Capítulo Sete

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APENAS DEGUSTAÇÃO

CONFORME AVISADO, O LIVRO FICOU DISPONÍVEL ATÉ O DIA 20.11.18

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Capítulo Sete

- Droga de telefone - resmungo com o barulho que me acorda.

Levanto-me tropeçando nas roupas que deixei jogadas ontem depois do banho, só quando chego na sala me dou conta que o barulho vem da campainha e não do telefone fixo.

- Mãe?

- Não sei o motivo dessa cara de espanto. Não posso visitar meu filho?

- Seria bom esperar amanhecer primeiro. - Rebato de mau humor.

- Não seja dramático, Vitor, já passam das 10h.

- Isso não altera em nada a situação, pois cheguei às 6h em casa.

- Esse serviço vai acabar com a sua saúde. - diz dando dois tapinhas suaves no meu rosto - agora saia da minha frente.

Dona Margot entra como se a casa fosse dela e eu me aproveito para depositar um beijo em sua bochecha.

Minha mãe me deixa louco, mas eu a amo de todo coração.

- Vá tomar um banho enquanto preparo o café da manhã. - instrui, caminhando para a minha cozinha.

- Isso quer dizer que não é uma visita rápida?

Nesse momento a campainha toca mais uma vez.

- Pode deixar que eu abro, é o seu pai. Ele estava estacionando e eu não tenho paciência para ficar rodando atrás de vaga não. Seu prédio estava com todas as vagas de visitantes lotadas, um absurdo.

Balanço a cabeça enquanto ela tagarela e sigo o seu conselho, volto para o quarto e arranco a bermuda com rapidez. Abro a porta do box e ligo a ducha gelada para ver se assim eu desperto de vez.

Meus pensamentos voam para Juliana. Alias, aquela ruiva é a única que habita os meus pensamentos desde ontem.

Quando cheguei no endereço anotado por ela no meu celular, minha primeira reação foi pensar que ela era casada com aquele cara por dinheiro. O bairro é de gente montado na grana e a casa é uma mansão. Só que algo não batia. Eu sempre fui bom em analisar as pessoas, sendo barman durante tantos anos então, passei a perceber a verdade nos traços de quem me conta cada história, e com a ruiva, algo me dizia que o dinheiro não era o motivo de sofrer violência doméstica e ser humilhada publicamente, calada.

"O homem mal quebrou a barriga dela"

Relembro da inocência daquela criança em me contar isso e fico com mais raiva ainda. O desgraçado quebrou as costelas dela, e pelo tanto de maquiagem que Juliana usava em plena tarde ensolarada, a surra foi muito feia.

Questionei, sutilmente, a empregada quando toquei a campainha e lhe entreguei o violão, eu não sabia que podia confiar naquela senhora, mas parecia que Juliana já fazia isso, por isso arrisquei.

"Ela ama a filha acima de qualquer coisa no mundo" - me respondeu.

A filha dela.

Essa era a peça do quebra-cabeça. César disse que os boatos eram que ela foi vendida pelos pais. Juliana deve ter engravidado e o idiota usa a filha para ter poder sobre ela.

Se eu pego um cara desses - penso ao me secar e olhar no espelho do banheiro me encarando - eu quebro o pescoço dele em dois segundos.

- Filho! Que bom te ver - se alegra meu pai vindo em minha direção assim que chego à sala.

*Degustação* Um Sopro de EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora