A Família Fawley

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TUDO PARECIA ESCURO, logo após que Glenda e Eliza entraram na humilde casa. A única iluminação que havia no local vinha da lareira envolvida por altas chamas. A fogueira era bem vívida, produzida por altas labaredas de fogo. A impressão que dava é de que ela foi produzida recentemente por alguém da casa.

Glenda observava cada canto da sala como se estivesse pisando nela pela primeira vez. Mais acontece é que as duas vezes em que ela pisou no local, o visual interno da casa mudava constantemente como se a dona da residência não se contentase com as diversificadas posições ou decorações que a casa apresentava.

Aparentemente a casa era bem simples; a lareira era essencial para que as garotas se aquecessem do clima frio que pairava sobre a casa. Um confortável sofá centralizado no centro da sala para que pudessem conversar; e uma média mesa vazia no canto para a última refeição do dia. Havia vários quadros de diversos tamanhos pendurados pelas paredes e colunas. Tinha se quadros com fotos de alguns familiares e outros com paisagens e de pinturas.
Glenda parou um instante para observar bem de perto uma imagem familiar que estava no maior quadro à cima da lareira.

- É a sua avó Lorca que faleceu não é? perguntou Glenda friamente.

- Sim! é ela mais nova! respondeu Eliza passando à sua frente.

Mais as duas passaram pela sala de estar e seguiram em direção a escada envelhecida por cupins. Glenda teve a leve sensação de querer espirrar ao subir a escada. O cheiro não era muito agradável; a casa não parecia está visivelmente limpa e, o odor de morfo que vinha dos antigos móveis ainda a incomodava muito. O barulho das tábuas onde pisavam, era de arranhar os tímpanos de tanta podridão.

- Essa casa mudou muito desde a última vez que eu estive aqui! - comentou Glenda.

- Me desculpe pela bagunça e que meus pais passam a maior parte do dia trabalhando e não tenham tempo o suficiente para arrumar toda a casa. Mais agora temos o meu tio Timothy que veio comigo de londres. Tenho certeza que a partir de amanhã ele fará uma boa faxina nessa casa até contratarmos um faxineiro mais qualificado.- explicou Eliza puxando o braço esquerdo de Glenda enquanto caminhavam pelo corredor muito mau clariado pela fraca iluminação de uma lâmpada pendurada à uma coluna no alto, próximo ao teto.

Mesmo com a imensa dificuldade de enxergar o que havia no final do corredor, as duas garotas continuaram caminhando. E ao passarem por uma pequena mesa empoeirada repleta de teias de aranha, surgiu a primeira porta na parede à esquerda; mais as garotas passaram despercebidas. À direita veio a segunda porta em que novamente as duas passaram despercebidas. Elas entraram na escuridão onde chegaram no final do corredor. Glenda piscou três vezes procurando ter uma visão melhor do que vira, logo ao lado da porta onde Eliza a destrancava. Era um filhote de roedor que estava no canto de uma outra porta ao lado. O animal estava alí paralizado olhando para a garota que aregalou os olhos para ve-lo melhor. O animal não demorou muito e saiu correndo passando por trás das garotas:

- Abra, abra rápido a porta Eliza! gritou Glenda aterrorizada.

- Calma, que já estou conseguindo abrir! - disse a amiga que estava com dificuldade em abrir a velha porta. As duas entraram aliviadas do susto inesperado.

- Odeio ratos, você deve saber disso!- comentou Glenda em respiração ofegante.

- Desculpe pela entrada constrangedora.- disse Eliza rindo sem parar enquanto fechava a porta com força.

O pequeno Lustre do quarto de Eliza ainda já permanecia acessa. Elas desviaram de uma pilha de livros e roupas que estavam alí jogados no chão bem próximo a porta. Glenda ficou estudando o local como se não tivesse estado naquele quarto antes. É claro que a aparência não era a mesma de sua última visita. Desta vez a bagunça se espalhava por todas as partes do quarto, desde a porta de entrada até a pequena janela embaçada pelo frio.

Crônicas Ocultas do Mundo Bruxo: A Sociedade AmeaçadaOnde histórias criam vida. Descubra agora