Now is Good || h.s.

02. Gothic

" Os mistérios, quando são muito maliciosos, escondem-se na luz."

|HARRY POV|

        Os meus passos, caminham sobre o solo, diretamente para a secretaria. Esta escola é definitivamente muito maior que a minha antiga, mas no entanto, é bastante confusa, ao meu ver. Durante os poucos minutos que perdi caminhando neste longo corredor, o meu crânio não conseguia sequer pensar. Este pessoal é todo delinquente. Só em menos de quinze minutos, já me estava a fazer confusão esta agitação toda, e este burburim que cá se encontra. Olhares intensos de raparigas pegas caíam sobre mim, quando eu revirava os olhos, atento no corredor que nunca mais acabava.

        Os meus pés, cobertos pelas minhas famosas, ou melhor velhas e gastas botas castanhas, param no momento em que estou finalmente entre a secretaria e o sujeito monte de esterco, que deriva da palavra : corredor. 

        Como uma atitude hostil, a minha mão fecha-se, rodando a maçaneta da porta, para que esta se abra. Os meus olhos vão ao encontro de uma senhora já de meia idade, e de uns poucos três adolescentes sentados nuns bancos encostados à parede cinzenta que esta planta tinha. Dirigo-me à tal senhora, sem antes fechar a porta, no qual outrora estivera fechada.  O barulho aqui estava mais calmo, e mais agradável, mas ainda confesso, que se ouvia um pouco de barulho. O meu cérebro pelo o menos já conseguia raciocinar melhor. 

"Bom dia Sra. Tompson. Eu sou o Harry. Será que me podia dar a chave do meu cacifo? Eu sou novo qui. " — Falo amavelmente, contendo o meu riso, visto que esta mulher, ou melhor cara de javali tem imensas parecências com a Nanny Mcphee. Ou até será mesmo ela, se não tivesse tão gorda. 

"Claro, como disse que se chamava?" — Pergunta, ajeitando os seus óculos pretos do século XIX, ainda mais feios e esquisitos que os do Harry Potter. Além dos óculos horrendos, de dentes amarelos e das verrugas, ainda tem por hábito de ouvir mal. — "Harry. Harry Styles." Omito, sorrindo. A Nanny Mcphee, retribui um sorriso amarelo podre, e estende-me  a chave na mão. — "Muito obrigado. Tenha um bom dia Nanny...quer dizer Sra. Tompson." — Sou mesmo descaído. Prometi à minha mãe que não iria arranjar problemas, e olha só no que deu. 

"Igualmente." — Ufaaaaa, safei-me de boa, pelos vistos a javali, não percebeu nada, é caso para dizer, que é mesmo burra, e que o  facto que eu tirei de ela ouvir mal até pode estar certo. Totalmente. 

        Saí daquele espaço monótono e enfadonho e caiu literalmente em mim de susto, quando vejo uma gótica à minha frente ocupando toda a minha visão. Ela tinha uma imagem diferente de todos aqueles que acordam de manhã para vir para esta espelunca - esola. Os seu  lábios estão pintados de preto, os seus olhos pintados com risco preto sobressaindo os seus olhos azuis, o seu  cabelo é ruivo encaracolado e bastante bonito. As suas roupas são pretas e vermelhas. Uma simples t-shirt dos Guns n' Roses, com uma camisa vermelha e preta de quadrados por cima e um casaco de couro por cima de seu ombro, tornando-a mais rockeira. Por baixo, vestia umas jeans pretas justas, e calçava uns creepers pretos de plataforma com tachas, de atacas vermelhas em couro.  Eu mantinha-me imóvel observando-a de cima a baixo enquanto que a minha mão continuava presa na maçaneta da porta enferrujada. Via mistério nos seus olhos. A sua expressão facial parecia de nojo, enrrugando as sobrancelhas numa só linha reta. Foi quando o silêncio se evaporou quando ela finalmente falou, captando os meus cinco sentidos. 

"Vais sair ou vou ter de te empurrar?" — Ui. Isto não é uma rapariga. É uma fera, um desumano autêntico. A sua voz suou mesmo bruta e assustadora, mas no entanto, não assustou tanto como os gritos da minha querida mãezinha. A impressão que ela me transmite é de querer descobrir todos os seus pensamentos obscuros. — "Alô?? Idiota, sai da frente!" — Coragem tem ela. Eu não conseguia sequer falar, mas mantive-me calado por mais um ou dois segundos, e suspirei, mantendo-me masculino, refletindo em algo que lhe podia dizer, sem ser ameaçado de novo, de empurrão.