Capítulo 33

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Laura

Tenho que fugir, Heitor logo virá atrás de mim, e eu tenho medo do que ele poderá fazer comigo caso me encontre. Volto correndo pro hotel, junto minhas coisas e procuro outro lugar para me esconder de Heitor. Fico perambulando pelas ruas da cidade sem rumo durante a madrugada toda. Já estava com fome e cansada de tanto andar, parei perto de uma padaria e me joguei no chão, já não tinha forças para continuar andando, eu estava suja e com fome, precisava comer algo. Fecho meus olhos e desejo conseguir algo  alimentar, e após abrir os olhos vejo uma menina me olhando com jma carinha assustada. Ela me encarava como se quisesse saber o motivo que me levou a essa situação, mas eu fui tomada por um sentimento de vergonha remorso pelo que fiz com Maria Clara, e agora acordei para tudo oque minha obsessão fez, eu quase matei uma pessoa inocente, por causa do amor de um homem que já não pertence a mim. Estou perdida em meus pensamentos quando sinto a menininha acompanhada dos pais me chamando: - moça, toma isso, você precisa comer algo. Está muito abatida.
Depois das palavras da menininha comi oque estava enrolado no saquinho, e agradeci a essa criança que me observou enquanto eu comia, e quando acabei os três me encaravam, e logo a mãe da criança me disse:- logo ali tem um albergue onde você pode tomar um banho e descansar um pouco, nota-se que você nem dormiu essa noite. Venha Joana, ja ajudamos a moça  com oque podíamos.
Eu agradeci pelo pão que me deram e a pequena Joana se aproximou de  mim e me deu um abraço sem se importar com minha situação.
Depois disso eu me levantei e fui andando até achar esse albergue que a mulher havia falado, entrei e logo uma senhora me recebeu e disse que eu poderia tomar um banho e dormir um pouco. Agradeci mentalmente por isso e depois da senhora me mostrar um quarto vazio e onde estava o banheiro, eu tomei um banho rápido e me deitei tentando esquecer oque aconteceu nas últimas horas. Saio do quarto e encontro  a senhora que me recebeu quando cheguei, ela me chama para comer, eu a sigo e me sento para comer junto com as outras pessoas que ali estavam, estava me sentindo estranha, meus pensamentos me levam a Heitor, mesmo fugindo dele sinto saudades de estar com ele, saudade dos seus beijos carinhos, acabo de comer e volto pro quarto e me rendi ao sono.

             Delírio  de Laura

Decido ir atrás dele, e explicar porque fugi assim, se fiz isso por porque prometi a Laura que iria me afastar deles para que pudessem ser felizes juntos. Mas percebi que não posso deixar que eles sejam felizes, eu amo demais esse homem pra me afastar assim.
Agradeci a dona Rita por me aceitar no albergue por essa tarde e essa noite, me despedi e fui atrás do meu amor. Estava com saudades apesar de estar sem vê-lo somente a um dia. Fui até sua casa e chamei no portão, mas não fui atendida. Então fiquei na calçada esperando meu amor aparecer, e quando o vi de aproximando fiquei nervosa, ja Heitor quando me viu congelou e não conseguia falar nada. Me aproximei dele e pulei em seu pescoço, e comecei a falar:- meu amor, eu voltei pra você, tive que sumir por causa da Laura, ela me ameaçou pra me afastar de você, mas eu não tenho medo dela. Não foi você quem disse que ela não iria nos separar? Me perdoe por ter me abalado e fugido.
Heitor me olhou um pouco atordoado e apenas concordou comigo e me envolveu em seu abraço.
Ele me disse: - minha linda, vamos entrar, estou com saudades.
Nós entramos em casa e ele me disse que se eu quisesse poderia tomar um banho. Então fui pro banheiro, e o deixei na sala.

