03. Autumn

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" Os seus olhos azuis e cabelos ruivos voando sobre o vento. Ela é estranha e eu vou descobrir os seus mistérios. "

|HARRY POV|

        Arrastei os meus calcanhares para a secretaria como o diretor me pediu. Atrás de mim vinha a gótica vestida de preto fazendo-me rasteiras. Não sei porque é que ela não foi para a aula em vez de me estar a chatear. Está a ser torturante. Ainda mais do que ter torturado outrora o meu objeto de trabalho. Foi mesmo infantil da parte dela. Nem sei porquê que o fez. Só estava a tentar falar com ela e não tentar ser atingido por uma miúda, se é que se pode chamar disso. Com a força que ela tem, e pelo o aspeto que ela aparenta ter, parece um monstro.

"Porque é que não vais para a aula?" — Pergunto, abrindo a porta da secretaria fazendo-a travar nas minhas costas, com a cara. "Bem feita." — Digo, gargalhando. 

"Vai-te foder." — Ela atira, arranjando o seu cabelo. 

"Contigo não vou de certeza." — Respondo.

"Se calhar é porque também não queria seu merdas." — O quê? Porque não? Eu sou tão atraente, todas me queriam na minha outra escola. Davam tudo para me ter aos seus pés. — "Vais agora andar ou vou ter de te fazer o mesmo que te fiz à um bocado?" 

"Podes passar miúda rabugenta." — Faço uma vénia, e deixo-a passar primeiro. Só agora reparei que ela até tem um rabo mesmo bom. Vontade de o apalpar não faltava, mas nunca se sabe se ela se lembra e me deposita um murro nos meus quilhões. — "Nunca tentaste usar uma saia apertada que sobressai-se o teu rabo? Talvez tenhas mais vocação como puta do que rabugenta." — Eu não sei como disse isto, mas eu disse. E não tive controlo sobre mim, foi simplesmente algo que me saiu da boca para fora, algo como um comportamento involuntário. Mas para dizer a verdade, ela mereceu por tudo o que me fez em apenas nem uma manhã inteira. Por causa dela vou ter de estar duas horas enfiado na cantina a servir alunos estúpidos e parvos. 

"És mesmo estúpido." — Ela diz, com uma cara de poucos amigos, diria enervada. 

"Obrigado. Com muito gosto." — Agradeci, e empurrei-a para outro lado da porta e fui para junto da senhora da secretaria. — "Olá outra vez, será que me podia dar a sala dos meus horários e dizer-me qual é a minha turma?" — Perguntei com delicadeza à Nanny Mcphee, virando o meu rosto para outro lado, vendo a Ucraniana a observar-me. MAS O QUE É QUE ELA QUER AGORA? Eu não posso olhar para ela e ela pode queres ver? — "Para de me observar. Estou assustado." — Peço, contendo-me com o meu riso. 

"Desculpe menino, o que é que disse?" — Continua a ouvir mal, fogo.

"Eu disse que queria que me desse isso rápido porque eu tenho horas para entrar nas aulas e já se passaram alguns minutos." — Pestanejei e sorri. 

"Está aqui." — Nanny Mcphee dá-me para a mão uns papéis que tinha acabado de imprimir e sori-me.  — "Muito obrigado, um resto de um bom dia." — Continuei e agradeci. 

        Saí daquele lugar, respirando outro ar e procurei a minha sala. Supostamente ia ser uma tarefa muito difícil. Estes corredores são enormes. É como encontrar uma agulha num palheiro. Estão a imaginar a gravidade da situação? POIS. 

        Caminhei por os corredores e subi umas sessenta e tal escadas só para chegar ao 3º piso. Isto é cansativo. Eu devia realmente começar a fazer exercício novamente. Caminhei mais um pouco, e via portas e mais portas, até que vi o número da minha porta. Porta número 123. Bati nela, e esperei que alguém me resondesse. 

"Sim." — Uma voz grita, fazendo-me abrir a porta. Quando entro, vejo os olhares todos em cima de mim. — "O senhor é?"  — Não acredito. Eu devo estar a alucinar, será que só vejo Nanny Mcphees aqui nesta escola? 

Now is Good || h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora