sobre indagações da madrugada I

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A morte é um troço muito louco.
A gente nasce, e no momento em que nasce, já está sujeito a morrer.
Tudo está sujeito a morte. T U D O.

É madrugada e eu tô com a mente a mil pensando em todas as possíveis analogias disso para a vida, porque se você parar rapidinho pra pensar vai ver que têm muitas.

A gente vai morrer.
Eu vou morrer.
Você vai morrer.
Todo mundo que eu conheço vai morrer.

Nada. Absolutamente nada que a gente faça vai mudar isso.

Okay. Te darei um tempo pra digerir essa informação.

Pronto?

Foi mesmo?

Certeza?

Então tá bom.

A gente nega a morte. Isso é uma mania que o ser humano desenvolveu. É cultural (obviamente) e faz a gente perceber o quanto temos medo de ficar pra trás, ainda que falemos que queremos morrer, dificilmente a gente realmente quer morrer naquele segundo. Ou se não, na nossa cabeça a gente vai morrer e poder acompanhar a vida de todo mundo sofrendo por nós após nossa trágica morte. Tipo 13 Reasons Why.

Não somos a Hannah Backer. E ela não viu o que as fitas dela causaram.

Porque morrer é isso. Ninguém sabe como é, ninguém sabe o que acontece, ou se acontece alguma coisa mesmo. Se é o fim e o que seria esse fim, não é mesmo?

Meu Deus, tenho que parar.
Sinto que se continuar a escrever sobre isso uma crise existencial vai chegar. Já posso sentir ela a caminho.

Tem umas coisas que me deixam realmente bolada quando penso sobre, tipo isso. Como que a gente tá sempre tentando acumular muita coisa, ser muita coisa, ter muita coisa sendo que podemos morrer a QUALQUER instante. Tipo, puf, alguém acabou de morrer nesse exato segundo. E alguém acabou de nascer também. Não sei lidar.

Caralho.

O mundo é muito louco mesmo.

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tenho questõesOnde histórias criam vida. Descubra agora