Heitor
Acordo com meu celular despertando, olho para o lado e Maria Clara ainda dormia feito um anjo. Me levanto e vou até a cozinha, dona Marta e senhor Sebastião ainda não apareceram. Vou até a sala pego as chaves da casa e me dirijo ao meu carro para pegar a minha mochila com algumas coisas pessoais que sempre deixo no carro. Sem fazer barulho vou ate o banheiro no corredor tomo um banho rápido, me troco e vou ao quarto de Maria Clara ver se ela havia acordado. Eu poderia ficar horas a observando dormir, ela parece um anjo dormindo. Decido deixá-la dormir mais um pouco e vou até a cozinha, dona Marta e senhor Sebastião ainda não acordaram então me permiti fazer um café para nós, encontro tudo que preciso e começo a preparar. Enquanto faço o café coloco pão de queijo para assar, volto ao quarto de Maria Clara e ela não estava mais deitada. A observo e noto que esta se vestindo, saio do corredor para não correr risco de ser pego no flagra e volto para a cozinha.
Alguns minutos depois dona Marta aparece na cozinha atraída pelo cheiro do café e do pão de queijo.
- Bom dia filho, erramos a hora..
Porque foi se incomodar? Não precisava fazer o café. - disse dona Marta.
- Perdoe-me dona Marta, mas é que pela manhã eu preciso de um cafezinho-eu disse sem graça.
- Tudo bem filho, não se preocupe, você está em casa, ou não é quase meu genro? - dona Marta diz e eu quase me engasgo com o café.
- Mamãe - repreendeu Maria Clara entrando na cozinha. Tão constrangida quanto eu.
- Oque ? Eu não falei nada demais. Eu sei muito bem que vocês dois estão, como é que vocês jovens falam mesmo? - disse dona Marta
- Se curtindo Martinha.- disse senhor Sebastião entrando na cozinha.
Eu estava numa saia justa com meus "sogros" e para sair disso resolvo falar - dona Marta a senhora tem toda razão. - eu disse e Maria Clara me olhou envergonhada. - Eu e Maria Clara estamos nos curtindo sim. Na verdade eu estou querendo avançar mais um passo mas a filha de vocês ainda não me deu resposta. E eu estou aguardando ansioso por essa resposta que espero ser positiva. - eu continuei falando e Maria Clara estava mais vermelha que um tomate.
Se ela soubesse como eu gosto de vê-la assim envergonhada.
- Logo eu te respondo meu anjo, é que tem muita coisa acontecendo- disse Maria Clara.
- Tudo bem, eu sou paciente, daquilo que eu quero não desisto- eu disse e ela ficou envergonhada novamente.
- Desejamos felicidades a vocês dois. Mas agora temos um velório para voltar. - disse senhor Sebastião.
- verdade papai, temos que voltar. - disse Maria Clara.
Então saímos de volta para o velório do Rodrigo, quando chegamos o carro da funerária já estava do lado de fora aguardando para fazer o transporte do corpo.
Entramos na Capela e fomos nos despedir do Rodrigo que apesar de todas as burradas que fez, era nosso amigo. Eu e Maria Clara conhecemos um Rodrigo diferente desse que agora está num caixão. Permaneci ao lado de Maria Clara que não quis se aproximar do caixão, não quis insistir para irmos. Seus pais foram na direção dos pais do Rodrigo. Algum tempo depois saímos em direção ao cemitério para o enterro.
Tio João e tia Beth estavam sendo amparados pelos meus pais e os pais de Maria Clara, essa cena foi muito triste.
Eu não quis me aproximar muito do túmulo, não me senti preprado para isso, olhei para Maria Clara que estava ao meu lado e ela também estava congelada. Então a puxei para um abraço e ficamos ali na sombra observando tudo. Lembranças eram inevitáveis, tanto para mim quanto para ela também. Choramos juntos lembrando de tudo que vivemos junto com Rodrigo, a minha amizade com ele foi mais breve do que a amizade dele xom a Clara. Imagino a decepção e a magoa que ela deve guardar dele. Acariciando seus cabelos pergunto:
- Você deve estar muito triste com tudo isso, não é meu anjo?
