Capítulo 2

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VITOR

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Meus braços doíam e eu sentia o suor escorrer pelo meu rosto, ensopando a minha camiseta. Eu adorava superar meus limites e ver o resultado do meu esforço. Segurei a barra com força e determinação e fiz mais três levantamentos antes de colocá-la de volta no apoio com a ajuda de Ricardo.

– Quer fazer umas flexões de braço comigo, Vitinho?

– Hoje não, cara. Tenho que ir rápido para casa.

– Encontro quente essa noite? – As sobrancelhas de Ricardo subiam e desciam de maneira provocativa e ele me lançava um sorriso malicioso, esperando que eu lhe desse a resposta de sempre.

Só que dessa vez você se deu mal, cara!

– Na verdade, eu tenho sim.

Queria ter uma câmera para registrar a cara de completo espanto do meu amigo. Ele estava de boca aberta e seus olhos arregalados e incrédulos me encararam por vários instantes.

Como se tivesse se tocado de como ele parecia um idiota, Ricardo passou as mãos no rosto e me olhou como se não acreditasse no que eu estava falando.

– Você tá falando sério, cara?

– Sim. Vou sair com uma amiga da Juliana.

– Caramba, Vitor! E quando você ia contar isso pra gente? Beto, corre aqui, cara! Nosso amigo finalmente vai agir como homem e sair com uma gatinha, amiga da esposa do Daniel. Você acredita que esse filho da puta não nos falou nada?

– Vai se danar, idiota! Eu saio.

– Sério? Qual foi a última vez que você saiu pra se divertir?

– Semana passada.

– Vitor, não conta um evento beneficente do corpo de bombeiros cheio de homens. Quero saber de festas, badalações, garotas seminuas se esfregando em seu corpo no meio da pista de dança.

Eu adorava o Ricardo, mas ele definitivamente era um idiota. Nós dois tínhamos sido vizinhos e nos tornamos praticamente irmãos quando passei a morar com os meus avós em Saint Mare. Logo em seguida, conheci o Beto e o Daniel, que também moravam no bairro, e a amizade daquela época, mesmo eu sendo o pirralho da turma, só aumentou quando todos nós seguimos a mesma profissão. Daniel e eu éramos os mais próximos por termos personalidades muito semelhantes, mesmo com a diferença de idade de seis anos. Nós sempre pensamos de maneira muito parecida, nosso foco sempre foi o trabalho e quase nunca saíamos para festas com os nossos dois amigos mulherengos. Depois que ele conheceu a Juliana e começou a fazer mais programas a dois, eu acabei parando de sair e me isolando em casa na maioria dos meus dias livres – se não em todos.

– Eu estou ouvindo certo? Você vai sair hoje com uma gostosa, cara?

– Vocês são dois idiotas. Sim, eu vou sair e preciso trocar de roupa antes de cair fora daqui.

– Não vá embora, Vitor! Conta pra gente quem é ela.

– Eu não a conheço pessoalmente, Beto. Ela é uma amiga do Daniel. Na verdade, da Juliana, e os dois acabaram me convencendo a sair com ela. Algo sobre sermos muito parecidos.

– E qual o nome dessa mulher? – Rick perguntou, parecendo estar realmente interessado.

– Fernanda. Aparentemente, ela estava no casamento do Dani, mas nós não nos conhecemos porque precisei voltar para o batalhão. Vocês sabem quem ela é?

[DEGUSTAÇÃO] Antes que tudo acabe - SÉRIE HERÓIS #1Onde histórias criam vida. Descubra agora