante que desconhecemos os dados, mas muitas mulheres sofrem violência domestica, e precisam de uma mão estendida conseguir subir à superfície novamente. É importante que essa garota... Como é mesmo seu nome?

- Juliana.

- Sim, é importante que a Juliana saiba que existem lugares como este, em que sempre tem alguém para ouvi-la e ajudá-la.

Assinto e observo o cartão e o telefone. Guardo o no bolso e sei que preciso arrumar um jeito de isso chegar até a ruiva.

- Bom, vou nessa. Mantenha-me informado, por favor.

Ele parte e eu tomo meu tempo arrumando os utensílios que uso para preparar meus drinks.

Sou ótimo no que faço e amo o meu trabalho, mas essa merda toda de ver uma mulher apanhando está mexendo com a minha cabeça.

Saber que isso existe no mundo, é logico que eu tinha conhecimento. Mas ver de perto assim é algo muito brutal. Eu nunca serviria para ser policial como Zeca citou no dia do incidente. Ele já havia presenciado vários casos assim, mas sem a denunciar formal nada pode ser feito.

O inferno que não.

Se Salomão não tivesse me brecado eu teria arrebentado a cara daquele velho idiota e covarde. Pois bater em uma mulher que não tem como revidar, é coisa de covarde.

E o pior é saber que ela é casada com ele.

Meu Deus. Isso só piora.

- Tito. TITO.

- Oi - encaro Cléber, um garçom que Salomão contratou essa semana.

- Tá na lua, camarada? - diz sorrindo - tenho pedidos das mesas 5 e 8 acumulados.

Olho em volta e me assusto ao perceber que o número de pessoas no PUB aumentou consideravelmente.

- Foi mal cara. Hoje estou um tanto aéreo mesmo.

- Se concentra. Salomão de olho em você - o garoto faz um gesto sútil com a cabeça e eu sigo a direção, constatando que realmente o gerente não para de me olhar.

*Degustação* Um Sopro de EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora