CAPITULO 7

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Era carnaval e eu estava com Michelle aqui em casa. Minha mãe havia deixado um dinheiro, pra eu não ficar dura, e se precisasse de alguma coisa para comer. Consegui beber o dinheiro nos dois primeiros dias com Michelle, que logo depois, conseguiu repor o dinheiro.

Nesse meio tempo, os meus encontros com Mateus continuavam na casa dele, ou na minha. Os encontros eram mais intensos, quando eu tinha dinheiro. Quando eu estava dura, ele não aparecia. Quando ele estava com dinheiro, ele sumia. Depois os encontros eram mais na minha casa, pelo fato de ser mais confortável, e que Michelle também estava comigo.

O almoço era feito na hora exata, a janta também. As roupas lavadas e a casa limpa. Tudo para que Mateus se sentisse a vontade, e que me visse como uma dona de casa mesmo. Às vezes gosto de ser a tal "Amélia" para os namorados, mas esqueci de que os tempos mudaram.

Era aniversário de um amigo nosso em comum. Ele não me deixou ir com ele, pediu para que eu fosse mais tarde. Pediu para que eu passasse a blusa dele, a bermuda, e que limpasse um chinelo dele. Fiz tudo o que ele havia me pedido.

Ele foi primeiro pra festa, e eu fui logo em seguida. Assim que cheguei, ele disse que Gisele iria para a festa. Senti um frio na barriga e o meu corpo congelar, quando a vi subindo a ladeira para chegar ao salão de festas.

Fui embora sozinha. E ao descer a ladeira para ir pra casa, Vivian me ligou dizendo que estava próxima com uma colega nossa de faculdade, num barzinho. Então fui encontrá-las.

Vivian já sabia de toda a história, mas a nossa colega não. Eu mal a conhecia e não queria desabar ali, mas acabei desabando. Não sou forte o bastante para segurar as lágrimas por muito tempo. E Pati, a tal colega, me deu um abraço confortador.

Neste momento, olho para o outro lado da rua. Era Mateus de moto, com Gisele na garupa. Gritei, ele fez um sinal para que eu o esperasse, e Gisele me olhou de cara feia.

O mundo desabou pra mim e resolvi ir pra casa. Mateus foi embora com Gisele e reataram o relacionamento.

E eu? Chorei muito. Chorei demais. Chorei até a alma gritar por socorro. Chorei calada no meu travesseiro. Chorei pro mundo ouvir, mas ninguém me ouviu. 

Helena - Entre a vida e a morte. Baseado em fatos reais.Onde histórias criam vida. Descubra agora