- Ué, seu irmão também vai?! - André perguntou espantado.
- Pois é, meu pai me obrigou a trazer ele, acho que ele quer ficar sozinho em casa...
- Sozinho, sei. - André falou sorrindo com um olhar malicioso.
- Que belezinha que é o seu irmão. - Taís veio até Mateus, o cumprimentando.
- Bom, quer vai comprar a bebida?!
- Você sabe quem, engraçadinho.
Rodrigo chegou recolhendo o dinheiro de todos, ele era o único que já tinha feito dezoito anos ali e repetente.
- Bom alguém vai ter que me ajudar a trazer as sacolas... vem você branquelo. - ele apontou a Lucas, que era o único de cabelo loiro do grupo.
Após tudo pronto e com as bebidas equipadas nas mochilas decidimos subir a montanha, que levava exatamente uma hora e trinta minutos de caminhada para chegar ao topo - onde iríamos acampar.
Na metade do caminho tive que pegar Mateus no colo por ele estar cansado. Taís me encarava toda hora de lado, mas não conseguíamos conversar com Mateus interrompendo. Chegamos no topo as cinco e meia, e podíamos ver o por do sol, e o céu todo alaranjado.
- Vamos montar as barracas aqui. - André apontou, onde era bem ao centro da montanha, sem árvores ao lado.
- E você vai recolher gravetos para a fogueira... - falei para Pedro que estava sem saber o que fazer.
Ele saiu e Mateus foi atrás. Finalmente estava sozinho com Taís.
- Pensei que você não fosse vir... - falei.
- Eu não tinha mais nada pra fazer. - ela riu e jogou o cabelo ondulado de lado.
- Sei... - falei sorrindo.
- Er... eu não iria vir sem a Manu, você sabe que não gosto da Nanda.
Nanda é a ficante de Rodrigo e ex melhor amiga de Taís. Eu sabia que teria um clima estranho, contando com Pedro que estava sem falar com o Lucas. Mas apostava minhas fichas que até o final da noite todos acabariam amigos novamente.
A noite foi caindo e André decidiu tocar violão, sentamos em círculo cantando e bebendo, mas ainda existia olhares de ódio entre Taís e Nanda, e entre Pedro e Lucas. Nós planejávamos como seria aquele ano. Nosso ultimo ano no colegial. E André irritava Rodrigo falando "Este vai ser ultimo ano mesmo né cara?!". Taís falava sobre a festa de formatura e que poderíamos viajar para Angra do Reis. Já estávamos todos um pouco embriagado. Lucas estava o pior e me chamou para um canto.
- Eu estou a fim da Nanda...
- Ela é ficante do Rodrigo. - falei assustado.
- Eles nem estão juntos mais, repara... falar nisso, não sei como você não está preocupado com a opção de seu pai voltar. - ele falou todo grogue.
- Duvido muito, ele só irá voltar amanhã a tarde, até lá já vou estar em casa... vou sair daqui as nove da manhã e dá tudo certo.
- Se você diz....
- Até bêbado você é preocupado, incrível. - falei segurando Lucas que estava mole.
Fomos interrompidos por Mateus que corria e gritava ao nosso redor. Ele dizia estar entediado e que queria voltar para casa.
- Mateus vá brincar! SAI DAQUI. - gritei com ele, que parou na hora de correr.
- Mas não tem nada pra fazer... - ele falou dando de ombros.
- Pega a lanterna e vá explorar, sei lá, vaza daqui!
Ele pegou a lanterna e saiu andando cabisbaixo até as àrvores ao redor.
- Não vá se perder, não vá até a onde não consiga ver a luz da fogueira, ok?! - eu gritei para ele que olhou para trás e confirmou com a cabeça.
Nós voltamos ao redor da fogueira, sentei Lucas afastado das bebidas e ele começou a cochilar. Taís dessa vez se aproximou sentando ao meu lado. Eu podia sentir seu braço enconstando no meu diversas vezes e isso me deixava ansioso. Eu precisava beber mais um pouco para criar coragem de beijar ela.
- GABRIEL! Gabriel!
- Meu Deus! Seu irmão está berrando você....
Taís falou se falando, fazendo André parar de tocar o violão... ficamos em silêncio. Escutamos novamente os gritos, e decidimos procurar por ele. Estava tudo escuro ao redor, e logo a frente era só árvores. Começamos iluminar com as lanternas ao redor procurando por Mateus.
- Mateus, cadê você? - eu berrava olhando para a escuridão que vinha das árvores.
- Gabriel!
Ele chegou ofegante, todo sujo de barro, e com a lanterna quebrada. Parou para respirar se apoiando em uma das árvores e falou antes de desmaiar.
- Luzes...