Capítulo 16

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Maria Clara

Ainda não consigo acreditar que o Diguinho morreu, até aquele aquele dia que ele tentou me agarrar nós éramos como irmãos. Mas ele destruiu tudo isso, e mesmo assim ainda não acredito que ele está morto por causa de drogas. Heitor também estava bastante abalado com essa notícia, e mesmo assim estava cuidando dos detalhes para o velório e o enterro de Rodrigo a pedido do tio João.
Heitor me pediu para acompanhá-lo e eu disse que iria, agora não consigo ter mais mágoa  do Rodrigo, diante da morte não devemos guardar mágoa de ninguém. 
Tomei um banho rápido ne vesti e fui a sala onde Heitor e meus pais me esperavam. Heitor  parecia estar distante, seu olhar estava vazio e ainda vermelho pelas lágrimas derramadas.
- Vamos Heitor- eu disse e ele saiu do transe em que estava.
- Vamos princesa, você está linda. - disse ele.
Sorri sem graça, me despedi de meus pais e saímos. 
- Nos vemos no velório, Mamae - eu disse
- Os meus pais virão buscar vocês para irem até a casa do tio João,  senhor Sebastião. Tudo bem? - Heitor disse a meu pai
- Claro filho, estaremos esperando. - respondeu meu pai.
- Acho que eles devem estar chegando, não moram muito longe daqui.- disse Heitor
- Você não mora com eles, Heitor?- pergunto curiosa.
- Não, minha linda, meus pais preferem a calma do interior do que a agitação da cidade grande, eu vim para fazer uma faculdade. Daqui uns dias meu irmão também virá definitivamente. - Heitor respondeu.
- Entendi, então depois que você terminar a faculdade pode ser que volte para sua cidade. - digo desanimada.
- Acredito que não princesa,  no interior não há muita oportunidade na área que escolhi.  Mas outro dia falaremos nisso minha linda,  a conversa está ótima mas infelizmente temos que ir cuidar do enterro e velório do nosso amigo não é? - ele disse agora com uma tristeza nas palavras.
- Claro, vamos então? - eu disse
- Vamos - ele disse e pegou minha mão.
- senhor Sebastião, senhora Marta. Nos encontramos mais tarde no velório, certo?- Heitor disse.
- Até mais tarde filhos, se cuidem - disse mamãe.
Assim saímos de casa, entramos no carro e fomos na casa dele para que ele também tomasse um banho, afinal o dia seria longo. Ele para o carro, me convida para entrar e diz para não reparar na bagunça. Ele vai tomar banho e eu fico na sala esperando.

