Bom, eu comentei que perto do Natal teve um bafo com uma vizinha?
Pois então... a mesma veio pedir um socorro esses dias quando o neto dela engoliu um clips. Não sou a Mulher Maravilha só por ter feito um pequeno favor, mas vizinho é o primeiro que a gente lembra nessas horas, daí me acontece isso e ela lembra, pede até desculpas pela intransigência daquele dia.
— Dona Cema, não sou eu quem tá tocando no assunto. Dia desses pode ter uma oportunidade da senhora fazer alguma coisa. Vira a página.
— Isso é castigo.
— Ah, para né! Acha que Deus ia se vingar na criança?
— Meu filho vai me encher o saco. Não dá pra olhar pro lado com guri dessa idade.
— Tadinho... Ele tá todo animadinho, fica calma que vai dar tudo certo. E não fica se culpando. Nessa idade, são tudo umas pestes. Eu mesmo quando tinha uns três anos, enfiei um feijão no nariz, isso a minha mãe que conta. Pra ver como a gente é, faz essas coisas estúpidas na inocência.
........
Mas, voltando ao meu boy da época...
No início de janeiro desse ano, senti que havia formado uma pequena distância entre eu e o S., ele dizendo que era impressão minha e eu achando que só ele que não via.
Mesmo que eu seja uma porra loka e não queira me amarrar, senti o caroço na goela quando ele me disse que havia trancado a faculdade, pois já esperava que ele fosse me dizer aquela frase com Brasília no final.
Tava tudo bem até dia dez, daí bem certinho um mês depois do meu aniversário, dia dezesseis de janeiro, ele disse aquelas palavras na sequência que eu esperava:
— Vou passar um tempo em Brasília.
— Eu senti isso depois da virada do ano. Tu é parecido comigo às vezes. Gostas de se sentir meio livre.
— É... — Seu argumento o fez engolir um caroço e me olhar triste. — Acho que vai ficar uma história bonita pra trás.
— Com certeza. Eu já tô com saudade antes de tu ir embora.
Ele não fala mais nada, me abraça e assim a gente fica bem quietinho e sem chorar, porque ninguém morreu, né.
Pula, a partida dele.
Pula, o dia em que chorei. Porque chorei um pouco sim.
Pula, o dia em que saí pra bagunçar, porque dentro de casa sozinho não cura coração quebrado.
Abi está linda, livre, leve e solta, mas nem por isso queria beijar na boca de imediato. Não tinha clima pra beijar, que dirá namorar pelado.
E não sei como Tonho ficou sabendo que eu tava largada. Isso é um mistério, fico impressionado. Como ele descobriu???
Na verdade, sendo amigo de Cley, é claro que não ia ficar abafado o caso. Pior que eu fico meio puto quando o Tonho chega de supetão na minha loja e me abraça com força como se eu tivesse perdido alguém da família. Meu senhor, quase que sai uma alça do meu intestino por um dos lados. Cara forte, meodeosss.
— Imagina Tonho, eu tô ótimo. Quem disse que eu tô pra baixo?
— O Cleyton.
— A troco de que ele ia fazer fofoca? Ele nem é disso.
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Com quem Abi vai ficar?
RomanceFinalizado! Será que todo os solteiros querem encontrar sua metade, juntar as escovas de dente e terem seu romance? Enquanto uns reclamam da solidão, cama fria e falta de contato físico, Abi é louco por sua liberdade. Mas alguns caras vão tentar am...