A Doce Poetisa louca

morrendo mentalmente

Olho pro teto
me sinto sonolento
mas tão desperto
é só o começo....
o céu daqui a pouco escurece
e ainda não esqueci
é como uma tatuagem que demorou horas
para ser feita
e cada traço doloroso é uma lembrança
cada linha em minha pele ardente
me faz lembrar instantaneamente
eu achei que era o único
mas eu era apenas um ponto de luz
nesse céu estrelado
eu prometi não chorar
e tento não o fazer todo dia
mas por dentro....
sou um marinheiro num mar de tormenta
a qualquer momento eu posso me afogar
ando em silêncio com meus pensamentos berrando
no meio de pessoas com expressões vazias
rostos de plástico
que se rasgam com o tempo
as tornando desfiguradas e inseguras
eu prometi não chorar
mas já me vejo aqui
chorando compulsivamente
mas as lágrimas não rolam em meus olhos
eu queria saber um jeito menos doloroso
me encolho
olho para o teto
já são três
e ainda não vi o céu
minha solidão em mim se fez
e eu ainda não vi o céu
a insônia é meu trágico troféu
a raiva em meus olhos
pode ver ?
ela me corrói
e algo em mim a cada dia se destrói
eu nunca quiz ser o herói
olho para o teto
esse sentimento é frustrante
espere a tempestade passar
é insuportável
não estou bem
e talvez eu nunca ficarei
eu sei eu joguei todas as minhas cartas
e eu errei....!
agora quero ficar sozinho
trancado no banheiro
a água da torneira jorra sem parar
e eu me seguro para não gritar
(já são três. ...)
e baby eu estou morrendo mentalmente
devagar....
e eu ainda não esqueci
com uma coroa na cabeça
você da a ordem
(cortem - lhe a cabeça)
baby eu não pedi por isso
eu peço que me afoguem porém
já estou afundando em palavras
palavras não escritas
já estou sangrando com seus espinhos
em meu coração
olho para o teto
me sinto sonolento
mas tu deixa meu pensamento.