Heitor

Depois do que Laura fez com Maria Clara eu só queria saber onde ela estava, ela ia pagar pelo que fez. Laura estava louca, e percebi isso quando fui falar com ela no hotel onde ela estava. Quando soube do estado de Maria Clara fiquei enlouquecido de raiva e ainda bem que não encontrei Laura logo depois, ou seria capaz de matá-la se a visse na minha frente. Me dediquei a cuidar da minha princesa que passou maus momentos desde a tesourada que levou, mas Maria Clara surpreendeu a todos e se recuperoumuito bem, após as transfusões de sangue que recebeu de todos os nossos amigos. Durante os dias em que ela esteve internada recebia visitas de todos os nossos amigos e  também dos seus pais. Nesse período eu e Maria Clara fizemos dois novos amigos que se tornaram irmãos pra nós dois. Henrique e Melinda que conheci no dia em que Maria Clara foi atacada por Laura. A vida deu um golpe muito duro neles, mas juntos eles mostraram que iriam superar a perda da pequena Marina. Henrique me deu um cartão com seus números de telefone e disse que eu poderia ligar se precisasse. Eu não quis ligar logo pois imaginei que eles deviam estar enterrando sua filha, mas eu sabia que se precisasse poderia ligar, só não fiz isso logo, preferi dar uns dias pra eles.
Quando Maria Clara estava internada a três dias recebi a visita de Henrique e Melinda no hospital. Pedi a Melinda que ficasse um pouco com Maria Clara pois precisava falar com Henrique. Deixamos elas no quarto e fomos até a lanchonete.
Henrique logo falou: - Oque aconteceu Heitor?
- Cara preciso de ajuda para encontrar uma pessoa, você poderia me ajudar? - eu disse.
- Claro, eu imagino que seja a pessoa que atacou Maria Clara não é?- disse Henrique.
- Sim, ela está louca, desequilibrada, precisa de tratamento, ela só fez isso porque me quer de volta. Tenho medo que ela tente fazer algo novamente. - eu disse.
- Certo, ela se chama Laura não é?  Um segundo. - Henrique disse e pegou seu celular e fez uma ligação.
- alô, Erick? Por favor, acione sua equipe  e localize uma mulher chamada Laura, estou te mandando uma foto. - Henrique desligou e voltamos a falar.
- me mande uma foto dela você tem? - perguntou Henrique.
- devo ter, espere - eu disse e logo mandei a foto pra ele que logo enviou para a pessoa que estava falando a poucos minutos.
- quando a encontrar o quer que seja feito? - disse ele.
- Cara eu quero que ela seja internada, ela está doente e precisa de tratamento. Talvez assim eu e Maria Clara tenhamos sossego.
- certo, então vamos fazer o seguinte, se ela procurar você antes que esse amigo meu a encontre, você me liga, eu tenho contato de uma clínica psiquiátrica, e já deixarei eles avisados sobre essa maluca. - disse Henrique.
- combinado então, mas por favor não fale sobre isso a Maria Clara, Certo? - eu disse
- Não se preocupe. Ela não saberá de nada. - disse Henrique.
Depois dessa nossa conversa voltamos pro quarto, Maria Clara e Melinda estavam envolvidas num papo feminino e não perceberam que voltamos.
Henrique chamou Melinda para irem embora e avisaram que depois voltariam. Quando eles saíram Maria Clara já me perguntou: - Oque você tinha que falar com o Henrique meu amor?
- Nada muito importante minha linda. - eu disse e vi que ela não se convenceu. Mas deixei assim mesmo.
Olhei no relógio e já eram 19h e Maria Clara começava a cochilar. Me sentei na poltrona ao lado de sua cama e também cochilei. Acordei um tempo depois com mensagem de Henrique, respondi e logo ele me diz que acharam Laura, ele dizia que ela estava num albergue em um bairro vizinho. Pergunto como ele localizou ela tão fácil assim e ele disse: - coloquei pessoas procurando por ela com a foto que você me deu, não demorou muito e achamos ela nesse albergue, minha fonte está observando ela nesse momento.
E agora oque você quer fazer? - disse ele.
