III-Um Conselho Importante

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A sala encontrava-se muito escurecida, o ambiente próprio de uma sala do Wizengamot, o tribunal e parlamento do Ministério da Magia Britânico, que pertencia ao Departamento de Execução da Lei Mágica, talvez o local mais prestigiado de todo o ministério. Encontravam-se cerca de 50 membros distribuidos pela assembleia. No centro da mesma, num lugar de grande destaque, encontrava-se a Feiticeira Chefe, também ministra da magia, Hermione Granger, que moderava o julgamento. Tinham acabado de chegar à sala de audiências e estavam a preparar-se para uma audiência muito importante. Após alguns minutos, a ministra proferiu numa voz muito calma «Peço educadamente aos membros deste conselho que se preparem pois vamos dar início à sessão. Obrigada.». Posto isto, houve de seguida um silêncio geral de grande respeito e deram início aos trabalhos.
- Muito boa tarde, sejam bem vindos à sessão do processo n° 25445 e vamos dar início aos trabalhos. - diria-se que Hermione era perfeita para aquele cargo, o modelo ideal de uma juíza. - O caso sobre o qual vamos tratar é o da réu Dolores Jane Umbridge, no que se refere à revisão de pena perpétua e consideração de perdão parcial sob a forma de pena condicional.
Dolores entrou vagarosamente pela porta dos réus, demonstrando sorrisinhos irónicos, provavelmente a fim de convencer o juri. Sentou-se na cadeira, mas apenas após limpar a cadeira com um lenço que trouxera, colocando perfume de seguida, cujo aroma a rosas combinava com o seu fato vermelho. O primeiro pensamento de Hermione foi «parece que continua igual...». Depois, Hermione falou:
-Boa tarde, Dolores. Trás consigo alguma defesa ou testemunha? - Umbridge abanou levemente a cabeça para os lados, mostrando sempre aquele sorrisinho hipócrita. - Muito bem, então será a própria a fazê-lo. Permito agora aos restantes membros do conselho que interroguem a réu.
Mal Hermione deu a autorização, uma senhora de cabelos encaracolados de cor de rosa levantou-se repentinamente. Hermione deu consentimento.
- Cara Dolores, tem consciência dos erros crassos trágicos que cometeu durante a segunda guerra dos feiticeiros? Explique-se, por favor.
Umbridge esboçou novamente um sorriso pretensioso e respondeu de forma falsa e oportunista «claro que os meus erros... quer dizer... algumas das minhas escolhas não foram as mais acertadas, no entanto as circunstâncias eram tão especiais... não acha que tendo o Sr. das trevas sobre si faria tudo o que ele mandasse sem pensar duas vezes... admito que posso ter sido um pouco precipitada, mas... penso que os tempos mudaram e, por isso creio que deveria ser perdoada... tenha em atenção que estou a passar à terceira idade e sou inofensiva... por favor... tenha essa gentileza»
Hermione não aguentava toda aquela hipocrisisa, pois conhecia Dolores perfeitamente, nomeadamente o seu caráter.
   -Sra. Dolores Umbridge, não faça apelos à mesericórdia quando está sob a acusação da responsabilidade da morte de dezenas de feiticeiros, atividades muito duvidosas neste ministério e mal trato de alunos sem justificação, óbvio abuso de poder alheio! - toda a sala se espantou
Passados os ânimos, entrou uma testemunha de acusação, que se dirigiu posteriormente para uma cadeira que estava em frente de Dolores, tratava-se de Cindy Brandon, uma criminosa em Azkaban, que conhecia Dolores havia já alguns anos. Então as perguntas regressaram:
   - Sra. Brandon, descreva-me o comportamento de Dolores Umbridge dentro do estabelecimento prisional de Azkaban, por favor. - questionou um membro do Wizengamot.
- Bom... eu diria que o comportamento da Dolores não tem sido muito agradável para os restantes reclusos. A verdade, quer ela goste quer não, é que ela demonstra comportamentos discriminatórios para com feiticeiros de sangue não totalmente "puro" que são muito graves. Ela chega-nos a chamar nomes indizíveis nesta assembleia... - Cindy emocionou-se e Hermione, agradecendo o seu testemunho, permitiu-lhe que abandonasse a sala.
Dolores não tardou a tentar contestar, porém Hermione cortou-lhe a palavra. «Vamos prosseguir para a fase final de defesa da réu a fim dela justificar a sua ausência, total ou parcial de culpabilidade», referiu.
E então a ministra e chefe dos feiticeiros exclamou «a réu que se defenda!». E assim Dolores o fez, sempre entrando num raciocínio circular falacioso repetitivo, a todas as vezes que podia desculpando-se sem razão fundamentada e sempre apelando à mesericórdia dos membros do Wizengamot.
Por fim, após alguns minutos de reflexão veio o veredicto.
- Peço aos membros do Wizengamot que votem, dentro dos limites da sua consciência. Os que estão a favor do levantamento da prisão perpétua em troca pela prisão condicional levantem as mãos, por favor!
Dos cerca de 50 membros do conselho apenas alguns conservadores levantaram a mão.
- Agora quem está a favor! — Dolores estremeceu ao ver que 45 dos 50 membros do eizengamot, incluindo Hermione, tinham levantado a mão com vigor — Por maioria absoluta, declaro que o pedido de libertação condicional da réu Dolores Umbridge foi recusado, continuando a mesma a cumprir a pena de prisão perpértua de que estava condenada inicialmente, por tempo indefinido nas instalações de Azkaban!
O conselho foi dispensado e depressa aquela sala retornou à escuridão de uma sala de condenação, vazia e fria.

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