Heitor

Depois de todos os últimos acontecimentos eu sinto que não posso mais esperar, mesmo no momento triste pela morte de um amigo, eu vou me declarar.
Fui a casa de Maria Clara e contei tudo a seus pais e a ela também. Eles ficaram muito tristes porque afinal Rodrigo cresceu perto deles.
Conversamos um pouco e pedi a Maria Clara para me acompanhar ja que eu iria cuidar de tudo a pedido do tio João. Fomos a minha casa e ela ficou me esperando na sala.
Logo após tomar um banho volto a sala e vejo a mulher mais  linda me esperando, não  tem jeito, vai ser hoje. Me sento no sofá com ela  e começo a falar - Maria Clara, eu não sei oque acontecerá quando eu acabar a faculdade, são cinco anos de curso. Quando vim pra cá o principal motivo foi a faculdade e depois eu arrumei um emprego. E depois eu achei você, e essa foi a melhor parte da minha nova vida aqui. Eu sei que nos não temos uma relação, na verdade eu queria mudar isso, sei que esse não é o momento mas quero que você saiba de uma coisa.
- Fala Heitor, oque preciso saber?  - ela perguntou tentando disfarçar seu nervosismo.
Respiro fundo olho nos seus olhos e digo: - Maria Clara,  desde a primeira vez que eu te vi, senti algo diferente. Desde o nosso esbarrão, eu me senti atraído por você. Depois daquele dia eu fazia de tudo para te ver na faculdade. Logo a gente se aproximou,  e eu confesso que  no início eu achei que não seria nada sério, como eu te disse aquele dia no parque eu não sou o tipo que namora. Só que  isso foi mudando aqui dentro. Eu morro de ciúmes cada vez que te vejo com os seus colegas de curso. E quando vc me disse que quase tinha sido estuprada, desejei não ver na minha frente a pessoa que te fez isso. Logo o Rodrigo também me conta que quase estuprou uma moça, te confesso que depois daquele dia no parque desconfiei que era ele. E quando fomos na sua casa no sábado, a sua reação quando o viu me fez ter a certeza de que era ele. E depois quando eu vi ele te agarrando meu sangue ferveu por isso o agredi daquele jeito.
Depois de tudo isso, percebi que estamos muito ligados um ao outro e eu já não posso enganar meu coração, por isso Maria Clara, eu preciso te dizer uma coisa. Eu amo você, quero estar com você toda hora, nao paro se pensar em você um segundo do dia, a noite fico desejando ter você comigo. Então mocinha, tenho um pedido a te fazer. Você aceita ser a minha namorada?
Ela me olhava assustada e eu esperando sua resposta. Maria Clara respira fundo e fala - Heitor também sinto algo diferente por você. Enquanto você me procurava eu fugia por medo. Por causa do trauma da adolescência, mas quando permiti que se aproximasse foi porque eu estava me apaixonando por você também. É claro que eu aceito ser a sua namorada, não consigo mais ficar longe de você. Quando te contei meu trauma foi porque vi que não tinha mais jeito, eu estava me apaixonando.
- Então mocinha agora você é oficialmente minha namorada. - eu digo e a beijo apaixonado. Depois de três anos me permito amar novamente e sinto que Maria Clara será a mãe dos meus filhos.
Ficamos namorando um pouco no sofá até que ela diz - Deveríamos estar na funerária agora, não é?
- Nossa meu anjo, me esqueci da hora. Com você fico assim, esqueço de tudo. Vamos princesa se não te prendo aqui nessa casa. - eu disse.
- Adoraria ser presa aqui- ela me olha e diz com uma cara maliciosa. 
- Mocinha por favor não me provoque, não sabe como é complicado pra mim me conter perto de você. - eu disse e a puxei pra perto de mim selando nossos lábios. Ela ficou vermelha quando eu disse isso. E me respondeu: - Não sabia que você ficava assim perto de mim meu anjo.
- Desde a primeira vez princesa.  Mas juro que vou esperar seu tempo, jamais irei te forçar. Então agora vamos. - eu disse e logo saímos.
Primeiro fomos até o IML para reconhecer o corpo. Maria Clara travou na recepção e disse que não conseguiria ver Rodrigo assim, ela disse que mesmo com tudo que ele fez, gostaria de guardar a imagem dele vivo. Disse a ela que eu iria entrar na sala e faria o reconhecimento do corpo. Não contive as lágrimas e chorei diante do corpo do meu amigo ali. Com marcas de pelo menos uns cinco tiros, morto por causa de drogas. Saí da sala e Maria Clara me esperava na recepção, até esse momento eu estava sendo forte, mas quando ela de aproximou de mim eu desabei, chorei feito uma criança. Fiquei sentado numa cadeira enquanto Maria Clara conversava com a moça da recepção, ela havia entregado os documentos do Rodrigo para fazer a liberação do velorio e enterro para que a empresa funerária pudesse vir pegar o corpo. Depois que eu estava mais calmo fomos até a funerária para tratarmos dos detalhes do enterro e velório do Rodrigo, deixamos uma roupa para colicarem nele e saímos.Já era quase hora do almoço, meu pai me ligou e  disse que estavam na casa do tio João junto com os pais da Maria Clara, disse a ele que estava quase tudo pronto. Saímos da funerária e fomos almoçar num restaurante próximo, o dia seria longo e eu já estava com fome. Almoçamos e retornamos a funerária, ligo para meu pai e peço que pergunte ao tio João e a tia Beth onde querem fazer velório. Eles dizem que querem fazer o velório na igreja do bairro onde moram mas que seria preciso pedir autorização, eu e Maria Clara então vamos até a igreja. A moça da recepção pede para esperar um pouco e logo um senhor vem nos atender. Quando Maria Clara conta  sobre a morte de Rodrigo ele também chora. Imagino que deve ter conhecido. Então ele olha para Maria Clara e diz: - filha você está tão linda. Já é uma mulher. Estou ficando velho mesmo. Não acredito que um jovem como o Rodrigo está morto. Eu os vi crescer, filho.  Maria Clara era um bebê quando  cheguei aqui e Rodrigo tinha cinco anos. Depois fui transferido de paróquia mas agora estou aqui  novamente. E agora temos esta notícia, a vida e suas surpresas. Digam a João e Elisabeth que irei ao velório mais tarde. Deus os acompanhe

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