Maria Clara me olha e diz: - Ah meu anjo, eu conheci um Rodrigo tão diferente desse que nós enterramos hoje. Ele foi um irmão que eu não tive, e ver que ele quis seguir esse caminho dói tanto, em algum momento da vida eu e ele fomos muito amigos sabe. Quando a gente era criança sempre estávamos juntos brincando. Passamos muita coisa na nossa infância. E agora ver ele tendo esse fim é tão... tão doído. Eu não quero lembrar dele assim, quero guardar comigo aquele Rodrigo que conheci na infância.
- É minha linda, isso e doloroso. Mas pelo menos a gente pode guardar boas lembranças dele. - eu disse e ela me deu um sorriso tímido.
Me aproximei dela e dei um selinho em seus lábios.Maria Clara
Quando voltamos ao velório, o carro da funerária já estava esperando do lado de fora para sairmos em cortejo até o cemiterio. Eu ainda tenho mágoa do Rodrigo, estou no velório em consideração aos seus pais. Esse Rodrigo que morreu não é aquele que eu conheci um dia. Quero me lembrar do Diguinho que conheci na infância e de como éramos ta o amigos e irmãos.
Desde que chegamos aqui na Capela eu nao me aproximei do caixão dele, não quero lembrar dele assim. Meus pais e Heitor até me incentivaram a ir até o caixão mas eu não conseguia, nem mesmo agora que estávamos quase saindo para o enterro.
Minutos depois saímos em direção ao cemitério, fomos com Heitor no carro dele. Chegamos ao cemitério e eu não quis me aproximar do túmulo. Meus pais foram até lá mas eu não consegui ir junto. Fiquei embaixo de uma àrvore observando tudo. A tia Beth e o tio João estavam arrasados. O choro deles ecoava pelo cemitério. Heitor também não foi até o túmulo e ficou ao meu lado até que meus pais voltassem.
...
Algum tempo depois meus pais retornam até nós e vamos embora.
Heitor nos acompanha até em casa e fica conosco até o cair da noite.
No meu quarto ele me pergunta: - minha linda, sei que o momento é triste, mas eu gostaria de pedir algo a você.
- fale Heitor, oque quer me pedir?
- eu disse olhando pra ele.
- Pense com carinho na minha proposta, seja minha namorada e quem sabe daqui um tempo, minha futura esposa.- disse ele.
- Ah claro meu anjo. Logo você terá sua resposta. Tenha um pouco de paciência por favor ? - pedi a ele.
- Pra ter você meu amor, espero o tempo que precisar. Como te falei ontem, jamais irei te forçar. - Heitor me diz e me abraça. Ficamos trocando carinhos até tarde, e ele logo me disse que teria que ir embora.
- fica mais aqui meu anjo. - pedi a ele.
- não posso minha linda. Nem tenho mais roupas aqui na mochila e também abusei da hospitalidade dos seus pais. Mas prometo que no final de semana iremos fazer um passeio Tabom - disse ele.
Tudo bem meu anjo. Então nos vemos depois. Agora vamos descansar. - eu disse.
Verdade minha linda, vamos descansar um pouco e depois a gente se vê ok? Ele disse.
Heitor se despediu dos meus pais e de mim e foi pra casa dele.
Subi pro meu quarto e minha mae vem atrás de mim: - ah minha filha, você escolheu bem. Heitor é tão lindo atencioso e carinhoso. Eu vou amar ter ele como genro. Vocês estão namorando ja?.
- Mamãe, oque e isso?? Tá querendo me casar logo?! Calma eu e ele apenas estamos nos conhecendo.- eu disse.
- Serio Cacau? Pois pra quem está apenas se conhecendo vocês estão muito próximos viu. - Mamãe disse saindo do meu quarto.
Ela saiu e eu me joguei na cama e adormeci rapidamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Amor Inesperado
RomanceMaria Clara é uma jovem sonhadora. No passado teve uma grande decepção, com alguém que se dizia amigo e irmão. Seu caminho cruza com o caminho de Heitor, ele é um rapaz que traz no coração uma decepção. Desde então se torna um dom Juan. Quando conh...