8º Capítulo

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"Desculpa." a sua voz roca, assustadora e familiar. Olho para trás vendo um homem alto de gabardine preta.

"Está tudo bem?" Niall pergunta e eu olho para ele.

"Sim." digo. "Anda, vamos." pego na sua mão entrando no Nando's. Sentamo-nos numa das mesas e pedimos o que queremos comer. Enquanto a comida não chega vamos falando.

"Estava a pensar se não querias fazer algo especial nos teus anos." Niall diz.

"Niall, ainda é muito cedo. É o primeiro aniversário que não passo com a minha mãe, festas não." falo.

"Eu compreendo." sorri fraco. A comida chega e começamos a comer.

Niall acabou por pagar o jantar e saimos do restaurante.

"Tenho que ir para minha casa,a minha mãe já me ligou várias vezes." ele diz e liga o carro.

"Sim, eu não me importo." olho pela janela.

"A serio? Agora com o teu pai no hospital não te quero deixar sozinha."

"Eu fico bem. Não te preocupes."

"Talvez devessemos arranjar uma casa para nós." ele fala e eu olho para ele surpreendida.

"Não posso deixar o meu pai sozinho, ele precisa de mim." falo.

"Tens razão, se calhar fui um pouco precipitado." olha para mim e de novo para a estrada. Sorrio e volto a olhar pela janela. É demasiado cedo para ir viver com o Niall, eu amo-o, mas nem 18 anos tenho e com o meu pai no hospital não é boa ideia. Eu não o posso deixar sozinho num momento deste. Talvez pense no assunto. Chegamos a minha casa e Niall acompanha-me à porta.

"Amanhã venho buscar-te." ele fala quando chegamos à porta.

"Até amanhã." abraço-o. Olho para cima e os nossos lábios juntam-se.

"Até amanhã." ele segue até ao carro e eu entro em casa fechando a porta à chave. Vou até à cozinha e preparo alguma coisa para comer. Ligo a televisão da sala e sento-me no sofá assistindo ao prograna que passa na mesma.

Não poderia ter arranjado melhor namorado que Niall, ele é tão simpático e querido comigo. Provavelmente nunca irei arranjar ninguém como ele, alguém querido e que gosta realmente de mim. Na escola primária era sempre gozada e diziam que nunca iria arranjar namorado. E hoje vejo que eram apenas mentiras para me fazer sentir mal.

Subo para o meu quarto e deito-me na cama fitando o teto.

(...)

A campainha toca e eu levanto-me para abrir a porta. Uma forte pancada atinge a minha cabeça e eu caio no chão inconsciente. Os meus olhos abrem-se lentamente e analiso o local onde me encontro. Uma sala branca e fria. A minha cabeça dói e as minhas mãos e pés estão presos a uma cama. Tento soltar-me mas é impossível.

"Socorro!" grito o máximo que consigo para que alguem me ouça.

"Ninguém te vai ouvir." o homem da gabardine fala quando entra na sala.

"O que queres de mim? Deixa-me ir,por favor." imploro. Ele vai até a um armário e retira do mesmo uma ferramenta desconhecida. Uma dor apodera-se do meu pulso, mostrando que ele mo está a cortar. Corta o meu outro pulso e sangue escorre pelos dois caindo em baldes que se encontram ao lado da cama. Os meus olhos começam a fechar-se lentamente devido ao sangue que estou a perder. Acabam por se fechar deixando-me novamente inconsciente.

Niall pov's

Toco à campainha e ninguém abre, toco outra vez e nada. Onde será que ela está? Ligo para o seu telemóvel e o mesmo toca do lado de dentro da porta. Tento rodar a maçaneta e a mesma abre a porta. Entro e chamo por ela, ninguem responde e subo até ao seu quarto,a cama está por fazer e Sam não se encontra em casa. Desco as escadas e um objeto brilhante chama a minha atenção, baixo-me para o apanhar. A sua pulseira,  ela nunca tira a pulseira, nunca. Ela não pode ter sido levada. A minha Sam não por favor.Pego no meu telemóvel e marco o número da polícia.

