Um presente da vida #2

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Fernanda.

O clima continua tenso, eu não consigo dizer nada e Christopher muito menos, jamais se passou por minha cabeça isso. Ele e ela já foram casados? Que absurdo! Mais absurdo ainda ao pensar que eu já transei com o cara que transava com a mulher que Christopher estava transando... é confuso. 

Eles continuam se matando pelo olhar, eu não me meto e muito menos Christopher.

─ Vamos pedir o almoço? Tô com fome ─ Gustavo quebra o silêncio.

─ Vou pedir o almoço pra jogar na cara dessa rapariga ─ Italo aponta o dedo na cara de Marcela outra vez. ─ Por que diabos está aqui?

─ Eu moro no Rio de Janeiro, idiota... esqueceu?

─ Eu falo aqui, no restaurante.

─ Sou amiga de Christopher...

E então Italo me olha e fica um tempo pensativo, consigo ver um susto em seus olhos.

─ Isso aqui tá melhor que novela mexicana ─ Gustavo ri.

─ Você estava transando com ele? ─ Italo aponta pra Christopher.

─ Você estava transando com ela? ─ ela arqueia a sobrancelha e aponta para mim.

─ Não acredito ─ passa as mãos pelos cabelos. ─ Que merda.

Eu e Christopher nos entreolhamos, minha maior vontade era sair correndo daquele restaurante, estava com muita vergonha.

─ Eu vou embora, Fernanda... sinto muito mas não consigo comer na presença dessa cascavel adestrada ─ Italo diz e se apressa em sair dali.

─ Desculpa ─ sussurro baixinho enquanto o abraço.

─ Depois marcamos algo ─ ele diz e aperta a mão de Christopher e de Gustavo.

Confesso que estava morta de vergonha, totalmente impassível.

─ Eu também tenho que ir ─ Marcela se levantou. ─ Digamos que minha fome sumiu.

Eu sinceramente não queria a presença dela, ela não parecia ser muito amigável e eu acompanhei o sofrimento todo de Italo com ela. Ele não estava mentindo. Essa mulher era falsa, louca e agradeço muito por Christopher ter saído das garras dela.

Me despeço dela com um beijo no rosto e ela ri com certo deboche, percebo que Christopher e Gustavo não percebem, era só isso que me faltava.

Fui almoçar numa boa porque tenho noção da minha maturidade, não ia agir como criança perante essa situação. Ela e Christopher já transaram? Ótimo. O importante é que agora quem está com ele sou eu, tenho plena noção que Christopher é incapaz de me trair.

Somos adultos, não somos crianças.

─ Bom, agora que eles foram embora ─ Gustavo chama o garçom. ─ Vamos comer até não aguentar mais!

─ Vamos, hoje tô sem limite ─ Christopher disse querendo tirar aquele clima pesado.

─ Quem tem limite é município, bebê.

E assim começamos a rir e esquecer um pouco a cena de mais cedo. Gustavo tinha o poder de fazer todo mundo rir, tinha o poder de causar risada e fazer um clima ruim se afastar de forma incrível, ele e Christopher eram dois idiotas.

Depois do almoço nós fomos pra casa descansar um pouco. Miguel estava na casa de Wesley com sua madrinha, ou seja, era apenas eu e Christopher naquela casa imensa... e Rosana, mas ela ficava vendo séries na televisão e nem notava a gente.