- É aquilo que combinamos cara. Não tem outra alternativa.- eu disse.
- Na verdade tem, ela tentou matar uma pessoa. Facilmente ela seria presa.-  disse ele.
- É, só que te falei que ela esta dando sinais de loucura. Assim acho melhor mandar ela pra uma clínica psiquiátrica. - eu disse.
- beleza então,  Mas de todo jeito você nao vai fazer nada agora não é? Não vai sair de perto da Clara. - ele perguntou.
- amanhã ela tem alta. Vou levar ela pra casa e depois pagamos a Laura. Sua fonte pode vigiar ela essa noite?  - perguntei 
- relaxa,  amanhã cedo pegamos ela então. Tudo certo. Boa noite irmão. - disse ele.
- valeu irmão. Você está me ajudando muito. Te devo essa. Boa noite.  - me despedi de Henrique e voltei a dormir.
No dia seguinte Maria Clara teve alta, a deixei em casa e disse a ela que iria tomar um banho e descansar um pouco e que voltaria para almoçar com ela e seus pais. Não falei nada sobre Laura para não assustar Maria Clara.
Estava saindo da casa de Maria Clara quando Henrique me liga:- fala irmão.
- E aí beleza, já levou Maria Clara pra casa? - Henrique perguntou.
- Sim acabei de deixá-la em casa. Vamos pegar a Laura? - eu disse.
- Então cara, ela saiu do albergue logo cedinho hoje. Minha fonte está seguindo ela, estou mandando pra você o caminho que ela esta fazendo agora.- ele disse e eu olhei a localização dela. Voltei a ligação e disse que sabia onde era esse lugar. Henrique perguntou: - Você sabe onde ela está, ou pra onde ela está indo?
- pra minha casa. - eu disse.
- então nós podemos pegá-la na sua casa. - Henrique disse.
- isso, mas me deixe chegar antes da equipe médica que vai levá-la pra clínica psiquiátrica, pra ir enrolando ela. - eu disse
- combinado, vou ligando pro pessoal para deixar eles avisados. Nos vemos na sua casa. - disse ele.
Nos despedimos e fui pra minha casa, chegando lá vejo Laura sentada na calçada. Finjo surpresa em vê-la e ela se atira em meu pescoço e disse:- meu amor, eu voltei pra você, tive que sumir por causa da Laura, ela me ameaçou pra me afastar de você, mas eu não tenho medo dela. Não foi você quem disse que ela não iria nos separar? Me perdoe por ter me abalado e fugido.
Ela está achando que é Maria Clara e eu entrei no seu delírio, fingi que estava com Maria Clara e a convenci a entrar em casa comigo. Precisava avisar Henrique que já estava com ela então disse que se ela quisesse poderia tomar um banho, ela caiu  na conversa e foi pro banheiro. Aproveitei pra ligar pra Henrique e ele disse que estavam do lado de  fora, vi seu carro pela janela e esperei Laura sair do banho. Depois que ela saiu veio até mim e começou a fazer uma massagem, conversei um pouco com ela e percebi que ela estava totalmente fora de si, pensando que era Maria Clara.
Ela sentou do meu lado e tentou me beijar, mas eu não permiti o beijo. Então ela se deitou no sofá e continuava falando como se fosse outra pessoa. Me livrei dela e deu um jeito de chamar Henrique e a equipe medida sem que ela percebesse, então eu disse a ela:-  oque vou fazer é pro seu bem. Você precisa de ajuda, está mentalmente desequilibrada, sua mente está confusa.
Ela não entendeu nada e disse: - Heitor do que você está falando? Eu não estou louca, estou muito bem, e quero ficar com você.
- nós não vamos ficar juntos, Laura. - eu disse
- Por favor meu amor. Não me deixe.- disse ela.
- lamento Laura. - eu disse e vi Henrique entrando com os médicos  e enfermeiros. Quando Laura os viu tentou correr, mas os enfermeiros a seguraram. Ela começou a gritar e se debater, e eu vi uma das enfermeiras preparar um remédio para aplicar em Laura. Ela continuava lutando e gritando, até que adormeceu depois que aplicaram a injeção nela, os enfermeiros a puseram numa camisa de força a colocaram na ambulância e partiram pra clínica psiquiátrica.

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