72. Reflexo

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Nora: eu tô com muita dor de cabeça.
André: eu vim o mais rápido que pude.
Nora: obrigada por ter vindo.
Nora abraçou André.
André: nenhuma notícia?
Nora fez que não com a cabeça.
André: calma, ok? Vai ficar tudo bem.
Nora: assim espero.
Alice sentou-se no sofá ao lado de Mário e o garoto a abraçou.
Denise: vocês querem comer algo?
Raquel: elas precisam mesmo comer. Eu te ajudo a preparar algo.
Denise: brigada, Quel!
Raquel piscou para Denise e as duas foram para a cozinha.

Samuel: antes de te matar, eu tenho um favor pra te pedir, Felipe.
Felipe não disse nada. Continuou encarando Samuel.
Samuel: eu quero que você implore pela sua vida.
Felipe riu.
Samuel: quê? — Samuel ficou com raiva — acha que tô brincando?
Felipe: e você acha que eu vou implorar a você?
Júlia: Samuel, por favor! Abaixa essa arma!
Lorena chorava muito e por mais que tentasse se soltar, as cordas foram bem apertadas por Samuel.
Samuel: na minha versão do livro você implora e aí eu te mato.
Felipe: versão do livro? O que é isso, cara? Nessa idade lendo contos de fadas?
Samuel deu de ombros.
Felipe: você acredita mesmo que existe final feliz pra você, cara?
Samuel: não. — Samuel enxugou o suor da testa com as costas da mão — mas você tem que ter um final tão ruim quanto meu.
Júlia: larga essa arma, Samuel!
Samuel: cala a boca, Júlia!
Felipe: quer atirar? Atira!
Júlia cobriu o rosto. Samuel colocou o dedo no gatilho. Felipe fechou os olhos. Ouviu-se um disparo e Júlia gritou.

Yuri encarou Álvaro e os dois correram em direção ao galpão.
Álvaro: olha, Yuri!
Os dois avistaram Leo caído no chão. 
Yuri: LEO!
Yuri foi até o namorado, caiu de joelhos ao lado dele e tentou acordá-lo.
Álvaro: ele tá...?
Yuri: ele levou uma pancada e desmaiou.
Álvaro respirou aliviado.
Yuri: um de nós leva o Leo até o carro e o outro entra no galpão.
Álvaro: você vai com o Leo. Eu vou atrás do Felipe.
Yuri fez que não com a cabeça.
Álvaro: o quê?
Yuri: se acontecer algo contigo, eu vou me odiar. Mas se acontecer algo comigo, ao menos eu sei que você vai cuidar bem do Leo.
Antes que Álvaro pudesse falar ou fazer qualquer coisa, Yuri correu em direção a entrada do galpão e sumiu das vistas de Álvaro. Álvaro pegou Leo no colo e o levou até o carro.

Nora: eu devia ter ido com os meninos.
André: e o que você ia fazer, Nora?
Nora: eu não sei, André. Mas ao menos eu não ia ficar de braços cruzados.
André: cara, come algo, reza, pensa positivo e você vai ver que nestante os quatro entram aí.
Alice encarou André.
André: que foi?
Alice: você disse quatro, André. — Alice ficou bastante nervosa — tem cinco lá.
André: os cinco. — André abraçou Nora e olhou para Alice — eu não sou profeta, Alice. Eu errar a quantidade não significa nada. Ok?
Mário abraçou Alice.
Mário: os cinco vão voltar.
André: vão!

Júlia: EU NÃO ACREDITO!
Felipe continuou com os olhos fechados e Samuel começou a gargalhar.
Lorena: MEU DEUS DO CÉU!
Júlia: EU NÃO ACREDITO, SAMUEL!
Felipe abriu os olhos e não pode acreditar no que tava vendo.
Júlia: VOCÊ ATIROU EM MIM?
Samuel: foi reflexo, Júlia. — ele deu de ombros — você gritou e eu me assustei.
Júlia: VOCÊ ATIROU EM MIM. — a coxa de Júlia sangrava — SEU DESGRAÇADO!
A garota foi em direção a Samuel e o garoto disparou novamente. Dessa vez na testa da garota.
Samuel: CARALHO! Muito chata!
Lorena começou a tremer e chorar muito e Felipe estava assustado.
Samuel: onde estávamos, Lipe? — Samuel apontou a arma para Felipe novamente — ah, lembrei. Final feliz.

Unless you do (finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora