volte ao princípio

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O que à de mais cruel
Tentar dar o meu melhor
E não receber o mesmo mel?

Amigo espinho
Que  me deixou sozinho
Debaixo da chuva
Onde devagar definho

Meu coração não sorriu
E nenhuma flor foi beijada
A morte apareceu sutil
E levou minha alma acinzentada

Os outros abutres querem minha carcaça
 

As críticas voam como flechas
Me perfurando no peito
Olho desolado não tem outro jeito

Não sou amável
Isso é fácil de se notar
Sou apenas aquela sombra calada
Fria e doce amargando respirar

Ela se calou abruptamente
Me deixando no escuro
Naquela noite solitária não respirei ar puro
Ela me deixou com um vazio ardente

Amigo espinho
Tu és irrelevante
Me fez amar - te como um diamante
E depois me perfurou o peito

São seus pensamentos
Em uma redoma de cristal
Volte ao princípio
Para sempre em coma mental

Berros alheios
Os fins eu receio
Nem tudo justifica os meios
Eu apenas roubo a inspiração que não veio

Nem todo sorriso é sincero
Eu espero que não sorria mais
Porque não quero sorrisos vazios
Já basta o meu que me possuiu

As palavras aparecem
Os borrões escurecem
Minha visão imbassa
Isso não é o rio que desagua em mim

Volte ao princípio
Já pulei desse precipício
Em outras palavras esqueça
Minha alma já foi transpassada.

A Doce Poetisa loucaOnde histórias criam vida. Descubra agora