"Ligou para a polícia,  em que posso ajudar?" falam do outro lado da linha.

"A minha namorada foi raptada por favor ajudem-me."

(...)

3 horas se passaram e ainda não sei nada da Sam. Ela não pode morrer, eu não aguentaria. Sei que não nos conhecemos há anos como muitos casais, mas o amor que sinto por ela é tão grande. Eu amo-a tanto e não a posso perder. Não posso. O que vou fazer se algo lhe acontece? Não vou poder vê-la dormir, não vou poder beijá-la, abraçá-la. Não vou poder voltar a vê-la. A única coisa que eu mais quero neste momento é tê-la aqui comigo, poder ouvir a sua voz, saber que ela está bem. O meu telefone toca e eu levanto-me rapidamente para o atender.

"Estou?!" falo com esperança que sejam notícias dela.

"Ela está bem, não precisas de te procupar. Vou tratar bem da tua namoradinha."  uma voz roca fala do outro lado. A chamada cai deixando-se de ouvir a voz do homem.

"Quem era?" Harry pergunta quando me sento novamente no sof'á.

"Não sei, mas o homem que ligou tem a Sam, temos que avisar a polícia Harry." falo levantando-me. Ele segue-me e entro no carro ligando o mesmo. Conduzo até à esquadra e explico o que aconteceu.

2 horas depois nada de Sam, a polícia anda à procura e eu começo a desconfiar que lhe aconteceu algo. Eu não a posso perder. Não posso.

Sam pov's

Os meus olhos abrem-se lentamente e encolho-me de dor. Os meus pés e mãos já não estão atados e o chão é frio. Sangue continua a escorrer pelos meus pulsos e o meu corpo está fraco. Tento me levantar mas é impossível. Já não estou no mesmo sítio, estou na rua, está escuro e os carros passam rapidamente fazendo vento. Finalmente consigo me levantar e caminho até um pequeno café na esquina. Entro no mesmo e todos olham para mim.

"Por favor ajudem-me." a minha garganta dói assim como os meus pulsos.

"O que aconteceu?" uma senhora pergunta-me segurando-me.

"Ajudem-me." os meus olhos começam a fechar novamente e o meu corpo cai no chão inconsciente.

(...)

Um som irritante faz-me acordar. e abro os olhos lentamente. Estou num quarto frio, frio e branco, vários fios estão ligados ao meu corpo. O som irritante é de uma máquina, uma máquina que está ligada a mim. Niall, eu preciso do Niall. Puxo os fios dos meus braços e levanto-me saindo do quarto. Ando até ao que me parece a saída e as portas abrem-se permitindo-me sair. O meu braço é agarrado e o meu corpo é puxado de volta para dentro daquele edifício. Odeio, mas odeio tanto este hospital, foi aqui que a minha mãe morreu. E essa é a única razão para não gostar deste sítio. O meu corpo é deitado na cama novamente e os fios são postos nos meus braços. Os meus pulsos doiem-me e os mesmos estão ligados por ligaduras brancas.

Niall pov's

Estou a ficar cada vez mais impaciente, pessoas dizem que a viram na rua, mas que não sabem onde ela está. Outras dizem que nunca a viram. Eu só a quero comigo, não quero saber quem a encontra ou não. Eu só a quero de volta.

"Está tudo bem mano." Harry tenta consolar-me.

"Eu preciso dela Harry." ponho a cabeça entre as mãos. Eu preciso dela.

O meu telemóvel toca  e eu pego no mesmo atendendo-o.

"Niall, ajuda-me." a sua voz fala do outro lado da linha. Ela está viva, está bem.

"Sam, onde estás?!" levanto-me

"No hospital St.Anna. Vem me buscar por favor." pego nas chaves do carro e Harry segue-me até ao carro.

"Estou a ir. Calma." desligo o telemóvel e entro no carro ligando o mesmo. Conduzo até ao hospital e digo o nome da Sam à senhora da receção. Após saber o quarto, vou até ao mesmo abrindo a porta. Lá está ela, viva.

Desculpem algum erro :s

Kisses xx

Strong |N.H|Onde histórias criam vida. Descubra agora