Samuel estava atrás de Lorena, desamarrando-a e um policial entrou devagar no galpão.
Samuel: eu tô vendo você bem aí e se você der mais um passo, eu estouro os miolos dessa garota. — ele apontou a arma para Lorena e colocou-a de pé em frente a ele — eu não tô brincando!
Policial 1: eu só quero conversar contigo. Não precisa fazer nenhuma besteira, ok?
Samuel fez que sim com a cabeça.
Policial 1: a gente pode negociar?
Samuel: o meu primeiro pedido é que você e o bonitinho ali — ele apontou para Yuri — caiam fora.
Policial 1: eu não posso fazer isso. — o policial encarou Yuri — mas você devia sair, garoto.
Felipe: Yuri, vai!
Yuri encarou Felipe, mas não se mexeu.
Felipe: o Leo precisa de você, Yuri. Sai daqui!
Yuri fez que não com a cabeça.
Samuel: eu vou mudar um pouco as coisas.
Felipe e o policial se olharam, enquanto Samuel puxava Lorena para perto de uma porta que dava pra um pequeno quartinho, no galpão.
Felipe: Samuel!
Samuel: eu vou entrar primeiro e você me segue, ok? Sem a polícia. Só nós três lá dentro.
Felipe fez que sim com a cabeça, Samuel entrou no quarto com Lorena e fechou a porta.
Policial 1: você tem certeza disso?
Felipe: é o amor da minha vida lá dentro. Eu tenho certeza disso sim.Nora: o que você tá dizendo?
Leo: o Samuel tá lá dentro com a Lorena, o Felipe e o Yuri.
Nora: a polícia tá aí?
Leo ficou em silêncio.
Álvaro: atualização, gente.
Denise: o que houve?
Álvaro: o Yuri saiu do galpão acompanhado por um policial e o policial tá trazendo um corpo.
Todo mundo ficou tenso na sala.
Álvaro: ai meu Deus do céu!
Denise: Álvaro?
Nora: pelo amor de Deus, fala alguma coisa.
Leo: gente?
Nora: Leo?
Leo: a Júlia tá morta, gente.
Alice: quê?
Leo: é a Júlia. — Leo estava tremendo, mas Yuri o abraçava — ela morreu.
Denise: como assim? Como isso aconteceu?
Yuri: depois eu dou detalhes. O mais importante é que o Felipe e a Lorena estão vivos.
Mário engoliu em seco.
Leo: eu vou desligar, mas não saiam de perto do celular, ok? Eu vou ligar de novo.
Leo desligou.
Nora: gente?
Alguns encaravam Nora e outros se olhavam bastante agoniados.
Nora: a gente precisa rezar.
Raquel: a essa altura, tudo pode acontecer, né? Precisamos ter fé de que os dois vão sair bem disso.
Alice: eles irão.
Raquel fez que sim com a cabeça.Paloma: eu achei que você gostaria de saber.
Cristiane: eu não tô acreditando nisso.
Paloma: eu sinto muito!
Cristiane começou a chorar e Paloma a abraçou.
Paloma: eu não sei o que te dizer, Cris.
Cristiane encarou Paloma, enxugou o rosto e respirou fundo.
Cristiane: e os seus amigos?
Paloma: Leo e Yuri estão no hospital, mas o Álvaro tá vindo pra cá.
Cristiane: aconteceu alguma coisa com os meninos?
Paloma: o Leo recebeu uma pancada na cabeça, mas ele tá bem.
Cristiane: eu não sei o que houve com a Júlia, sabe? Ela não era assim.
Paloma: as pessoas mudam, Cris. Algumas acabam como a Júlia.
Cristiane: isso é... — Cristiane começou a chorar de novo — eu...
Paloma: você não é responsável pelo que aconteceu a ela, ok? Não se culpa por isso.Samuel: agora sim. Finalmente a sós!
Felipe encarava Samuel com ódio nos olhos e Lorena não parava de chorar.
Samuel: esperei muito por esse momento.
Felipe: eu também esperei muito, Samuel. Ficar frente a frente contigo? Meu sonho.
Samuel: ironia não te cai tão bem, amigo.
Felipe: eu não tô sendo irônico.
Lorena começou a olhar ao redor.
Samuel: não há uma saída, princesa.
Lorena: eu não tava procurando uma.
Samuel: e não há nada que você possa usar pra me machucar, tampouco.
Felipe sorriu.
Samuel: quê? — Samuel o olhou nos olhos — você seria louco de enfrentar alguém armado, de mãos limpas?
Felipe deu de ombros.
Samuel: você não faria isso.
Felipe: você tem razão. — Felipe concordou — eu, de mãos limpas, não faria isso.
Samuel: eu sabia.
Felipe continuou com um sorriso no rosto.
Lorena: Felipe?
Felipe a encarou.
Lorena: eu te amo!
Samuel: que lindo, Lorena! — ele deu um tapa na cara da garota e Felipe se segurou — me poupe!
Felipe: Lore, você tá bem?
Lorena segurava o próprio rosto e balançava que sim a cabeça.
Samuel: eu tenho algumas curiosidades sobre você, Felipe.
Felipe: a minha vida é um livro aberto. Só perguntar.
Samuel sorriu e Felipe o encarou e sorriu de volta.